Vítima. Cansada das agressões do marido, a dona de casa M., 21, procurou ajuda especializada Lei Maria da Penha, que completa hoje três anos, estimulou denúncias
Para o IPEA, lei afetou o
comportamento de agressores e vítimas por três motivos: aumento da pena, mais
segurança à vítima, e aperfeiçoamento do mecanismo jurisdicional.
Após oito anos de vigência, uma
pesquisa divulgado pelo Instituto de Pesquisa Aplicada (IPEA), nesta
quarta-feira (4), avalia que a Lei Maria da Penha modificou o tratamento do
Estado com relação os casos de violência doméstica, entretanto, a situação
ideal está longe de ser alcançada. Até 2013, apenas 1% do país possuía locais
especializados para atendimento de mulheres vítimas de violência doméstica,
como casas de abrigo, promotorias especializadas e juizados.
A pesquisa demonstra um gargalo
preocupante: não foram os municípios com maior índice de homicídios de mulheres
que receberam mais unidades de atendimento. Nos locais onde não existe o
aparato para receber a vítima de violência, a população ainda desconfia que o
agressor receberá algum tipo de punição. Em Cacoal (RO), a taxa de homicídios
de mulheres em residência no ano de 2011 foi de 1,08 (por mil). Na cidade,
havia 15 Unidades de Atendimento à Mulher. Já em Cassilândia (MS), a taxa de mortes, no mesmo período, foi de
2,23 e apenas nove unidades estavam disponíveis.
Veja mais detalhes na tabela do
Ipea:
Para o IPEA, a Lei Maria da Penha
afetou o comportamento de agressores e vítimas por três motivos: aumento da
pena, mais segurança à vítima, e aperfeiçoamento do mecanismo jurisdicional.
Homicídios
Como não existem dados sobre
violência não letal contra a mulher, o IPEA analisou os homicídios e os
assassinatos que aconteceram dentro das residências, que, na análise dos
pesquisadores, mais se aproximam da violência doméstica. Para tanto, o grupo de
tratamento (homicídio de mulheres) foi confrontado com o grupo de controle
(homicídio contra homens). Segundo o artigo “os resultados mostraram
unanimemente que a introdução da LPM (Lei Maria da Penha) gerou efeitos
estatisticamente significativos para fazer diminuir os homicídios associadas à
questão de gênero”.
Os cinco gráficos não apresentam
um padrão muito claro, sendo as maiores diminuições observadas nas taxas de
homicídios referentes ao Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
Saiba mais:
Em 1983, enquanto dormia, Maria
da Penha, levou um tiro do próprio marido, o que resultou na sua paraplegia.
Duas semanas depois de voltar do hospital, o mesmo homem tentou eletrocutá-la.
A condenação ocorreu apenas em 2002, da qual decorreram dois anos de prisão.
Fonte: O Tempo
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