Vídeos e fotos compartilhados nas
redes sociais mostram a garota mantendo relações sexuais com outros estudantes
no banheiro da South Fort Myers High School, em Fort Myers, na Flórida. Imagens
de câmeras de segurança registraram ao menos 25 jovens entrando no local no
momento do incidente, ocorrido no último dia 17. A história motivou vários
comentários na internet, a maioria deles julgando o comportamento da garota.
Até que, na última quarta-feira, uma amiga da família revelou, em entrevista à
rede de TV americana NBC, que a menina era, até recentemente, vítima de tráfico
humano e abuso sexual.
"Ela não estava preparada
para ter uma decisão estável e racional naquela situação", afirmou Megan
Estrem, fundadora da ONG Be the Light ("Seja a luz", em tradução
literal).
"Tráfico sexual é uma
experiência muito traumatizante", acrescentou. "O que é perturbador é
que esse tipo de comportamento não é incomum entre as vítimas."
Estrem concedeu a entrevista a
pedido da mãe da garota, que, segundo a imprensa americana, estava revoltada
com os comentários sobre menina.
Segundo a ativista, jovem ficou
prisioneira de um traficante de pessoas dos 13 aos 15 anos. Após ser libertada,
passou por uma série de terapias antes de ir para a escola, o que tinha
acontecido havia apenas duas semanas antes do incidente.
A mãe da menina, que não quis
aparecer, afirmou que ela foi até o banheiro com um garoto de quem estava a
fim. Ele teria pedido para manter relações sexuais, e ela teria concordado. Em
seguida, outros jovens começaram a entrar no local.
Estrem disse que a adolescente
não teve relações sexuais com 25 rapazes, como tem sido divulgado: a maioria
teria apenas assistido.
"Ela vivia em um ambiente no
qual ela era ordenada a se comportar se uma certa forma, e havia sérias
consequências se ela não o fizesse", contou a ativista à NBC.
Investigações
Até a publicação desta
reportagem, a imprensa americana reportava apenas uma prisão no caso: a de um
jovem de 16 anos, jogador de futebol americano, que teria sido responsável pelo
vídeo.
Em texto publicado no site da
escola, que tem cerca de 2 mil alunos, a diretora Melissa Layner afirmou que o
estudante foi acusado de ato de crueldade contra uma criança, ao permitir que
ela iniciasse uma relação sexual, e por posse de material obsceno.
Até o momento, 16 estudantes
foram punidos pelo departamento de educação do condado. Na esteira do caso, uma
igreja local realizou um fórum sobre cultura do estupro, e a escola enviou
cartas aos pais dos alunos.
Em um comunicado, o xerife Mike
Scott, do Condado de Lee, afirmou ser "lamentável que esse incidente tenha
ocorrido", e que a polícia está comprometida em fazer com que os
responsáveis paguem por seus atos.
Inicialmente, a polícia havia
decidido não entrar com ações criminais, mas isso mudou quando o vídeo veio à
tona.
De acordo com a rede CBS, alunos
afirmaram que imagens foram compartilhadas por aplicativos de mensagem, pelo
Snapchat e em outras redes sociais. Segundo advogados, os estudantes envolvidos
podem ser acusados de divulgar pornografia infantil.
Segundo a agência de notícias AP,
a garota e sua família não manifestaram intenção de denunciar os jovens
envolvidos no caso.
Na Flórida, manter relações
sexuais com menores de 16 anos é considerado estupro. E adolescentes entre 16 e
17 anos só podem se relacionar com jovens entre 16 a 24 anos.
Fonte: BBC Brasil
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