sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

O que a Economia Solidária tem a ver com você, comigo, com ela (e), conosco e com a Pastoral da Mulher?


A Economia Solidária é uma atitude que vem de encontro à aplicação da responsabilidade social e ambiental. É um forte instrumento de inclusão social no mercado de trabalho e na aquisição de produtos. Uma alternativa real ao trabalho formal, que tem contribuído com a vida de muitas pessoas. Pessoas que têm vivido dela, produzido e consumido produtos da Economia Solidária. Pessoas que, ao se unirem, adquirem força e credibilidade para desenvolver e efetivar o seu propósito, o seu negócio.


"A Economia Solidária é uma resposta do povo e uma alternativa para o povo; povo que produz e sente na pele as dificuldades do dia-a-dia".


Os Empreendimentos Econômicos Solidários – EES são formados por pessoas que se unem voluntariamente, para satisfazer as vontades e necessidades econômicas, sociais e culturais comuns. No mundo inteiro existem experiências de Economia Solidária, tanto na zona rural quanto urbana. Em Belo Horizonte, existem cerca de 120 EES (na região metropolitana de BH são 250 EES).


A formação de um empreendimento pode ocorrer devido a laços familiares, vínculos comunitários, entidades de classe e/ou movimentos sociais. Algo comum que liga as pessoas em prol, também, de um objetivo comum. As motivações para a inserção nestes empreendimentos são diversas. Contudo, é importante que seja uma escolha, uma opção e não uma falta de opção; que a pessoa sinta vontade de pertencer a um grupo, se identifique com a proposta, tenha interesse, compromisso, responsabilidade, disposição e paciência, pois, a administração de um Empreendimento Econômico Solidário é coletiva, participativa e democrática. Um de seus princípios básicos é a autogestão com autonomia, onde os integrantes do EES definem a forma de organização e executam a prática, sem vinculo de dependência e sim de parceria.


E mais, o fazer Economia Solidária envolve:


Cooperação * Solidariedade * Transparência nas ações e atitudes * Sustentabilidade * Eqüidade entre homens e mulheres * Coletivização dos meios de produção Igualitarismo * Comprometimento com o projeto coletivo * Sistema de finanças solidárias * Redes de cooperação solidária * Movimentos e organizações sociais.


A Economia Solidária está crescendo e se solidificando. Os empreendimentos se organizam para produzir, vender, discutir, questionar, reivindicar, propor, fazer e conquistar a participação da sociedade civil e do Estado na fomentação da Economia Solidária, através da criação de políticas públicas, de espaços próprios, programas, projetos, leis, subsídios, microcréditos, dentre outros.


Atualmente em Belo Horizonte temos como espaços de referência da Economia Solidária o Centro Público da Economia Popular Solidária, a Associação da Economia Solidária, a feira "Espaço da Cidadania", o Fórum Metropolitano de Economia Solidária, dentre outros. No âmbito estadual – MG, temos o Fórum Estadual de Economia Solidária e a recente política estadual de fomento à Economia Popular Solidária. E na esfera federal existe o Fórum Brasileiro de Economia Solidária – FBES, a Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES e o Grupo de Trabalho – GT de Economia Solidária no Fórum Social Mundial.


Paralelamente a tudo isso, os empreendimentos são auxiliados por Organizações Não Governamentais - ONGs, movimentos sociais, universidades, igrejas, governos municipal, estadual e federal, que fomentam essa prática, dando-lhes apoio e assessoria.


Na Pastoral a Economia Solidária é uma diretriz no trabalho, pelo fato de ser uma referência de oportunidade e possibilidade das Mulheres de se organizarem e formarem um grupo de auto-gestão, onde elas sejam as próprias responsáveis pelo seu trabalho. A Economia Solidária traz consigo princípios e ações que vêm de encontro ao que a Pastoral deseja para as mulheres, sejam eles a solidariedade, a consciência crítica, a conquista de autonomia e a organização social.

Para que a Economia Solidária se fortaleça a cada dia, nós podemos contribuir:

- Repensando o que se compra;
- Comprando produtos da Economia Solidária e dando preferência a esses produtos;
- Divulgando a Economia Solidária;
- Participando das feiras de Economia Solidária;
- Participando dos encontros de troca/escambo;
- Dando preferência aos produtos orgânicos;
- Selecionando o "lixo" e repassando aos grupos que trabalham com material reciclável.

Benefícios pessoal e social gerados pela Economia Solidária:

Cidadania
Maior inserção e participação social
Socialização
Aumento da renda familiar
Reativação da vida comunitária
Qualificação técnica e profissional
Desenvolvimento da autogestão
Desenvolvimento do espírito democrático
Participação na sociedade
Consciência social e política


Texto de Valéria Vianna - Caderno especial do Jornal Grito Mulher - Edição especial 2008




Capa e contra capa da última edição do jornal Grito Mulher



Pastoral da Mulher de Belo Horizonte
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