'Não dói o útero e sim a alma',
diz menina vítima de estupro coletivo.
A adolescente de 16 anos que foi
vítima de um estupro coletivo na comunidade da Barão, em Jacarepaguá, zona
oeste do Rio, usou as redes sociais nesta sexta-feira (27) para desabafar sobre
a agressão que sofreu.
"Todas podemos um dia passa
e por isso... Não, não dói o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis
sendo impunes!! Obrigada ao apoio", escreveu a menina. A mensagem da jovem
foi a segunda publicada por ela em referência à agressão que sofreu.
Na noite desta quinta (26), ela
já havia feito um agradecimento em sua página na rede social: "Venho
comunicar que roubaram meu telefone e obrigada pelo apoio de todos. Realmente
pensei que seria julgada mal".
O presidente interino, Michel
Temer (PMDB), determinou que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, faça
contato com o secretário da Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, e ofereça
recursos para auxiliar na investigação.
"O estupro representa a
maior violência à dignidade da mulher e deve ser duramente reprimido",
disse, em nota, o ministro.
Na próxima terça (31), Moraes
fará um encontro com todos os secretários da Segurança Pública do país para
debater políticas na área de violência contra a mulher.
CASO
A Polícia Civil já pediu a prisão
de quatro homens após a abertura de inquérito para identificar 33 suspeitos. A
investigação teve início após um vídeo da jovem, nua e desacordada, ser postado
em redes sociais na terça (24). Entre os quatro suspeitos identificados estão
dois rapazes que divulgaram imagens da menina na internet; os outros dois
teriam praticado abusos. O garoto com quem ela se relacionava também teve a
prisão pedida. Os suspeitos têm entre 18 e 41 anos.
Na gravação, um grupo de homens,
em meio a risadas, toca nas partes íntimas da garota e diz que ela foi
violentada por "mais de 30". Em 2009, a lei 12.015 foi alterada e
passou a considerar, além da conjunção carnal, atos libidinosos como crime de
estupro.
A vítima depôs à polícia na
madrugada desta quinta (26) e contou que saiu de casa no sábado (21), à 1h,
para ir à comunidade da Barão, em Jacarepaguá. Lá, encontraria um garoto de 19
anos com quem estava "ficando" e a quem identificou como
"Petão".
Os dois se conheceram no colégio
há três anos. A jovem contou que, ao chegar na Barão, foi para a casa do rapaz,
onde ficaram sozinhos. A partir daí, afirmou só se lembrar de ter acordado no
dia seguinte, domingo, em outra casa.
Segundo seu relato, estava
dopada, nua e sendo observada por 33 homens armados de fuzis e pistolas. A
polícia suspeita que eles integrem a quadrilha de traficantes de drogas que
atua na região.
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