Menor afirma que se sentiu
desrespeitada na delegacia durante depoimento e que está sofrendo ameaças de
morte. Delegado Alessandro Thiers foi afastado do caso.
A adolescente de 16 anos vítima
de estupro coletivo denunciou neste domingo que está sendo ameaçada de morte e
criticou a conduta do delegado afastado do caso Alessandro Thiers, titular da
Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI). A Polícia Civil
anunciou neste domingo que a delegada Cristiana Bento, titular da Delegacia da
Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), vai assumir o comando da investigação.
Em entrevista ao Fantástico, da
Rede Globo, a jovem contou que se sentiu intimidada durante os depoimentos
prestados na sexta-feira, 27. "O próprio delegado me culpou. Quando eu fui
na delegacia, eu não me senti a vontade, em nenhum momento.. tentaram me incriminar,
como se eu tivesse culpa de ser estuprada... eu pedi pra ele (delegado
Alessandro Thiers) parar o depoimento". Em outro trecho da entrevista, a
jovem volta a criticar o comportamento do delegado. "Ele botou na mesa as
fotos e o vídeo e falou:'me conta aí'... não perguntou se eu estava bem... ele
me perguntou se eu tinha costume de fazer isso, se eu gostava de fazer
isso", detalhou.
A jovem também contou quando
acordou em uma casa desconhecida.“Quando eu acordei, tinha um menino embaixo de
mim, um menino em cima e dois me segurando" disse a adolescente que
acredita ter sido dopada. Ela afirma que não usou drogas naquela noite. Ao ser
perguntada sobre o que deseja para os homens que participaram do estupro, a
jovem disse: "O que eu desejo sinceramebnte? Que eles tenham uma filha
mulher".
Advogada
Neste domingo, família da jovem
decidiu dispensar a advogada Eloísa Samy. Ela foi informada da decisão pela avó
da adolescente, numa mensagem de áudio via celular, informou a advogada na
noite deste domingo. A jovem foi incluída no Programa de Proteção à Criança e
Adolescente Ameaçada de Morte (PPCAAM).
A advogada se disse
"aliviada" com a decisão da família, porque estava conduzindo o
trabalho sozinha, e demonstrou confiança nos órgãos do Estado, como o
Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) e a Defensoria Pública. "A
Defensoria tem os melhores advogados do País", disse Eloísa, elogiando,
sobretudo, os profissionais que trabalham com direitos humanos.
O estupro coletivo da menor
aconteceu há cerca de uma semana, mas o vídeo com o crime só foi divulgado na
internet, por um dos 33 homens que participaram da violência, na última
quarta-feira (25).
No primeiro depoimento, na
madrugada de quinta-feira, 26, disse que 33 bandidos armados de fuzis e pistolas
participaram das agressões sexuais que sofreu em uma casa no morro do Barão, na
Praça Seca, zona oeste.
Fonte: Estado de Minas
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