Na segunda-feira à noite, o voo
909 da American Airlines, que faz o percurso entre Miami e Buenos Aires,
decolou com uma hora e meia de atraso porque sete passageiros, ao saber que o
avião era pilotado por duas mulheres, decidiram não voar. O episódio se
espalhou pelas redes sociais, depois que um amigo de pessoas que, sim, viajaram
expôs ocorrido no Twitter. A demora se deu porque, após os passageiros que
desistiram de viajar descer da aeronave, também foi preciso descer suas
bagagens. A companhia aérea não emitiu nenhum comunicado oficial acerca do
fato.
A reportagem é publicada por
Página/12, 15-07-2016. A tradução é do Cepat.
“Dois companheiros de trabalho
voaram com uma hora e meia de atraso porque o avião (American Airlines) no qual
viajavam era pilotado por duas mulheres. Por que o atraso? Porque sete passageiros
pediram para descer ao se inteirar que piloto e copiloto eram mulheres”, tuitou
um usuário (@QuieroMiJarra), na quarta-feira à noite, na rede de microblogging.
De acordo com o que os passageiros do voo 909 contaram, a tripulação não
informou aos que já estavam em seus assentos a razão pela qual o avião estava
demorando para decolar. Só horas mais tarde, na metade do trajeto, um
tripulante da cabine mencionou, durante um anúncio de rotina, que a viagem
estava sendo pilotada por duas mulheres. Depois, outros tripulantes confirmaram
a alguns passageiros que a demora se deu ao fato que outros viajantes haviam
mudado de ideia ao saber que piloto e copiloto não eram homens.
De acordo com ISA+21, a Sociedade
Internacional de Mulheres Pilotos de Companhias Aéreas, das 130.000 pessoas que
pilotam aviões comerciais em todo o mundo, cerca de 4.000 são mulheres. “Este
número está mudando constantemente e, felizmente, cresce”, estima a entidade,
que destaca que a maioria das mulheres que chega a pilotar aviões estão em
companhias norte-americanas. Das 4.000 pilotos, e considerando “as linhas
aéreas que crescem, as que encolhem, as novas apostas e as falências, só
podemos especular que há cerca de 450 mulheres capitães em companhias de todo o
mundo”, aponta ISA+21 em sua página web.
A entidade que se dedica a
mulheres pilotos de todo o mundo também destaca que “assim que se começou a
contratar mulheres para pilotar, havia muitas provas a ser submetidas, o que
incluía estudos de força. Também havia uma altura mínima que os pilotos de
quase todas as companhias precisam ter. Estes requisitos ficaram quase
majoritariamente pelo caminho. O único requisito é que uma aspirante a piloto
consiga voar no simulador, durante o processo de entrevista, sem problemas
derivados de sua altura ou sua força (por exemplo, deve conseguir alcançar os
pedais e enxergar sobre o painel, e deve conseguir controlar o avião que tenha
perdido os sistemas hidráulicos usados para facilitar o voo)”.
Fonte: Ihu
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