quarta-feira, 8 de abril de 2015

Tráfico de órgãos: na China movimenta US$ 1 bilhão

Cerca de 10 mil transplantes de órgãos são feitos todo ano na China, mas um número consideravelmente menor de pessoas aparece no registro oficial de doadores. Segundo o advogado de direitos humanos, David Matas, "alguém está sendo morto pelos órgãos".

David Matas, advogado de direitos humanos (foto: divulgação/SBS)

Um documentário feito a partir da investigação de Matas e seu colega, David Kilgour, será exibido no canal australiano SBS nesta terça-feira (7/04).

Segundo a investigação, a China se tornou um destino para pessoas que querem evitar listas de espera para um transplante e essa indústria movimenta US$ 1 bilhão no país.

Matas e Kilgour acreditam que parte dos órgãos são retirados de membros do movimento Falun Gong, um grupo com milhões de seguidores que é banido pelo governo. "Falun Gong, antes de ser reprimido, era um movimento muito popular na China", diz Matas. Investigadores dizem que milhares deles foram presos pelas autoridades.

O documentário traz o depoimento de uma ex-funcionária de um hospital, que diz ter sido testemunha de atrocidades cometidas contra pessoas do Falun Gong, como o uso de seus fígados e córneas para doação. "No resto do mundo seriam meses ou até anos [para conseguir um transplante]", diz Matas, comparado a alguns dias na China.

Uma das pacientes entrevistadas afirma que esperou três semanas por um transplante de rim na China. Ela mora em Taiwan e viajou só para isso. Só depois ela descobriu que seu doador poderia ter sido uma pessoa morta com essa finalidade.

O governo chinês nega as acusações e diz que a maior parte dos órgãos tem origem em prisioneiros condenados à pena morte. Essa prática, porém, também é criticada pela ONU. Leis contra o "turismo de transplante" na China já existem em Israel e na Espanha e estão sendo debatidas em outros países.


Fonte: http://epocanegocios.globo.com/

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