sexta-feira, 3 de agosto de 2012

''O modelo masculino está em crise''. Entrevista com Alain Touraine


"As mulheres estão se tornando o motor de uma mudança política, porque podem imaginar um outro modelo social depois que o masculino, que já tem séculos de idade, entrou em crise". Alain Touraine está convencido de que os casos, pequenos ou grandes, de liderança feminina nas contestações estão destinados a se multiplicar. "Há casos marginais e outros mais centrais, mas também observamos a aparição de novas vozes na cena pública", diz o sociólogo francês que publicou há alguns anos O mundo das mulheres (Vozes, 2006).

A razão em fase de larva e de casulo - Leonardo Boff



"O processo da borboleta nos oferece uma sugestiva metáfora. A borboleta não nasce borboleta. Ela é no início  um simples ovo que se transforma numa larva, devoradora insaciável de folhas. Depois ela se enrola sobre si mesma na forma de um casulo (crisálida). Dentro dele, a natureza tece seu corpo e desenha suas cores. Quando tudo está pronto, eis que se rompe o casulo e emerge esplêndida borboleta", escreve Leornardo Boff, filósofo, teólogo e escritor.
Segundo ele, "nós estamos ainda no estágio de larva e casulo. Larva, porque, dia e noite, devoramos a natureza; casulo, porque  fechados sobre nós mesmos, sem ver nada ao nosso redor".

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"Avenida Brasil": O que essa novela espelha da sociedade brasileira?


Recém-chegada de Paris, a psicanalista Betty Milan parou para ver a novela. E flagrou exatamente a alternância de poder entre Carminha e Nina, quando a audiência de Avenida Brasil bateu todos os recordes em São Paulo, com 45 pontos de média no Ibope. Com olhar de estrangeira, ficou impressionada. Registrou ali o que entende de mais negativo na sociedade do País: a paixão pelo ódio. "É um traço de nossa cultura, provavelmente de origem mediterrânea", diz, "mas me pergunto se era o caso de colocar em cena algo que avalize a perversão."

Os 7 estados brasileiros com maior violência contra mulher


O Brasil é um dos países do mundo com a maior taxa de homicídios femininos, segundo o estudo "Mapa da Violência", realizado pelo professor Julio Jacobo Waiselfisz, do Instituto Sangari. É o sétimo país com a maior taxa, para ser exato. Estamos atrás apenas de El Salvador,Trinidad e Tobago, Guatemala, Rússia, Colômbia e Belize.

Quando a revolução é feminina


"Somos contra a violência, não temos rancores contra ninguém. Por trás do nosso sorriso, há lágrimas, e o nosso sarcasmo é uma reação ao caos". Na última carta do cárcere, há poucos dias, as ativistas russas do "Pussy Riot" reivindicam com orgulho a sua batalha.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Marca de camisinha retira do ar publicidade que faz apologia a estupro


Uma peça publicitária da marca de preservativos Prudence causou enorme polêmica no Facebook e foi excluída após permanecer cerca de três semanas no ar. Em formato de tabela calórica, o viral intitulado "Dieta do Sexo" dizia que tirar a roupa de uma mulher queima 10 calorias, enquanto fazer o mesmo sem o consentimento da parceira consome 190 calorias.

A nova cara do povo da rua


Aos poucos, o mundo das drogas modifica o perfil dos espaços de mendicância e coloca em risco o mais vulnerável dos grupos sociais. Não é difícil perceber as mudanças que a tribo das drogas trouxe ao cenário. Há quem se preocupe. “Esse lugar se tornou uma bomba prestes a explodir”, compara Edson Luiz de Souza, da coordenação do Movimento Nacional da População de Rua. Ele teme por um espaço que hoje abriga não mais centenas de homens e mulheres igualados na pobreza extrema, mas também os espoliados pela violência. É o encontro de dois mundos.

terça-feira, 31 de julho de 2012

A marginalidade como paradigma da vida do cristão


Para o monge italiano Matteo Ferrari, do Mosteiro de Camáldoli, os discípulos de Jesus de hoje, assim como o seu mestre, devem ser homens e mulheres da aldeia e do deserto, habitando nas margens.  Viver a marginalidade não significa se separar da sociedade ou se erguer como juízes dos outros, mas sim permitir que todos possam olhar com olhos diferentes, se distanciar de uma vida que flui sem se interrogar mais sobre a bondade e a beleza das escolhas que são feitas. 

A vingança da empregadinha


"Eu vou te explicar algumas coisas sobre esse quarto que você mal conhece apesar de fazer parte da sua casa. Trata-se de cômodo simples pouco iluminado e pouco arejado. Mas uma patroa do seu tipo deve achar que uma empregada não precisa mais do que isso para sobreviver. Temos TV, que às vezes pega, às vezes não (...) Vem ver o banheiro. O chuveiro é elétrico, mas não temos água quente (...) Porque apesar das promessas a resistência nunca foi trocada. O ralo entope formando uma poça de água que inunda o banheiro inteiro. Cuidado para não escorregar (...) E o cheirinho? Ruim não é? (...) Com o tempo você se acostuma (...) A cama é uma porcaria (...) o estrado quebrado. Não se mexe muito, porque senão você acorda no chão. Alguma dúvida?"
Esta fala é da novela "Avenida Brasil" que, na contramão do ufanismo consumista do Brasil que chegou ao futuro,  se aventura no comentário politicamente incorreto sobre os temores que a ascensão social engendra. Como a classe média urbana que há décadas impera no espaço da novela está vendo a vingança da empregadinha?

Cuide-se: miomas atingem 80% das mulheres em fase reprodutiva


As visitas periódicas ao ginecologista são um desconforto para a maioria das mulheres, mas cumprir esse ritual pelo menos uma vez ao ano é ainda o melhor meio de se evitar que um mioma uterino, tipo de tumor benigno, venha a evoluir e provocar riscos à saúde.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Religiosas refletem sobre como responder à severa repreensão vaticana


As irmãs dizem não ver contradição em abraçar a fé católica ao mesmo tempo em que se abrem a questionamentos de certos ensinamentos da Igreja baseadas em novas informações ou em novas experiências.

domingo, 29 de julho de 2012

A submissão da mulher está no olhar masculino. Artigo de Pierre Bourdieu


É necessário mostrar que, na base da situação dominada da mulher e da sua perpetuação para além das diferenças temporais e espaciais, está o fato de que. nessa economia, a mulher é mais objeto do que sujeito.
A alienação simbólica à qual condenadas, visto que são destinadas a ser percebidas e a se perceber através das categorias dominantes, isto é, masculinas, se retraduz na própria experiência que as mulheres fazem dopróprio corpo e do olhar dos outros.