Chamada de 'rata' e 'piranha',
garota estuprada diz ter se sentido um 'lixo'
A adolescente de 16 anos que foi
vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro apagou seu perfil no Facebook
no fim da tarde deste sábado. Mais cedo, ela voltou a usar a rede social para
refutar acusações de que busca apenas atrair atenção com sua história. Ao longo
do dia, suas postagens mais recentes foram coalhadas de comentários
depreciativos, de homens e mulheres, criticando seu comportamento e acusando-a
de não ter sido estuprada. Alguns chegavam a oferecer links para os vídeos do
crime.
A adolescente aderiu à campanha
"Eu luto pelo fim da cultura do estupro", colando os dizeres acima de
sua foto de perfil no Facebook. A jovem ainda pediu que parem de culpá-la pela
violência sofrida. "A culpa nunca é da vítima", escreveu.
"Não, eu não quero mídia,
não fui eu que postei fotinha (sic) muito menos vídeo! Então parem de me culpar
quem errou e procurou não fui eu!", disse a menina, que relatou ter sido
atacada por 33 agressores.
Na noite de sexta-feira, um homem
identificado como Ray de Souza confessou ter gravado um vídeo da adolescente
após ter tido relações sexuais com ela. Depois, mandou as imagens para um amigo
por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp. O caso ocorreu no fim de semana
passado, mas só na terça-feira (24) a polícia ficou sabendo do vídeo.
Souza chegou ontem à Cidade da
Polícia, sede das delegacias especializadas na zona norte do Rio, junto com
Lucas Duarte Santos, de 20 anos, jogador do Boavista (clube da primeira divisão
do Campeonato Carioca) e até então apontado como namorado da vítima, e uma
jovem não identificada.
De acordo com o advogado de
Santos, Eduardo Antunes, seu cliente contou que, após participar de um baile
funk, dois casais (Lucas Santos, Ray de Souza, a jovem que prestou depoimento e
a vítima do estupro) se reuniram em uma casa abandonada no Morro da Barão, na
Praça Seca, zona oeste.
A adolescente de 16 anos teria
tido relações sexuais com Souza. No mesmo local e momento, Santos teria tido
relações com a outra jovem. O advogado afirmou que os três teriam deixado a
adolescente na casa e que não podiam dizer se houve estupro em seguida.
Fonte: UOL
Nenhum comentário:
Postar um comentário