Cerca de 10 mil transplantes de
órgãos são feitos todo ano na China, mas um número consideravelmente menor de
pessoas aparece no registro oficial de doadores. Segundo o advogado de direitos
humanos, David Matas, "alguém está sendo morto pelos órgãos".
David Matas, advogado de direitos humanos (foto: divulgação/SBS)
Um documentário feito a partir da investigação
de Matas e seu colega, David Kilgour, será exibido no canal australiano SBS
nesta terça-feira (7/04).
Segundo a investigação, a China
se tornou um destino para pessoas que querem evitar listas de espera para um
transplante e essa indústria movimenta US$ 1 bilhão no país.
Matas e Kilgour acreditam que
parte dos órgãos são retirados de membros do movimento Falun Gong, um grupo com
milhões de seguidores que é banido pelo governo. "Falun Gong, antes de ser
reprimido, era um movimento muito popular na China", diz Matas.
Investigadores dizem que milhares deles foram presos pelas autoridades.
O documentário traz o depoimento
de uma ex-funcionária de um hospital, que diz ter sido testemunha de
atrocidades cometidas contra pessoas do Falun Gong, como o uso de seus fígados
e córneas para doação. "No resto do mundo seriam meses ou até anos [para
conseguir um transplante]", diz Matas, comparado a alguns dias na China.
Uma das pacientes entrevistadas
afirma que esperou três semanas por um transplante de rim na China. Ela mora em
Taiwan e viajou só para isso. Só depois ela descobriu que seu doador poderia
ter sido uma pessoa morta com essa finalidade.
O governo chinês nega as
acusações e diz que a maior parte dos órgãos tem origem em prisioneiros
condenados à pena morte. Essa prática, porém, também é criticada pela ONU. Leis
contra o "turismo de transplante" na China já existem em Israel e na
Espanha e estão sendo debatidas em outros países.
Fonte: http://epocanegocios.globo.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário