Papa Francisco afirma que é urgente abrir espaço para as mulheres na Igreja.
Francisco reiterou que será
necessário estudar ''critérios e modalidades novas para que as mulheres não se
sintam hóspedes, mas participantes de pleno direito dos diversos âmbitos da
vida social e eclesial''.
O Papa Francisco voltou a falar
sobre o papel da mulher nas atividades da igreja, desta vez num tom mais firme
e liberal. Durante a Assembleia Plenária do Pontifício Conselho para a Cultura,
nesta segunda-feira, 09 de fevereiro, ele declarou: ''a Igreja é mulher, é 'a’
Igreja, não ‘o’ Igreja. É um desafio improrrogável. Digo aos pastores das
comunidades cristãs, aqui em representação da Igreja universal, mas também aos
leigos e leigas que trabalham de diferentes maneiras na cultura, educação,
economia, política, o mundo do trabalho, nas famílias, nas instituições
religiosas''.
Contrariando a Igreja, mulheres
já celebram missas em alguns países sul-americanos.
Francisco reiterou que será
necessário estudar ''critérios e modalidades novas para que as mulheres não se
sintam hóspedes, mas participantes de pleno direito dos diversos âmbitos da
vida social e eclesial''. Referindo-se ao primeiro tema da Plenária "Entre
igualdade e diferença: em busca de um equilíbrio'', ele assinalou que esse
equilíbrio tem que ser harmonioso e não só uma questão de balanço. ''Esse
aspecto não deve ser enfrentado ideologicamente, porque a ‘lente’ da ideologia
impede de ver bem a realidade. (...). Já há algum tempo deixamos para trás,
pelo menos nas sociedades ocidentais, o modelo de subordinação social das
mulheres aos homens, um modelo secular, que, no entanto, não esgotou todos os
seus efeitos negativos”.
O Papa acrescentou ainda que
também foi superado um segundo modelo, o da mera paridade aplicada
mecanicamente, e o da igualdade absoluta. "Assim, se configurou um novo
paradigma, o da reciprocidade e de equivalência na diferencia. A relação
homem-mulher, portanto, deveria reconhecer que ambos são necessários devido a
que possuem sim uma natureza idêntica, mas com modalidade própria. A uma é
necessária o outro e vice-versa, a fim de cumprir realmente a plenitude da
pessoa''.
Outro ponto de reflexão, ''O
corpo da mulher entre a cultura e a biologia'', Francisco salientou traz à tona
a "beleza e a harmonia” do corpo que Deus deu à mulher, mas também as
dolorosas feridas infligidas, às vezes com violência brutal, pelo fato de serem
mulheres. "Símbolo da vida, o corpo feminino é, por desgraça, não poucas
vezes, atacado e desfigurado por aqueles que deveriam ser seus protetores e
companheiros na vida”, enfatizou. Segundo ele, as muitas formas de escravidão,
de mercantilização, de mutilação do corpo das mulheres, levam ao compromisso de
trabalhar para acabar com essa forma de degradação que o reduz a um mero objeto
de vender em diversos mercados. "Quero chamar a atenção, nesse contexto
sobre a dolorosa situação de muitas mulheres pobres, obrigadas a viverem em
situações perigosas, exploradas, relegadas às margens da sociedade e
convertidas em vítima da cultura do descarte”.
Sobre questão "As mulheres e
a religião: fuga ou busca de participação na vida da Igreja?” o Papa reiterou
sua convicção de que é urgente 'abrir espaço para as mulheres na Igreja e
acolhê-las levando em conta as mudanças culturais e sociais. "É desejável,
portanto, uma presença feminina mais extensa e incisiva nas comunidades, de
modo que seja visível e numerosa sua participação nas responsabilidades
pastorais, no acompanhamento das pessoas, famílias e grupos, bem como na
reflexão teológica”.
Francisco disse ainda que não se
deve deixar que as mulheres levem sozinhas a carga e tomem sozinhas as
decisões. Todas as instituições, incluída a comunidade eclesial, são chamadas a
garantirem a liberdade de eleição para as mulheres, para que tenham a
capacidade de assumirem responsabilidades sociais e eclesiais, de maneira
harmoniosa com a vida familiar''.
Fonte: Adital
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