Joyce Montinelly
Para ela, a maioria dos
religiosos é homofóbica, sendo que os 'evangélicos' são os mais agressivos.
Confira a entrevista completa.
Uma matéria publicada no jornal
norte-americano New York Times classificou o Brasil como o país que mais mata
gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transsexuais no mundo. A publicação
alerta para uma ‘epidemia de violência homofóbica’ no país.
Segundo a militante LGBT de
Cajazeiras Joyce Montinelly, os dados dizem que a cada 42 horas uma pessoa LGBT
é assassinada no Brasil ou sofre algum tipo de violência física e psicológica.
Joyce é uma das principais
militantes LGBT da Paraíba e está sempre viajando pelo país para participar de
conferências sobre o assunto. Dessas experiências ela traz a informação de que
o nosso estado se destaca no Nordeste em mortes de travestis, a maioria com
requintes de crueldade e com sinais de extremismo religioso.
“A maioria é violentada desde
casa até a rua e à noite. A gente fica com medo porque a violência é constante.
Todos nós estamos inclusos numa sociedade que finge que aceita, que finge que
gosta, mas eles acrescentam sempre aquele ‘mas'”, disse a militante.
Joyce viajando para evento sobre
LGBT
No Brasil – e com a Paraíba
inclusa – existe uma grande rede de tráfico de travestis, segundo Joyce. Ela
explica que na maioria dos casos as travestis são atraídas para outros estados
ou países pela promessa de ganhar dinheiro ou apenas ter condições de colocar
silicone, mas acabam sendo prostituídas em regime de escravidão.
“Infelizmente no Brasil ainda
existe a escravidão, não só de pessoas LGBT’s, mas também de mulheres, homens,
negros que são prometidos a uma vida de luxo, que vai ter direito a casa,
comida, e são exploradas em termo geral.”
Evangélicos agressivos
Joyce Montinelly conta que uma
das principais motivações para a violência contra os LGBT’s é a intolerância
religiosa. Para ela, a maioria dos religiosos é homofóbica, sendo que os ‘evangélicos’
são os mais agressivos.
“Em sua maioria de pessoas
religiosas, há sim pessoas homofóbicas, há sim pessoas que agridem e violam
todos os dias os nossos direitos, e a maioria dos evangélicos nos agride, não
nos aceita, não nos acolhe e a gente fica muito sentida porque nós estamos
abertas a qualquer público.”
Cajazeiras dando exemplo
Sempre participativa dentro das
políticas públicas de apoio à comunidade LGBT em Cajazeiras, Joyce ressaltou
que o município tem dado exemplo nesse sentido. Ela lembra que existe na cidade
pelo menos duas instituições organizadas voltadas para os LGBT’s: o Conselho
Municipal e a Gerência Municipal, além do próprio Movimento LGBT. “Graças a
Deus em Cajazeiras a gente já evoluiu e cresceu bastante.”
Fonte: http://www.diariodosertao.com.br/
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