Uma das dúvidas mais frequentes
entre as mulheres quanto a seus relacionamentos é a respeito do machismo do
parceiro. Como, afinal, devemos traçar a linha e compreender certas atitudes do
parceiro como misóginas? E como reagir a essas atitudes?
Por Jarid Arraes, do Questões de
Gênero
Muitos exemplos envolvem sinais
evidentes de relacionamentos abusivos. São homens que controlam o comportamento
das mulheres, ditando que tipo de roupa podem usar, se devem ou não utilizar
alguma maquiagem, com quem podem manter amizade ou, em casos mais graves, com
que membros da família podem manter contato. Pode parecer simples identificar
um relacionamento abusivo, mas a subjugação psicológica e os laços de
dependência tornam o reconhecimento da violência muito mais difícil.
O problema começa da forma como
nossa cultura ensina que relacionamentos devem ser, reforçando idealizações de
parceiros e alimentando a necessidade de dependência. Somos levados a acreditar
que o amor verdadeiro envolve subjugação, como se fosse impossível sobreviver
sem a outra pessoa. O ciúme também é amplamente aceito e desejado, sendo
encarado até mesmo como prova de amor.
Os relacionamentos abusivos são
repletos de controle e nem sempre começam de forma extrema. O abuso se
desenvolve de maneira gradativa, até o ponto em que a vítima não consegue mais
confiar em seus próprios desconfortos e também não enxerga uma saída para a
situação. Muitas mulheres são levadas a pensar que já é tarde demais e a única
alternativa é a resignação. Aceitar que o homem é extremamente ciumento, aceitar
que o homem não gosta de roupas curtas ou coladas, aceitar que o homem “sabe o
que é melhor” para o relacionamento.
Nesses casos, o sentimento de
impotência e o medo tomam posse da vítima, de forma que xingamentos e abusos
verbais passam a ser parte natural das brigas e discordâncias rotineiras. Ser
xingada de puta, vadia, ter a aparência física debochada e até mesmo ouvir
insinuações de que cometeu uma traição passam a ser situações comuns. O pior é
que mentir para si mesma e tentar se convencer de que isso não fere tanto assim
é algo perigoso. Aos poucos, a autoestima acaba se destruindo, a percepção de
si como um ser humano com qualidades se esvai, a ideia de que é possível ser
feliz com outra pessoa ou mesmo solteira se torna impossível. A dependência se
fortalece cada vez mais e cada passo no relacionamento pode levar a uma
tragédia ainda maior do que a tragédia já vivida.
A violência doméstica ainda vai
muito além das agressões físicas, pois há também abusos psicológicos, verbais e
patrimoniais. Nossa sociedade encara com naturalidade o fato de muitas mulheres
ainda dependerem financeiramente dos homens, sem que perceba que a falta de
autonomia financeira é um dos maiores motivos para que mulheres continuem em
relações de abuso. E são poucos os que interferem quando um homem agride uma
mulher em público, agindo com grosseria e palavras degradantes.
O resultado disso é uma
quantidade exorbitante de mulheres que nem sequer sabem que estão em
relacionamentos de violência, tampouco imaginam que podem recorrer a uma
Delegacia da Mulher ou sequer pedir ajuda a familiares e amigos – até porque,
em muitos casos, nem mesmo a família ajuda.
Precisamos investir em informação
e acolhimento para essas mulheres, pois nem só de olho roxo se faz uma mulher
violentada e destruída. Falar a respeito e não fazer concessões diante de atos
abusivos seria um excelente começo. Que não tenhamos medo de confrontar a
violência quando nos depararmos com ela. Assim, mais mulheres saberão que não
precisam aceitar o abuso em seus relacionamentos.
Fonte: Geledes
Um comentário:
O maior problema, na verdade, é a falta de diálogo e sinceridade logo no início dos relacionamentos.
Um quer se mostrar lindo, puro e perfeito para o outro mas depois se cansam e passam a mostrar o que realmente são é pensam.
Um relacionamento é um acordo. Se tudo for esclarecido logo no início, não tem dores de cabeça no futuro.
Se o cara (ou a guria) não gosta que a mulher (ou o cara) se comporte de certa maneira, use determinadas roupas, fale com certas pessoas, frequente certos lugares, etc, já deve dizer. Mas o que mais vejo é um achando que pode mudar ou outro achando que pode aceitar. Não ache, saiba!
Se não há acordo, não há relacionamento.
Relacionamentos apenas não dão certo pela falsidade existente no início dos mesmos.
Depois, a moça que achou que poderia aceitar o jeito do namorado ou que achou que ele poderia mudar, sai gritando pro mundo que é vítima, que sofreu abuso e, o cara sai taxado de escroto, machista e todos os outros mimimis clássicos de mulheres vitimistas.
Tudo por falta de sinceridade no início.
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