“Para entender o que significa o
tráfico de seres humanos, é preciso encontrar as vítimas”: este foi o
testemunho da missionária Ir. Valeria Gandini, SMC, na coletiva de imprensa
para a apresentação do Dia Internacional de Oração e Reflexão contra o Tráfico
de Pessoas, no dia 8 de fevereiro.
Participaram da coletiva, na Sala
de Imprensa da Santa Sé, os responsáveis pelos dicastérios promotores do
evento: o Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as
Sociedades de Vida Apostólica, Cardeal João Braz de Aviz; os Presidentes do
Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, Cardeal
Antonio Maria Veglió, e do Pontifício Conselho Justiça e Paz, Peter Kodwo
Appiah Turkson.
Mas as protagonistas foram as
missionárias que lidam diariamente com as vítimas deste fenômeno.
Ir. Valeria trabalha em Palermo,
no sul da Itália, sobretudo com as migrantes de origem africana que acabam se
prostituindo pelas ruas da cidade. “Muitas vezes me perguntei e me pergunto
ainda: Que nome dar aos clientes que os nossos avôs, nossos maridos, namorados,
filhos e irmãos”, questionou indignada.
Já o Card. Braz de Aviz falou
deste Dia de Oração contra o Tráfico de Pessoas no âmbito do Ano da Vida
Consagrada. De acordo com o Cardeal brasileiro, o que mais o impressionou das
palavras do Papa a respeito dos religiosos foi quando Francisco mencionou a
necessidade de que sejam proféticos, e não somente que vivam de maneira radical
os valores evangélicos – já que esta é a responsabilidade de todo cristão.
Também estava presente a
responsável por Talitha Kum – a Rede Internacional da Vida Consagrada contra o
tráfico –, Irmã Gabriella Bottani, que falou das iniciativas programadas em
vista do próximo domingo, que tem como tema: “Acenda uma luz contra o tráfico
de pessoas”.
Em Roma, na sexta-feira haverá
uma vigília de oração na Basílica dos Santos Apóstolos, com procissão, reflexão
e oração.
No domingo, o Cardeal João Braz
de Aviz presidirá uma missa em memória das vítimas do tráfico. A seguir,
rezarão com o Papa o Angelus na Praça S. Pedro.
Ir. Gabriella falou também de um
site que já está on line, onde é possível acender simbolicamente uma vela pelo
fim do tráfico.
O Dia 8 de fevereiro foi
escolhido porque é o dia que a Igreja recorda Santa Josefina Bakhita,
canonizada em 2000 por São João Paulo II. De origem sudanesa, Bakhita foi
raptada ainda na infância para ser escrava na Europa. Após quase 20 anos de
maus-tratos e humilhações, foi entregue a uma família que decidiu levá-la à sua
terra natal, deixando-a com as Irmãs Canossianas – Ordem da qual se tornou
membro.
Por Rádio Vaticano
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