sábado, 16 de abril de 2016

A Igreja e as ideias de pecado, culpa e preconceito na vida sexual das Américas

 (Índios vestidos de Jean-Baptiste Debret em Santa Catarina, 1834)
 “Não existe pecado do lado de baixo do Equador”, escreveu o holandês Gaspar Barleu ao se deparar com a libidinagem no Recife do século 17.

sexta-feira, 15 de abril de 2016

A Pastoral da Mulher no Conselho Municipal de Assistência Social

 

Mais uma etapa foi conquistada pela Pastoral da Mulher de BH, Unidade Oblata em MG,  para continuar sua missão de defender e garantir os direitos das mulheres em situação de prostituição. No último dia 14 de abril,  a  nossa instituição foi eleita para integrar o Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS) e será representada por Lucinete dos Santos.

Canadá defende lei que torna crime contratar prostitutas

Ministro da Justiça do Canadá, Peter MacKay: ele defendeu o projeto de lei que criminaliza a contratação de serviços de prostituição

O governo canadense defendeu o polêmico projeto de lei que criminaliza quem contrata serviços de prostituição, mas poupa as prostitutas .

Papa Francisco: "Divorciados recasados, sim à comunhão". E sobre o sexo entre cônjuges: "Valor, não peso a suportar"

 Para os divorciados recasados "existem proibições que podem ser superadas". Portanto, avaliando caso a caso, eles poderão receber a comunhão e ser padrinhos e catequistas na Igreja. Não é uma regra geral, mas sim um discernimento confiado aos confessores, tal como pedido pelos bispos que participaram do Sínodo de 2015 sobre a família. É a decisão tomada pelo Papa Francisco na sua esperada exortação apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, que conclui um caminho de reflexão que durou mais de dois anos, que viu  a consulta dos fiéis e dos bispos de todo o mundo.

quinta-feira, 14 de abril de 2016

ONU e governo brasileiro intensificam ações sobre direitos das mulheres em resposta ao vírus zika

Pré-natal com qualidade e atendimento humanizado são alguns dos direitos das mulheres à saúde (Foto: Reprodução)
Segunda fase da mobilização inclui ação em redes sociais e produção de folhetos e cartazes sobre saúde sexual, direitos sexuais e reprodutivos, para distribuição em unidades básicas de saúde, hospitais, escolas e organismos de políticas para as mulheres. Materiais atendem necessidades identificadas pelas mulheres: cartões digitais, folheto e cartazes

Viúvas da migração

Em um dos municípios brasileiros de onde mais migram trabalhadores que serão vítimas de trabalho escravo, esposas cuidam sozinhas de seus filhos, que ficam meses ou anos sem ver o pai.

quarta-feira, 13 de abril de 2016

Carrocerias e baús são usados para prostituição em Uberlândia (MG)

Avenida paralela a  BR-050, no Umuarama, serve de estacionamento de carrocerias  e baús (Foto: Cleiton Borges)

 Carrocerias e baús de caminhões abandonados geram incômodo para vizinhos e comerciantes no fim da avenida Arlindo Massaro, marginal da BR-050 – sentido Uberaba -, no bairro Umuarama, zona leste de Uberlândia. O proprietário dos itens afirma que eles são para a venda e que não possui espaço para guardá-los em outro lugar.

Veterana se sustenta com programas há 30 anos

Uma mulher comum. É assim que Laurinha, de 58 anos, se define. Há mais de três décadas trabalhando na Guaicurus, ela conta que foi parar na profissão por amor à filha. Natural do interior de Minas, ela engravidou ainda nova e sua família não aceitava uma gravidez sem casamento. “Diziam que mãe solteira era prostituta”, conta. 

Por que a França despertou polêmica ao punir quem paga por sexo

Prostitutas protestaram em frente ao Parlamento durante votação da lei
Na última quarta-feira, a França aprovou uma lei que muda a regulação da prostituição no país. De agora em diante, é considerado crime pagar por sexo, e quem for pego fazendo isso pode ser multado em até 3.750 euros (cerca de R$ 15,7 mil).

terça-feira, 12 de abril de 2016

Reduzir a prostituição


A França acaba de se unir ao time dos países que lutam para restringir o mercado da prostituição. Depois de dois anos e meio de debates parlamentares, já é definitiva a lei que provoca mudanças essenciais: suprime a punição às prostitutas por oferecer seus serviços e multa em até 1.500 euros (cerca de R$ 6.000) quem compra “um ato sexual”, valor que se eleva sensivelmente em caso de reincidência.

Como encontrei Hilda Valentim

E tudo começou com um presente de um jornalista amigo de meu pai. Fui visitar Jáder de Oliveira, que vivia na Inglaterra, mas estava em visita a BH. Conversa vai, conversa vem, entre um caso e outro, ele fala sobre Paulinho Valentim. Comenta sobre o livro de Roberto Drummond, Hilda Furacão. Comento que gostaria de fazer uma reportagem inusitada sobre o casal. Ele pega uma mala e de lá tira um retrato. É o casal, quando vivia em Buenos Aires e ele jogava no Boca Juniors. Isso foi em 2003.

A realidade dentro da ficção

O mito que viveu no glamour dos anos 1950 morreu na solidão de um asilo
Um boato festivo, colorido, maravilhoso...”, dizia Roberto Drummond, quando questionado sobre a existência, ou não, da mulher que mexeu com o imaginário nacional. Mestre em mesclar realidade e ficção em seus romances, o escritor dizia que a personagem existiu, mas foi mitificada e mistificada. Na obra, ela se despede da história em uma conversa com Drummond em Buenos Aires, longe da vida agitada da Guaicurus. 

segunda-feira, 11 de abril de 2016

‘‘A grande pérola da prostituta é acolher e escutar’’


Deitada em lençóis brancos da grife M. Martan e encostada nos seis travesseiros, Sarug Dagir está toda nua. Com uma mão, envolve uma almofada roxa em frente ao colo. Com a outra, segura a apostila que reúne a obra Inibição, sintoma e angústia, de Sigmund Freud (1856-1939), criador da psicanálise. Como o movimento está fraco, ela adianta a leitura dos textos do doutorado. Sarug, com seu 1,80m e 38 anos, não cabe em definições simplistas. Transexual, psicóloga, mestre em literatura, doutoranda, casada, professora universitária e “puta”, como gosta de ser chamada nas imediações da Rua Guaicurus.

‘‘Quero deixar um legado para a sociedade’’

Assim como a personagem, a socióloga fixou prazo para deixar a Guaicurus
O maiô não é dourado como aquele que Hilda Furacão usava à beira da piscina do Minas Tênis Clube antes de se tornara prostituta mais famosa da capital mineira no livro de Roberto Drummond. A peça de cor branca e transparência valoriza mais a pele morena de Tatiana Vieira, de 27 anos. Ela solta os cabelos cacheados, tira a calça jeans, põe brincos dourados, sobe nas sandálias de salto fino e, aos poucos, vai deixando do lado de fora do quarto da Rua Guaicurus a aparência da sociólogaeprofessora da rede estadual de educação. Na zona boêmia de BH, a jovem é apenas Tati.

‘‘Meu marido trabalha para mim’’

Já no corredor sentia-se o cheiro adocicado do perfume preferido por era de clientes, com o frescor de quem saiu do banho. Usa saia rodada vermelha, sapato alto da mesma cor, top colorido e maquiagem nos olhos que dá mais maturidade ao rosto juvenil. Carrega, sem esconder, uma particularidade: está grávida de cinco meses. “Os clientes não reclamam. É normal”, garante.

‘‘Não dou liberdade. Faço eles sofrerem’’

A ‘novinha do Novo Hotel’ é a sensação do antigo lar da musa de Drummond
 Homens de todas as classes sociais sobem as escadas do Novo Hotel. Espremem-se pelo corredor, chegam ao terceiro andar e param à porta do segundo quarto à direita, onde a moradora diz ser completamente profissional, o que inclui aí uma restrição: não se apaixona. Susi, de 21 anos, tem longos cabelos pretos, corpo esguio e definido, olhos amendoados, rosto juvenil e personalidade forte que aflorou depois dos seus estudos em escola militar. “Não dou liberdade. Se um cliente me irritar, sai do meu quarto sem roupa”, avisa.

domingo, 10 de abril de 2016

Papa abraça grupo de ex-prostitutas e transexuais no Vaticano

O Papa Francisco, na Audiência Jubilar este sábado na Praça São Pedro, deu um “significativo abraço” – como definido pelo L’Osservatore Romano – em um grupo de cinquenta mulheres e transexuais, provenientes de dez países, vítimas do tráfico de pessoas e da prostituição.

Os continuadores da Casa Grande estão voltando -por L. Boff-

Toda  crise desbasta as gangas e traz à luz o que elas escondiam pois sempre eram atuantes nas bases de nossa sociedade. Aí estão as raízes últimas de nossa crise política, nunca superada historicamente;  por isso, de tempos em tempos afloram com virulência: o desprezo e a humilhação dos pobres. 

(Re)pensar Deus desde a experiência das Mulheres

Não é suficiente um Deus com dimensões femininas. Deus é Ele e Ela. Não é um Ele com traços femininos. Não se trata de uma troca superficial na linguagem. Caso contrário, apenas trocaríamos o “imperialismo”, mas o fundamental é que a partir do “dizer” Deus como Ele e Ela, inicia um processo de salvaguardar os direitos de todos(as), no respeito e no reconhecimento da dignidade que própria, inclusive para (Re)pensar Deus.