quinta-feira, 26 de março de 2009

BOA LEITURA - HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO

História das relações de gênero é uma exploração fascinante do que ocorre com as idéias estabelecidas sobre homens e mulheres quando sistemas culturais distintos entram em contato. Valendo-se de uma grande variedade de exemplos, da pré-história ao século XXI, e abarcando diferentes sociedades, da China às Américas, da África ao norte da Europa, passando por Oriente Médio, Rússia, Japão e Austrália, o historiador Peter N. Stearns delineia o quadro dos encontros culturais internacionais mais significativos e seus efeitos sobre as relações de gênero. O impacto do islamismo e das práticas de gênero do Oriente Médio na Índia e na África subsaariana; o resultado dos contatos da China com a condição feminina entre japoneses e mongóis; a influência colonial européia na América, Índia, África e Oceania; o impacto das ações internacionais no Oriente Médio; e os efeitos da atuação de organizações internacionais e do consumismo global são alguns dos assuntos discutidos neste livro.

HISTÓRIA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO
AUTOR: Peter N. Stearns
Sinopse do livro: www.editoracontexto.com.br/livro

VOCÊ CONHECE O GRUPO VÊNUS DE TEATRO?


O Grupo Vênus de Teatro nasceu na Pastoral da Mulher, a partir da iniciativa de Hercília Levy e Elizabeth Mascarenhas, que se propuseram a trabalhar o teatro com as mulheres atendidas. Durante dois anos a APMM/BH apoiou o grupo, até que este tomou vida própria e seguiu sua caminhada. Hercília resolveu investir nesse trabalho junto às mulheres e assumiu a coordenação.

Já com 14 anos de existência, hoje o grupo é composto por 15 mulheres, de diferentes profissões, e já encenou quatro peças, sendo elas:

-Morte e vida Severina, de João Cabral Neto.
- A gota d’água, de Paulo Pontes e Chico Buarque de Holanda.
- A casa de Bernada Alba, Garcia Lorca.
- Aurora da minha vida, de Naum Alves de Sousa.

Também tiveram uma participação especial, em março de 2007, no filme "A morte de Fedra", fazendo uma cena de dança e figuração. No momento, o grupo está na fase de montagem e produção de sua 5ª peça, chamada Circulo de Giz Calcaziano, de Bertolt Brecht.

O grupo vem realizando suas produções com muito esforço, empenho e amor à arte, seguindo uma trajetória de luta em busca de apoio e patrocínios. Apesar de todas as dificuldades, essas mulheres venceram e têm levado seu trabalho para o público.

O Grupo Vênus está em fase de captação de recursos. Invista em cultura, apoie essa iniciativa!

A MULHER E O MEIO AMBIENTE*


A cada dia que passa, a mulher vem se tornando a principal responsável pela família. A diversidade de suas tarefas faz com que ela desenvolva um conhecimento mais compreensivo e inclusivo sobre o seu meio ambiente. Esta sua habilidade torna-se um elemento cada vez mais importante para o manejo e recuperação do meio ambiente.

A mulher vivencia mais fortemente a necessidade de definir sua cidadania, procurando o cenário propício para desenvolver sua individualidade. Ao mesmo tempo, luta para proteger aquilo que considera o núcleo fundamental de sua existência: o ar, a água e o solo, aos quais vincula sua vida, seu trabalho, seus sonhos. Essa responsabilidade, somada às dificuldades que afetam a todos, faz com que a mulher seja a primeira a protestar e a agir contra condições de agravamento da degradação ambiental.

Entretanto, não importando quanto seja inventiva e habilidosa, a mulher é, mais freqüentemente que o homem, privada das possibilidades de usar e administrar recursos naturais, frustrando sua capacidade de prover sua sobrevivência diária e neutralizando a contribuição que possa trazer ao manejo ambiental sustentável.

Por suas inumeráveis formas de participação e atividade dentro da sociedade, com forte influência nas decisões das políticas de desenvolvimento, quer direta ou indiretamente, a mulher não pode ficar à margem da causa ambiental. Ela está diretamente relacionada ao meio ambiente e consequentemente ao desenvolvimento sustentável, possuindo papel decisivo na realização das mudanças necessárias para reduzir ou eliminar padrões insustentáveis de consumo e produção, estimular o investimento em atividades produtivas ambientalmente saudáveis e induzir a um desenvolvimento industrial benévolo do ponto de vista ambiental e social, além de desenvolver a consciência dos consumidores e a participação ativa na preservação ambiental. As medidas estratégicas necessárias para uma nova ordem do meio ambiente exigem um método global, multidisciplinar e intersetorial. A participação e a liderança da mulher são fundamentais em todos os aspectos. As políticas de desenvolvimento sustentável que não contenham a participação do homem e da mulher, não conseguirão resultados a longo prazo. A participação mais efetiva da mulher na geração de conhecimentos e na educação ambiental, na adoção de decisões e na gestão em todos os níveis é fundamental. Enquanto a contribuição da mulher não receber reconhecimento e apoio, o desenvolvimento sustentável seguirá sendo um objetivo difícil de ser alcançado.

Felizmente, as experiências e contribuições da mulher a um meio ambiente ecologicamente racional devem ocupar um lugar prioritário no século XXI. De fato, nos últimos anos, vem ocorrendo uma intensa discussão sobre a relação da mulher com a conservação do meio ambiente e o desenvolvimento de políticas. Essa discussão parte da preocupação de como a mulher está inserida no processo de desenvolvimento, seu papel e suas funções.

A mulher pode, em seu papel de mãe e educadora, fazer entender que somos parte da ecologia, que o ser humano é ecologia e que não temos o direito de usar o mundo como se fôssemos os únicos donos do planeta. Nós não somos donos de nada. Somos simplesmente uma espécie que vive nesse planeta, e essa espécie tem que viver harmoniosamente com outras espécies. Não podemos ser os predadores do planeta. Precisamos cuidar da terra como cuidamos de nossa casa e de nós mesmos: nossa natureza é a própria natureza.

Somos animais, humanos, do gênero feminino. Como animais, podemos sentir, pensar e nos comportar. Como seres humanos, podemos encontrar sentido nessas situações. Mas é como mulheres que podemos realmente cuidar.


*Texto de Eliana Rocha Furtado, engenheira, e, Laiena Ribeiro Teixeira Dib, bióloga, funcionárias da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belo Horizonte.
Texto publicado no Jornal Grito Mulher - edição nº 106/março de 2009

“Esse agora será o nosso amanhã”. As lutas e posicionamentos de hoje refletirão em nossas vidas no futuro.

MARCHA DE SUFRAGISTAS PELO VOTO FEMININO EM 1912/ NOVA YORK

Manifestação da União das
Costureiras em Nova York, 1910



Anesia Pinheiro Machado
"Primeira Aviadora Brasileira"

Chiquinha Gonzaga - Mulher Pioneira
Compositora e maestrina brasileira


Norte-rio-grandense que detém o honroso título de primeira eleitora do Brasil, Celina Guimarães Viana nasceu em Natal, em 1898, e faleceu em Belo Horizonte, em 1972.


APMM/BH na Manifestação pelos
direitos da Mulher - Março/2008


Ser Uma Mulher Jovem*
Brasil


"A minha geração usufrui de coisas pelas quais outras gerações lutaram, ainda assim lutamos para que possamos tê-las plenamente. Sinto-me uma jovem mais livre, sei que ainda existem muitas coisas para serem construídas.

Sabe, para escrever este texto fiquei muito atenta ao que diferenciava o meu ser jovem enquanto mulher na sociedade atual. Pensando nisto, questionei-me sobre o que era diferente de outros tempos e como vivo hoje. Sinto que agora as coisas estão sendo desconstruidas para que se construam outras, assim, algumas coisas já mudaram enquanto outras estão neste processo".

* Artigo Ser uma Mulher Jovem, escrito por Carla Romão/2007; Carla Romão, 20 anos, estudante do terceiro período de Ciências Sociais da UERJ, professora de educação infantil, colaboradora da CAMTRA - Casa da Mulher Trabalhadora - e militante da Marcha Mundial das Mulheres.
Fonte:http://www.uff.br/obsjovem/mambo/index.php?option=com_content&task=view&id=222&Itemid=23



Ser mulher na Libéria*

"Ser mulher na Libéria significa, literalmente, começar a trabalhar duro aos 10 anos de idade. Significa ser e estar velha antes dos 40 anos. Num lugar exposto a tantas guerras civis, os meninos são desde cedo aliciados, à força mesmo, para a guerra.

Mulheres estupradas pelas milicias é lugar comum, e impotentes nada lhes resta a não ser criar os filhos de seus estupradores.

Na África ainda hoje, as mulheres fazem o serviço pesado e os homens apenas demandam os resultados, que devem ser levados a efeito com eficiência e diligência, como carregar filho, fardo , e lata d’água na cabeça, enquanto o homem nada carrega, apenas serve de "coelho de prova", estipulando-lhe o rítmo a ser observado.

Neste lugar pobre e miserável os homens não anseiam pela paz, pois que o exército (formal ou não) lhes garante o soldo em espécie. Não precisam trabalhar. Só matar.

Mas o impensável, o improvável, o impossível aconteceu. As mulheres liberianas num acordo sub-liminar tácito de silêncio, elegem Ellen Johnson-Sirleaf, de 67 anos, a primeira mulher presidente de uma nação africana".

Ellen Johnson-Sirleaf, presidente da Libéria

* Artigo escrito por Cylene Dantas da Gama (historiadora e ambientalista). 2006
Fonte:http://www.terrazul.m2014.net/spip.php?article299



Feridas para sempre*

"Pelo menos 130 milhões de mulheres (a maioria vive na África) são dilaceradas pela amputação dos próprios órgãos sexuais. A cada dia, seis mil meninas seriam obrigadas a se submeter a essa violência ritual. É uma prática atroz, perpetrada em nome das tradições culturais. Um tema intrigante que começa a suscitar a indignação e a reação do mundo.

O debate a respeito das mutilações femininas:
Fatma estava com cinco anos, quando foi transformada, à força, em mulher. Naquele dia, despertada pela mãe nas primeiras luzes do dia, foi conduzida à cabana de uma anciã, numa aldeia ao norte da Somália. Deitada na nua terra, Fatma teve mãos e pés amarrados com tiras de pano, ficando imobilizada. A mãe apertou-lhe fortemente as mãozinhas e lhe disse para ficar calma, tranqüila, e não se preocupar. "Eu estava confusa, não sabia o que estava acontecendo – conta Fatma – mas depois vi a lâmina da navalha e explodi em choro".

As lembranças passam a ser pesadelos: "Senti uma dor lancinante que me arrancou um fortíssimo grito. Vi entre as minhas pernas um rio de sangue e desmaiei. Quando me recuperei, não tinha mais força para levantar... me senti diferente... era uma outra pessoa". Hoje, Fatma, com quarenta anos, trabalha para uma associação humanitária e está em primeira linha no combate para os direitos da mulher, junto com outras centenas de ativistas africanas e árabes (feministas, políticas, médicas, advogadas, ex-curandeiras tradicionais).

*Artigo escrito por Laura Costantini.
Fonte: Artigo da Revista África - acesso em Revista "Mundo e Missão" www.pime.org.br/mundoemissao/mulhersempre.htm



Ô ABRE ALAS, QUE EU QUERO PASSAR*

Por Margarete Amorim¹

Dia 8 de março de1857, época da revolução industrial, 130 trabalhadoras de uma fábrica de tecidos de Nova Iorque foram violentamente reprimidas ao ocuparem a fábrica, numa reivindicação por melhores condições de trabalho. Como repressão, a fábrica foi incendiada e todas morreram carbonizadas.

Somente em 1975, em homenagem a essas mulheres, a ONU oficializou esse dia como o dia internacional da mulher. Portanto, é uma data em que movimentos em defesa dos direitos da mulher intensificam suas manifestações, denunciam a violação a esses direitos, assim como festejam suas conquistas.

Qual o sentido atual de ainda se manter esse dia? Qual a condição da mulher no mundo atual, que avanços, que retrocessos podemos reconhecer?

Desde a época industrial, passando pelo movimento feminista, até atualmente, a luta pelos direitos e pela cidadania da mulher teve muitas conquistas. Viemos de um período, não muito distante, em que a mulher não podia trabalhar fora; quando o conseguiu, foi em situação de carga horária e de salário sempre inferiores aos dos homens; inicialmente, não podia estudar, depois, lhe foi permitido cursar apenas o ensino fundamental e só mais tarde, o superior; não podia votar; sofreu preconceitos ao se tornar divorciada, ou melhor, "separada" (quando ainda não existia o divórcio). Foi oprimida e reprimida no desenvolvimento de seu potencial.

Atualmente, esse panorama mudou para melhor em muitos aspectos. Em outros, continua quase igual. Em alguns, até pior. A mulher hoje se encontra em quase todas as frentes de trabalho, inclusive, em maior número que os homens em algumas; mas suas condições salariais ainda são menores; muitas fazem jornada dupla (uns dizem que tripla), pois têm que continuar a jornada de trabalho em casa, onde nem sempre as tarefas são divididas igualitariamente. Têm mais acesso ao estudo e se qualificam cada vez mais. Podem votar e participam ativamente da política, ocupando cargos no legislativo e no executivo.

Existem políticas públicas voltadas para sua promoção. A mulher divorciada é mais respeitada, em geral; conquistou maior autonomia e liberdade. Mas, também podemos presenciar situações controversas, avanços convivendo com desrespeitos e atitudes indignas.

Em alguns países, mulheres ainda têm seus órgãos sexuais mutilados; são apedrejadas e condenadas à morte por "traírem" seus maridos; não podem ter acesso aos estudos; são mercadorias de troca; são "escravas" do mercado sexual; é grande o número de violência física contra as mulheres, especialmente, a realizada por seus maridos; sofrem preconceitos em certos tipos de trabalho e desvantagens várias com relação aos homens. Ainda recaí sobre elas o cuidado dos filhos e da casa.

Como se pode ver, não há lugar para enganos: o mundo é mais dos homens, e as mulheres são consideradas "seres inferiores" que precisam lutar por igualdade de direitos, respeito e dignidade. Essa luta é de toda a sociedade, inclusive, dos homens de bem. O primeiro passo nessa luta é a própria mulher conhecer a história das mulheres em nossa sociedade. Grande parte não conhece essa história e é presa fácil na manutenção desse funcionamento social opressor e que mantém as coisas tal qual estão, sem mudança alguma. O segundo passo é indignar-se com tamanha injustiça. O terceiro passo é agir: buscando sua própria libertação e se unindo a todos os aliados e aliadas que querem um mundo sem preconceitos e igualitário, em que mulheres e homens sejam solidários em suas diferenças. Esse novo mundo não pode ser posto no futuro. Ele se atualiza em cada atitude que se tem agora. Esse agora será o nosso amanhã.
* "Ô Abre Alas" foi a primeira marcha carnavalesca do país, escrita por uma mulher, Chiquinha Gonzaga (compositora, pianista e maestrina).
1- Margarete Amorim é psicóloga clínica e organizacional; analista institucional, esquizodramatista, presidente da Fundação Gregório Baremblitt e mestra em educação.
Texto publicado no Jornal Grito Mulher - edição nº 106/março de 2009

PASTORAL DA MULHER PROMOVE CURSO DE BOLSAS EM MACRAMÊ

Dia 11 de março, deu-se a abertura do curso de bolsas em macramê, assessorado por Neide e ministrado por Izilda. Neide falou sobre a história do macramê, dessa arte na sua vida. Após conhecer a técnica, Izilda (professora), assumiu um papel de liderança frente à produção de bolsas em um grupo de economia solidária. Ambas se colocaram como facilitadoras, que virão partilhar o saber com as mulheres, ressaltando que todo aprendizado é uma troca.

A mensagem que se fortaleceu durante o período de abertura do curso foi: “ao atar nós, podemos desatar os nós da vida”.
Neide e izilda pediram que as mulheres marcassem muito o dia 11 de março, pois, ali poderiam estar dando um grande
passo para uma grande caminhada.