Médicos João Alberto Brandão,
Cláudio Rogério e Jeferson Skulski foram detidos em Poços de Caldas (Foto:
Reprodução EPTV)
A Polícia Militar (PM) prendeu,
na tarde desta segunda-feira, três médicos acusados de participar de uma
quadrilha de tráfico de órgãos, chamada de 'Máfia dos Órgãos', que agia no Sul
de Minas Gerais. Os três são acusados pela morte de Paulo Lourenço Alves, de 41
anos, em janeiro de 2001. Segundo a denúncia do Ministério Público de Minas
Gerais (MPMG), o atestado de óbito consta que a vítima morreu por causa de um
hematoma cerebelar e hipertensão arterial. Porém, no prontuário não consta o laudo
de exame que comprova a morte cerebral. Mesmo assim, o paciente teve rins e
córneas extraídas.
Três médicos foram presos nesta
segunda-feira (23) em Poços de Caldas (MG) acusados de irregularidades na
constatação da morte e remoção de órgãos de um homem de 41 anos em 2001.
Segundo a Polícia Civil, os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz
Narciso Alvarenga Monteiro de Castro, após mandado de prisão expedido em razão
da sentença condenatória.
As audiências de instrução e
julgamento referentes ao caso foram realizadas em julho de 2014 no Fórum de
Poços de Caldas. O nefrologista João Alberto Góes Brandão, o urologista Cláudio
Rogério Carneiro Fernandes e o radiologista Jeferson André Saheki Skulski são
acusados da retirada ilegal de córneas e rins de Paulo Lourenço Alves, na época
com 41 anos, na Santa Casa de Poços de Caldas. Eles foram condenados a 19, 17 e
18 anos, respectivamente.
Os profissionais foram detidos,
levados para a Delegacia de Polícia Civil de Poços de Caldas e de lá
encaminhados ao presídio da cidade. Outros três médicos envolvidos com o caso
permanecem em liberdade, mas receberam medidas cautelares.
De acordo com o juiz Narciso
Alvarenga Monteiro de Castro, a sentença conclui que o paciente Paulo Lourenço
Alves ainda estava vivo quando os médicos fizeram a retirada dos órgãos.
O único médico que falou com a
imprensa foi Cláudio Rogério Carneiro Fernandes. "Deus vai resolver isso.
Já resolveu uma vez e vai resolver de novo essa injustiça", disse.
Dois dos médicos acusados por
este crime – João Alberto Góes Brandão e Cláudio Rogério Carneiro
Fernandes - já foram condenados em
outros casos da chamada ‘Máfia dos Órgãos’. Este último chegou a ficar preso
por 30 dias pela condenação de 17 anos, por envolvimento no caso do menino
Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, em 2001. O caso ficou conhecido como 'Caso
Pavesi' e foi o que deu início às investigações a outros oito casos referentes
ao tráfico de órgãos na cidade.
Procurado, o advogado José Arthur
Kalil que defende os médicos João Alberto Góes Brandão e Cláudio Rogério
Carneiro Fernandes disse que vai recorrer da decisão e entrar com pedido de
habeas corpus.
O advogado Fábio Camargo de
Souza, que defende o radiologista Jeferson Skulski, informou que vai entrar com
pedido de habeas corpus.
Outros médicos envolvidos permanecem soltos
Envolvidos neste caso, o
gastroenterologista Paulo César Pereira Negrão foi condenado a 16 anos, mas o
juiz entendeu que a participação dele não era suficiente para a prisão e por
isso o profissional vai cumprir apenas medidas cautelares em liberdade. O
advogado dele, Dório Ferreira Grossi disse que ainda não teve acesso à
sentença.
O médico anestesiologista José
Júlio Balducci, ex-secretário de Saúde de Poços de Caldas foi absolvido no
caso.
A oftalmologista Alessandra
Queiroz Araújo não vai ser presa porque o juiz entendeu que a pena era pequena
e foi prescrita.
Caso foi julgado em julho de 2014
em Poços de Caldas (Foto: Reprodução EPTV)
Entenda o caso
O caso denominado como ‘Caso
5’ aconteceu há 15 anos e vitimou Paulo
Lourenço Alves, na época com 41 anos. Segundo o processo, a vítima morreu em 15
de janeiro de 2011 no Hospital da Santa Casa. Após a morte encefálica, as córneas teriam sido retiradas e enviadas
para Varginha (MG) e os rins, embora retirados, não foram transplantados.
De acordo com a denúncia, no prontuário da vítima não consta o laudo do
exame que comprovaria a morte cerebral do paciente, que teria sido doador
cadáver. Não foram encontrados também registros médicos relatando as condições
clínicas do paciente e nem foi possível confirmar se as córneas foram
encaminhadas para Varginha.
Para a promotoria, o paciente que
teve os órgãos retirados em 2001 ainda estava vivo antes da cirurgia e os seis
médicos que participaram do procedimento foram denunciados pela falha no
diagnóstico de morte encefálica e remoção ilegal de órgãos.
Para o Ministério Público, há a
denúncia de que o paciente havia ingerido bebida alcoolica no dia anterior à
internação. Dessa forma, nenhum procedimento a fim de diagnosticar a morte
encefálica deveria ter sido realizado, já que o álcool funciona como depressor
do Sistema Nervoso Central (SNC). Por isso, os médicos são acusados de ter
condutas que teriam como finalidade a morte da vítima para a captação dos órgãos.
O nefrologista e intensivista
João Alberto Góes Brandão é apontado como o participante de todas as fases da
captação, o que é expressamente proibido pela Lei de Transplantes. Segundo o
Ministério Público, ele teria assistido ao paciente, mas não teria executado os
procedimentos necessários para salvar a vida do mesmo e teria feito o exame
para diagnosticar a morte encefálica de forma fraudulenta.
O denunciado também procedeu a
notificação ao MG Sul Transplantes - entidade considera clandestina - e também
avisou a família sobre a morte cerebral do paciente, obtendo autorização para a
doação. Já o urologista e cirurgião Cláudio Rogério Carneiro Fernandes atuou
diretamente na extração dos rins do doador.
Ainda na denúncia da promotoria,
o gastroenterologista Paulo César Negrão atestou o diagnóstico de morte
encefálica sem observar parâmetros legais. E o radiologista Jeferson Skulski
usou técnica diferente da recomendada na literatura médica para a detecção da
morte, o que impossibilitou o diagnóstico correto.
O médico José Júlio Balducci
participou como anestesista da cirurgia de retirada de órgãos da vítima. Já a oftalmologista
Alessandra Angélica Queiroz Araújo foi responsável pela extração das córneas,
mesmo não possuindo autorização legal para realizar transplantes.
Para a promotoria, todos os
envolvidos sabiam que a vítima poderia ainda estar viva e ainda assim
prosseguiram com a cirurgia, assumindo o risco de morte do paciente.
Paulinho Pavesi morreu aos 10
anos após cair, passar por cirurgia e ter os órgãos removidos (Foto: Paulo
Pavesi/ Arquivo Pessoal)
Outros casos relacionados e a Máfia dos Órgãos
Os médicos aparecem ainda em
outros processos ligados à 'Máfia dos Órgãos'.
O 'Caso 2', que foi julgado recentemente está ligado ao 'Caso 3', que
ainda tramita na Justiça e terminou com a morte da vítima Alice Mezavila
Tavares, na época com 49 anos, após receber um rim doado por um paciente
supostamente assassinado. Ela esperou pelo menos três anos pelo transplante do
órgão e segundo a família, as causas apontadas pela Santa Casa foram infecção
generalizada e insuficiência renal crônica. Em outra caso, uma vítima de 50
anos não teve os órgãos captados, no entanto, o motivo não consta no prontuário
médico. A morte aconteceu no dia 6 de junho de 2001.
As investigações de diversos
casos referentes à retirada ilegal de órgãos na Santa Casa de Poços de Caldas
tiveram início após a morte do menino Paulo Veronesi Pavesi, o Paulinho, em
2000. A criança, na época com 10 anos, teria tido os órgãos removidos enquanto
ainda estava viva. Em 2013, três dos médicos envolvidos foram condenados em
primeira instância a penas que variam entre 14 e 18 anos e dois deles passaram um mês detidos no
Presídio de Poços de Caldas. Eles conseguiram o direito de recorrer em
liberade, mesmo após as condenações.
Há ainda a expectativa de que
outros quatro médicos sejam levados à júri popular por conta da morte do Caso
Pavesi. No entanto, no começo deste mês, o julgamento deste caso, que acontecia
em Belo Horizonte, foi suspenso. O Caso 1 também já foi julgado e condenou os
médicos Alexandre Crispino Zincone, João Alberto Góes Brandão, Celso Roberto
Frasson Scafi e Cláudio Rogério Carneiro Fernandes em primeira instância.
Fonte: Globo
26 comentários:
olha a cara de preocupação deles e, com certeza, votaram na dilma
Por isso prefiro médicos cubanos.
o Anônimo vagabundo e canalha da mensagem das 18:19h, eleitor da gang que durante 12 anos devastou MG e deixou uma dívida de quase 80 BILHÕES DE REAIS, além de serviços públicos sucateados, sabe que o chefe desse quadrilha, o médico Carlos Mosconi era deputado estadual do PSDB, e foi presidente da comissão de saúde do parlamento de MG, homem de confiança de Aécio. O marginal que escreveu a mensagem é só mais um que faz parte do exército de robôs do Aécio para tentar distorcer os fatos e reverter as notícias sobre corrupção que aparecem contra ele. Agora não dá mais para esconder. Não tem mais o poder e não tem mais como manipular a informação.
O que a Dilma tem a ver FDP?
Para de falar merda!
Ele deve ter cheirando o produto do helicóptero.
Votaram na Dilma? Veja essa matéria para saber em que eles votaram...
http://www.viomundo.com.br/denuncias/leandro-fortes-tucano-carlos-mosconi-um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira.html
Tenho fé q um dia, entenderemos q devemos nos unir pra uma reforma politica, pra uma reforma constitucional e pararmos com essa guerrinha pt e psdb
Para um tal Anônimo: deixa de ser desonesto intelectual, a maioria dos médicos fizeram campanha para o Aécio.
o tucano Carlos Mosconi, médico e idealizador da MG Sul Transplantes, ONG que servia de central clandestina de receptação e distribuição de órgãos humanos em Poços de Caldas. Foi presidente da Comissão de Saúde do Parlamento mineiro desde o governo de Aécio Neves em MG.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/leandro-fortes-tucano-carlos-mosconi-um-feliciano-piorado-na-assembleia-mineira.html
Aeroporto clandestino do Aécio Neves tb está ligado a máfia do transplante de órgãos.
http://ppavesi.blogspot.com.br/2014/07/o-aeroporto-de-aecio-e-o-trafico-de.html
É de perder a esperança qdo vc lê um comentario "votaram na dilma" sobre um assunto tão absurdo e sério. Ao invés de exigirmos punição e acabar com essa quadrilha, ja vem um e minimiza o horror promovido por esses seres. Mais maor, por favor.
PORQUE SOLTAR ESTES CANALHAS? DEIXA ELE SER PRESO E MORTO NA CADEIA,SÓ FALAR PRO DETENTOS QUE ELES FAZEM JUSTIÇA COM SUAS MÃOS, POIS POR INCRIVELUE PAREÇA, DENTRO DAS PRISÕES MUITOS SÃO MAIS HUMNAOS QUE ESTES. ASSIM SEUS ORGÃOS SERÃO DOADOS POR COMPLETO....QUEM COM FERRE FERE CM FERRO SERÁ FERIDO, EM PROL DA HUMANIDADE MAIS HUMANA!
A politicagem barata dos anti-Dilma chega ser engraçada: essa turma é ligada ao Carlos Mosconi, homem de confiança do Aécio.
Este caso é tão grave e tão horroroso... E pior é saber que esses caras prestaram um juramento de preservar a vida humana e se venderam por pura ganância. Não são médicos, são monstros! Deveriam morrer no presídio. Não sabem o que é ter im filho.
Por favor, respeitem as famílias e as vítimas. Dilma e Aécio não tem nada a ver com isso. Direcionem comentários à barbaridade da ocorrência. Esses algozes e bandidos já tinham passagem pela polícias, no passado recente já escolheram suas vítimas de ontem e foram soltos, em liberdade amanhã as vítimas futuras poderão ser qualquer um de vocês.
No Brasil só tem ladrão na política corrupta!! Hoje, o maior empreendedorismo é envolver na política!! Quem entra vai só mama.
Caros leitores. Eu sou Paulo Pavesi e meu filho foi assassinado por esta quadrilha, cujo chefe é amigo pessoal e braço direito de Aécio Neves. No entanto, me admira ver como um caso tão sujo pode virar guerra política. Uma criança de 10 anos foi assassinada. E parece que isto importa menos do que o perfil do chefe da quadrilha. Esta guerra PT e PSDB está acabando com o Brasil enquanto crianças como o meu filho estão sendo dizimadas. Será que poderíamos pensar nisso?
Porque falar da Dilma te ofende tanto? É cúmplice dela?
Nossa que cara trouxa! Porque acha que o outro não tem direito de opinar!
Bruxa! Diminha!
E vc na sua casa!
sr. Paulo Pavesi, sentimentos e espero que os culpados realmente cumpram as penas. Mas o sr. fala de "um chefe de quadrilha", mas não deu nome, ele já está entre os denunciados?
Dilma deu autonomia ao MP e a PF como nunca antes ninguém deu , por isso você esta falando ASNEIRAS seu MENTECAPTO !
Otário preconceituoso. Dilma sofre na mão de ridículos assim.
E vou dizer mais, não vi máfia nenhuna nesses casos.
PROMOTORES incompetentes, e muitos incapazes de seguir um procedimento jurídico adequado.
Nosso sistema penal segue com profissionais do sistema judiciário, desqualificados e movidos por emoções populares, prejudicando o estado de direito.
Para mim esses indivíduo deveriam ser proibidos de levarem trabalho para casa, assim como de lecionarem e com carga horária igual a qualquer funcionário público, de 40 horas semanais e férias de 30 dias anuais.
Médico votando em Dilma? De onde o acéfalo tirou isso? Todo médico que conheço votou no Aécio, que fez conluio com a máfia do jaleco, que tem poder no congresso, que queriam aprovar o terrível "ato médico". Vão catar coquinho.
Postar um comentário