Há mais de 50 anos, meninas do
mundo todo sonham em ter uma Barbie. Na Nigéria, porém, a boneca americana
encontra uma concorrência cada vez mais forte: são as Queens of Africa (Rainhas
da África), uma linha de bonecas inspiradas em diferentes tribos africanas.
A
empresa responsável pelas bonecas foi criada há sete anos pelo empresário de 43
anos Taofick Okoya, após ele não encontrar no mercado uma boneca que tivesse a
cor de pele da sua sobrinha.
“Durante o processo (de pesquisa sobre o
mercado) eu percebi questões sociais maiores, como baixa autoestima, o que me
deu a paixão necessária para querer mudar a próxima geração. Foi uma jornada
dura, mas eu gostei”, contou à “Elle” o empresário, que diz ter encontrado
resistência de distribuidores por causa das cores e das roupas das bonecas.
De acordo com a Reuters, Okoya
vende entre 6 mil e 9 mil bonecas por mês, por preços que variam entre 1,3 mil
e 3,5 mil nairas cada (entre R$ 18 e R$ 48). O empresário estima controlar
entre 10% e 15% do mercado na Nigéria, e já recebe encomendas online de países
das Américas e da Europa, inclusive do Brasil.
Embora a Mattel, fabricante da
Barbie, produza bonecas negras desde 1980, clientes ao redor do mundo têm
elogiado as versões de Okoya por retratarem de forma mais abrangente a
variedade de cores e traços da raça.
“Normalmente as bonecas negras
são tão escuras, não compro porque não parecem comigo. Eu acho que se elas
tivessem uma variedade de bonecas negras, com cores diferentes como as suas,
seria melhor. Nenhuma pessoa negra tem a mesma cor que a outra: alguns tem
pigmentos mais escuros, outros mais claros. Como várias afro-americanas, nunca
encontrei uma boneca que se encaixasse comigo até hoje”, escreveu uma das
clientes americanas.
Fonte: O Globo
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