Desenvolvido por uma pequena
startup alemã, o Ohlala é um serviço online que, ao mesmo tempo que ganha cada
vez mais popularidade, também enfrenta uma boa dose de preconceito por conta de
seu tema, digamos, polêmico. Isso porque o portal tem como objetivo principal
facilitar os chamados encontros pagos, no qual os rapazes podem solicitar a
companhia de uma mulher mediante o pagamento de uma taxa acertada por ambos. O
mais interessante? O site oficial da iniciativa diz que “prostitutas não são
bem-vindas”.
Em uma época em que apps como
Tinder garantem uma boa rotatividade de relacionamentos entre as pessoas, era
apenas questão de tempo até que um projeto como o elaborado por Pia
Poppentreiter fosse oferecido ao público. A estrutura básica por traz da
página, no entanto, se aproxima mais da experiência entregue por Uber e outras
soluções de serviços sob demanda. A diferença, além da substituição de
motoristas particulares por companhias temporárias, é que é preciso ter mais de
21 anos para participar da brincadeira.
Marcando tudo de bate-pronto
De forma geral, o Ohlala funciona
assim: os usuários masculinos criam uma postagem com seu pedido de encontro e
as mulheres na região decidem se querem aceitar o convite. Entre os itens a
serem preenchidos pelos homens estão campos como data e o horário do “rolê”,
qual a duração esperada para bate-papo vai durar e quanto eles estão dispostos
a pagar pela missão. Segundo Poppentreiter, CEO da empresa, em média essas
reuniões se desenrolam em sessões de até 4 horas e custam por volta de US$ 300
aos clientes – cerca de R$ 970.
Quando uma das moças responder
positivamente ao anúncio, ele sai da listagem e um chat é iniciado para que as
duas partes podem conversar e discutir acerca de outros detalhes do passeio,
como onde o encontro será, se alguém vai levar um amigo ou, claro, se o sexo
faz parte do pacote. O que as pessoas vão fazer a partir daí, não interessa à
companhia, afirma a executiva. O mais interessante é a forma com que o portal
tenta se diferenciar de apps de paquera enquanto mantém a agilidade das operações:
impondo limites de tempo.
A história aqui é conhecer
pessoas interessantes... pagando uma graninha, claro.
Ao que parece, o senso de
urgência é uma prioridade para evitar que o serviço se torne um tipo de
plataforma de namoro ou chat. Assim, cada postagem fica no ar por 21 minutos
antes de ser excluída e, caso seja ativada antes do cronômetro zerar, o canal
de conversa entre a dupla só se mantém aberto por uma hora – garantindo que
eles sejam extremamente objetivos no acerto de contas. O esquema parece ter
caído no gosto do público, já que no início do ano o Ohlala fez sua estreia
fora da Alemanha com um lançamento em Nova York, nos EUA.
Adicionalmente, a iniciativa
ainda parece ter mais espaço para crescer, mesmo com as fortes críticas e
acusações sofridas por conta da proximidade do serviço com a facilitação de
sexo por encomenda. Opções que unem usuários do mesmo sexo ou que colocam as
mulheres no papel do membro pagante estão planejadas para o futuro, por
exemplo, trazendo uma boa diversificação para o método atual de funcionamento
do Ohlala. Outro recurso que deve dar as caras em breve são os apps mobile do
portal para Android e iOS.
Mulheres, façam o que quiserem
Algo bastante interessante nos
bastidores do serviço é o fato de Poppentreiter, sua fundadora, ser, de certa
forma, uma defensora do empoderamento das mulheres – seja qual for o caminho
que elas escolherem. Além de ela mesma lutar para se provar dia após dia em um
ambiente predominantemente masculino, seu posicionamento fica claro na própria
formação da empresa, na qual 50% dos funcionários são do sexo feminino.
A executiva também já deu a cara
a tapa ao lançar, em 2014, um produto realmente voltado para o segmento de
prostituição, o site Peppr. O projeto foi iniciado quando ela percebeu que as
prostitutas precisavam ficar expostas às frias noites de inverno europeias para
conseguir clientes e que a tecnologia e a internet podiam reduzir esse
sofrimento. O serviço até teve sucesso, mas a CEO acabou se desfazendo dele
depois que a história se tornou viral e ganhou muita atenção do público e da
imprensa. “Nós não estávamos preparados”, admite.
A executiva também já deu a cara
a tapa ao lançar, em 2014, um produto realmente voltado para o segmento de
prostituição
Será que a nova empreitada se
mantém nos trilhos? Por enquanto, não há qualquer perspectiva para que o Olalah
chegue ao Brasil, mas é de se esperar que, caso ele venha para cá, coloque no
chinelo as polêmicas envolvendo Tinder, Grindr e outros apps do tipo.
Fonte: http://www.tecmundo.com.br/
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