O assédio sexual nas ruas, em
formato de cantada, fiu fiu, expressões sexuais e até xingamentos é algo que
atinge todas as mulheres no mundo. Pensando na dificuldade diária em
sair de casa, sentir-se constrangida e com medo, um grupo quatro mulheres da
Cidade do México, que se autointitula Morras, resolveu confrontar os
assediadores para descobrir quais seriam suas reações.
Para isso, as meninas andaram
durante um dia inteiro pelas ruas da Cidade do México e gravaram tudo com uma
câmera escondida.
O vídeo, postado na página do
Facebook do grupo, alcançou mais de 1 milhão de visualizações no YouTube e mil
compartilhamentos nas redes sociais.
Durante o vídeo alguns homens se
sentem constrangidos quando elas questionam: "O que você disse?",
"Se você não me conhece, não fale comigo".
Outros, no entanto, não sentem
vergonha alguma, repetem a cantada e até mesmo chegam a perseguir as meninas e
se masturbar na frente delas.
Outras experiências parecidas já
foram feitas por mulheres ao redor do mundo.
A atriz Shoshana Roberts se
ofereceu, em outubro 2014, para andar 10 horas pelas ruas de Nova York, em
silêncio, e expor quão violento é o assédio sexual pelo qual as mulheres
passam.
O vídeo, chamado 10 hours of
Walking in NYC as a Woman, ficou famoso na internet pelo seu resultado: Ela
sofreu um assédio a cada seis minutos. Depois de publicar a campanha, Shoshana
ainda se tornou vítima de ameaças de estupro na web.
No Brasil, em agosto de 2015, a
editora-chefe de O Olho, um portal do Piauí, resolveu fazer o mesmo experimento
andando durante duas horas pelas ruas do centro e da zona sul de Teresina com
uma câmera escondida. O resultado foi mais de 15 assédios sofridos nesse meio
tempo.
Chega de Fiu-Fiu
A definição de assédio sexual,
adotada pela Comissão Europeia em 1987 diz que ele é categorizado como
"uma conduta verbal ou física de natureza sexual cujo autor sabe ou
deveria saber que é ofensiva à vítima."
Mas algumas pessoas ainda têm
dificuldade ao entender por que aquele "fiu, fiu" no meio da rua é
ofensivo. Segundo a blogueira feminista e organizadora do projeto
#EuNãoMereçoSerEstuprada, Nana Queiroz,, ele é ofensivo porque não é um elogio,
é uma manifestação de poder.
"Quando um homem se refere
ao seu corpo como se ele fosse um objeto de apreciação sexual, na verdade, ele
está dizendo que tem usufruto do seu corpo, nem que seja no olhar e
comentar", ela conclui.
A pesquisa Chega de Fiu Fiu,
feita e divulgada no ano passado pelo Think Olga, comprova o que acontece nas
ruas: Milhares de mulheres foram entrevistadas e cerca de 99,6% disseram que já
sofreram algum tipo de assédio sexual. Ao descrever o que cada uma delas
sentiram quando foram abordadas desta forma, maioria escolheu a palavra medo. O
site hoje conta com um espaço para que mulheres de todo o Brasil possam
compartilhar suas denúncias de assédio.
No início do mês de março de
2016, O HuffPost foi às ruas perguntas às mulheres o que elas estavam mais
cansadas de escutar quando saíam de casa:
Fonte: Brasil Post
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