A violência de gênero em
instituições acadêmicas pode gerar um aumento do absenteísmo, fraco desempenho,
desistência escolar, baixa autoestima, depressão, gravidez e infecções
sexualmente transmitidas, como HIV.
A violência de gênero no ambiente
escolar tem causado um impacto negativo na educação de milhões de crianças em
todo o mundo, segundo um novo artigo publicado nesta terça-feira (10) na
Comissão da Condição Jurídica e Social da Mulher.
A diretora da Iniciativa da ONU
pela Educação das Meninas (UNGEI), Nora Fyles, explicou, que apesar dos avanços
nos últimos 20 anos, a violência de gênero na sala de aula e no ambiente
escolar permanece invisível. Para lidar com esse problema, governos, a
sociedade civil e outros parceiros devem se envolver mais para proteger as
crianças e processar os agressores, reivindicou Fyles.
A violência de gênero relacionada
ao ambiente escolar inclui assédio verbal ou sexual, abuso sexual, punição
física, além do bullying, que afeta cerca de 246 milhões de meninos e meninas
todos os anos. A violência de gênero em instituições acadêmicas pode gerar um
aumento do absenteísmo, fraco desempenho, desistência escolar, baixa
autoestima, depressão, gravidez e infecções sexualmente transmitidas, como HIV;
todos elementos que têm impacto negativo na aprendizagem e no bem-estar.
A verdadeira escala e o real
impacto desses atos permanecem encobertos em função da falta de evidências. Uma
pesquisa nacional na África do Sul mostrou que quase 8% de todas as meninas que
frequentam escolas secundárias já tiveram experiências com agressão sexual
grave ou estupro enquanto estavam na escola. Em outro estudo realizado na
Holanda, 27% dos alunos reportaram já terem sofrido assédio sexual provocado
por funcionários da escola.
“As escolas deveriam ser um
refúgio seguro para os jovens, especialmente para aqueles em países
marginalizados e/ou afetados por conflitos. É vital que a comunidade
internacional empreenda esforços conjuntos para garantir que sejam realizadas
as melhores pesquisas para compreender a escala e o alcance da violência de
gênero relacionada ao ambiente escolar, bem como para desenvolver políticas
para eliminá-la após 2015”, disse a diretora-geral da UNESCO, Irina Bokova.
Desenvolvido por uma equipe
independente e publicado pela Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a
Comunicação (UNESCO), o Relatório de Monitoramento Global de Educação para
Todos é uma referência de autoridade que tem como objetivo informar,
influenciar e sustentar o genuíno comprometimento em relação à Educação para
Todos.
Fonte: UNESCO
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