O meu desejo é deixar claro para
ambos os lados que estamos agindo em prol de um mundo melhor e que, por mais
que nossas ideias entrem em conflito, é necessário que haja um pouco mais de
paciência de cada um para que possamos nos entender de uma vez.
Por Lika Sagi, do Lugar de Mulher
Desde que me assumi feminista e
comecei a escrever sobre, muitos questionamentos guiados pela desinformação são
feitos. Uns perguntam sobre depilação, outros sobre começar a odiar homens,
outros perguntam até se eu me tornei lésbica. Mas um dos maiores questionamentos
que eu enfrento é como eu vou me manter cristã e feminista ao mesmo tempo.
Nascida e criada na igreja
católica, me tornei espírita há 3 anos e, desde então, minha fé é construída
com base em diversas religiões. Eu simplesmente não me sinto confortável
seguindo uma doutrina só, eu gosto de encontrar o meu caminho na fé com base no
que eu acredito. Eu meio que “monto” minha própria religião sem deixar de
respeitar as outras e sem desconsiderar também os ateus pois acredito que cada
um sabe o que é melhor para si. Como seguir meus caminhos na fé sem deixar de
lutar pelos direitos que o feminismo reivindica? Ora essa, usando um
dispositivo chamado bom senso.
Eu sei e muitos de nós sabemos
que as doutrinas do cristianismo ainda são baseadas na Bíblia, que foi escrita
por um mortal que foi incumbido de espalhar a palavra de Deus com base na vida
daquela época. Acontece que o mundo evoluiu e as leis ficaram… do mesmo jeito.
Muitos de nós cristãos
compreendemos a importância do feminismo no mundo, inclusive líderes religiosos
passam ideias do feminismo em suas palestras, cultos e missas. Sabemos também
que a nossa opinião não deve ser orientada apenas naquela doutrina e que tudo
mudou demais para o que o Testamento seja seguido à risca (vide sacrifícios) e
que a opinião não é verdade absoluta que deve ser seguida.
Obviamente temos aqueles mais
ortodoxos que seguem uma mente fechada, antiga e consequentemente machista. Mas
isso temos independente da religião. Aliás, argumentos religiosos são apenas
muletas para o machismo, assim como “questões culturais” são para o racismo e
por aí vai a infinidade de argumentos que não se sustentam mas que as pessoas
insistem em usar.
O meu desejo é deixar claro para
ambos os lados que estamos agindo em prol de um mundo melhor e que, por mais
que nossas ideias entrem em conflito, é necessário que haja um pouco mais de
paciência de cada um para que possamos nos entender de uma vez. Sempre alguém
vai ter que ceder um pouco para que o mundo entre em paz.
Cristãos, nós feministas não
estamos contra vocês. Feministas, nós cristãos não estamos contra vocês. Tá na
hora de se unir.
Mas acima de tudo, tá na hora de
se respeitar.
Fonte: Geledes
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