segunda-feira, 9 de março de 2009

Caminhadas pelo Dia da Mulher



A concentração para a caminhada do Dia da Mulher aconteceu na Praça Sete, onde ocorreram apresentações, gritos de guerra, pronunciamentos a favor da paz, contra o machismo, a opressão, pela efetividade dos direitos da mulher, pela não violência. Participaram vários grupos e movimentos, que seguiram na caminhada até a Praça da Liberdade, onde fica o Palácio do governo. A Pastoral marcou presença e se juntou à caminhada.
Da esq. para a direita: Irmãs Lúcia Alves, Rosa Carla e Amélia

"A apresentação da Associação Cultural Odum Orixás e a intervenção teatral do grupo Obscenas marcaram a abertura da manifestação das mulheres no dia 06 de março (sexta-feira), véspera do Dia Internacional da Mulher. Pela Avenida Afonso Pena, cerca de 200 lutadoras caminharam protestando “Contra a violência do capital e do Estado patriarcal”, “em solidariedade à vida e ao trabalho das mulheres”. O percurso tinha como pontos de protesto a Igreja São José, a Prefeitura, o Tribunal de Justiça e o supermercado Carrefour. Apesar da chuva, que acompanhou as manifestantes durante todo o trajeto, as faixas erguidas e as palavras de ordem não cessaram, e o ato que iniciou às 14h, terminou às 17:30, com as bandeiras lilás tremulando e o manifesto feminista ecoando pelas ruas".(Vivian Neves Fernandes -Comitê mineiro do Brasil de Fato)

No dia 08 de março, domingo, aconteceu a grande Passeata, que saiu do Parque Municipal. Durante a caminhada ocorreram diversas intervenções teatrais na Feira Hippie e Avenida Afonso Pena, distribuição de panfletos e várias mulheres puderam falar. Representando a Pastoral, algumas agentes e mulheres atendidas levaram a colcha de retalhos (Colcha de histórias) bordada no Cantinho da Paz. Uma das mulheres falou, colocando a sua voz e, com ela, a da Pastoral, em favor dos direitos da Mulher.O ato seguiu em marcha até o Departamento Estadual de Operações Especiais (DEOESP), onde funciona um presídio feminino. Levantou-se a questão da "revista vexatória", aquela em as mulheres que vão visitar amigos e familiares são sujeitas à contrangimentos e outras situações mais graves, segundo relatos de algumas mulheres.

Intervenção teatral no centro de BH

"A falta de higiene e à violência com que são revistadas, chegando a casos extremos de prolapsos retais e até abortamentos, são relatadas por essas mulheres que decidiram pedir um basta a tal situação".

As ações e a passeata do 8 de Março de 2009, em Belo Horizonte, encerrou-se no Conservatório da UFMG com debates e apresentações culturais.

Semana da Mulher 2009 na APMM/BH

A APMM/BH promoveu a Semana da Mulher, de 02 a 06 de março, desenvolvendo atividades diversificadas junto ao público atendido. Nesse período a Associação contou com a presença de profissionais que realizaram oficinas, debates e apresentações no Cantinho da Paz (espaço da Pastoral da mulher).A programação ofereceu:

02/03
Contação de Histórias

Com Leonildo Miranda - Escritor e Contador de histórias.


03/03
Dia do Bem-estar

Ginástica Laboral e Massoterapia

Sandra Martins - Massoterapeuta

04/03
Dia da Saúde

Bate-papo sobre temas relacionados à saúde da mulher, conduzido pela enfermeira Maria das Graças dos santos e as agentes comunitárias, Solange Abreu e Valéria Avelar, do Centro de Saúde Carlos Chagas.

A Pastoral realizou uma ação conjunta com o Instituto das irmãs oblatas, distribuindo garrafinhas para as mulheres atendidas e agentes. A idéia é incentivar a diminuição do uso de copos plásticos descartáveis no Cantinho da Paz (espaço da Pastoral da Mulher), proposta que entra em consonância com o tema Meio Ambiente, que será trabalhado durante todo o ano na Pastoral. Além disso, a equipe da saúde ressalta a importância da hidratação para a saúde do corpo. Este material não vem apenas divulgar o trabalho da Pastoral e das Oblatas, mas também conscientizar.


05/03
Relembrando a história do 8 de março
Questionamentos e enfrentamento da realidade
da Mulher nos dias atuais.



É preciso ser feliz, apesar de...

No dia 19 de fevereiro, realizou-se na Pastoral da Mulher um encontro com Júlio Machado, Biólogo, educador, especialista em sexologia educacional e autor dos livros: "Amor e mudança", editora fenix, 6ª edição; "Histórias para crescer", editora Fênix, 3ª edição; "Sexo com liberdade", editora vozes, 9ª edição. Em um debate desenvolvido junto às mulheres atendidas pela Pastoral da Mulher, ele abordou temas como o valor das pessoas, a importância do nosso olhar e do olhar do outro na construção de conceitos e idéias.

As mulheres colocaram suas opiniões e o debate foi se desenrolando de modo a chegar aos modos de julgamento da sociedade e de nós mesmas (os) em relação ao próximo. De acordo com Júlio, chega o momento em que é preciso aprender a olhar para nossas vidas e enxergar o que há de melhor, e tentar ser feliz, apesar de sofrimentos, angústias e demais obstáculos. Às vezes queremos o que é do outro, a velha história de que a grama do vizinho é sempre mais verde. Mas nunca ou, quase nunca, saberemos por inteiro o que se passa com o outro.Uma das mulheres fala sobre uma situação que passou e conclui: “A diferença no olhar de uma pessoa fez com que eu me percebesse e mudasse minha atitude”. Ela está falando do olhar que levanta e daquele que derruba. Muitas vezes um olhar de compaixão ao invés de reprovação, muda uma vida.


Júlio ainda ressalta que cada um (a) de nós somos muitos (as), isto é, somos seres constituídos de multiplicidade. Mas o modo como a sociedade nos enxerga nem sempre condiz com a forma como nós nos vemos. Existem muitos estereótipos e modos de pensar que absorvemos sem perceber. Precisamos refletir, dosar nossos julgamentos e procurar fazer a nossa parte, algo que seja bom não apenas para si, mas para um todo também. E o mais importante, tentar ser feliz respeitando o limite do (a) outro (a).

Oficinas de arte no Cantinho da Paz

Em fevereiro de 2009 a produção de Arte Livre foi um destaque no Cantinho da Paz. A oficina é coordenada pelo pintor Denir Robson, voluntário Jesuíta, que traz diversas técnicas e formas de fazer arte para as mulheres. Foram desenvolvidas atividades como desenho de observação, moldes com massinha (construção coletiva), ornamentação em roupas com desenhos feitos à mão, entre outras. A participação das mulheres é efetiva e muito produtiva. Além da oficina de Arte Livre com Denir, a Pastoral da Mulher também dará continuação à Oficina de Pintura com ir. Leonira Camatta, outra atividade também muito procurada.

Pastoral da Mulher no lançamento da Campanha da fraternidade 2009




Ir. Lúcia Alves distribui exemplares
do Jornal Grito Mulher

De acordo com o artigo da CNBB (Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil), “mais de mil pessoas lotaram o plenário Juscelino Kubitschek, da Assembléia Legislativa de Belo Horizonte (MG), às 16h do dia 26 de fevereiro, para o lançamento da Campanha da Fraternidade 2009, “Fraternidade e Segurança Pública” e lema: “A paz é fruto da Justiça”. De acordo com a assessoria da Assembléia, este é o maior público registrado em uma Reunião Especial da Casa”. (Ler artigo em
www.cnbb.org.br)

Segundo Dom Walmor, “o lançamento na Assembléia Legislativa em Belo Horizonte, tem um grande significado, pois aqui é a casa do povo. Lugar para garantir e promover a justiça. O tema tem tudo a ver, não só com a igreja e a sociedade, mas com essa casa”, destacou o arcebispo.

A Pastoral se fez presente no Lançamento da Campanha da Fraternidade 2009. Ao todo, cinco agentes e sete mulheres estiveram na Assembléia. Enquanto Pastoral, podemos dizer que o espaço não foi adequado ao evento, já que o plenário não comporta o número de pessoas que compareceram (entre grupos sociais, pastorais, religiosos, imprensa, etc.). Com isso, muitos grupos, inclusive a Pastoral, assistiram tudo via telão. Apesar de a Assembléia ser um local importante, onde tantas decisões pertinentes à segurança pública, entre outros assuntos, são tomadas, ressaltamos que a estrutura não permitiu a participação efetiva de todas e todos.

Dentre os pronunciamentos, destacamos a fala do bispo auxiliar de Belo Horizonte, Dom Aloísio Vitral, que conduziu um momento de espiritualidade (cinco minutos). Segundo Dom Aluísio, Deus é desarmado e nos convida a segui-lo nessa conduta. Ele ainda falou sobre a fome da sociedade, que não é só de segurança, mas também de saúde, relações sociais harmoniosas, bem estar, felicidade, etc. Devemos saciar essa fome. Aí sim, a paz será fruto da justiça. Mesmo sem um espaço para falar de nossa atuação, as agentes conseguiram divulgar e conversar com algumas pessoas sobre o trabalho da APMM/BH. Foram distribuídos exemplares do Jornal Grito Mulher e da Cartilha contra a violência. Notamos bastante interesse de todas (os) que receberam o material.



ENTREVISTA
Entrevistada: mulher atendida pela Pastoral da Mulher, que esteve presente na Assembléia no Lançamento da Campanha.



Dê sua opinião sobre o lançamento da Campanha da Fraternidade na Assembléia Legislativa.
Não foi muito bom, pois assistimos tudo pelo telão. Foi um contato frio, onde não tivemos a oportunidade para colocar a nossa voz. Deveria ser em um espaço mais aberto.

Qual foi a fala mais marcante para você?
Foi a de Dom Aloísio. Ele nos falou sobre a importância de nos desarmar e olhar para o essencial da vida. Mas ele teve muito pouco tempo para falar.

Como alcançar a justiça?
Acho que devemos ser mais solidárias (os), pois onde tem solidariedade e compreensão não tem violência. Mas no extremo que estamos vivendo hoje, é muito complicado manter a calma e alcançar essa justiça. Além do que, a corrupção está na sociedade como um todo, mas a punição não chega para os ricos.


Para você, o que é Segurança Pública e qual a relação da Pastoral da Mulher com essa questão?
Para mim Segurança Pública tem a ver com o sistema da prisão (não soltar os ladrões, criminosos), com a estrutura da cidade. Também tem a ver com a segurança nos hotéis*, pois as mulheres ficam expostas a tudo, violência física e psicológica. Entra todo tipo de gente sem distinção, como traficantes, gente armada, etc. Não existe averiguação e, se uma mulher grita por socorro, não tem ajuda na maioria das vezes. Depois das tragédias, ninguém sabe de nada. É assim que incluo a Pastoral na segurança pública, atuando no sentido de autoridade, conscientização e orientação para as mulheres.