Empoderadas e solidárias
A expressão “lutar como uma
garota” nunca mais será usada em tom pejorativo, depois que Rafaela Silva
conquistou o primeiro ouro brasileiro nas Olimpíadas – e o segundo da história
do judô feminino. Derrotando Jandi Kim, a sul-coreana número dois do mundo, e
Hedvig Karakas, a húngara que eliminou Rafaela nos Jogos de Londres, Rafaela
saiu da Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, para se tornar enfim campeã
olímpica.
por Vitor Paiva
O contraste entre o desempenho do
futebol feminino e masculino até aqui nas Olimpíadas do Rio vai muito além de
simplesmente comparar os resultados. O espírito das mulheres, dando tudo de si,
atacando sempre com garra e inteligência, fez a diferença: 3 a 0 na China e 5 a
1 na Suécia. Cristiane se tornou a maior artilheira das Olimpíadas, com 14 gols
marcados, e Marta, sempre ela, marcou dois contra a Suécia e comandou o time.
Como bem ilustraram comentários na internet, não, elas não jogam como homens –
se os homens jogassem como elas, nunca teríamos tomado de 7 a 1.
O handebol feminino estreou
vencendo ninguém menos que a Noruega, atual campeã olímpica, por 31 a 28.
Depois das olimpíadas de Londres, porém, o Handebol brasileiro conquistou o
mundial de 2013 e, com isso, as meninas do Brasil estão entre as favoritas para
o ouro. A Noruega foi justamente quem eliminou o Brasil nos Jogos de Londres.
Em seu segundo jogo, o Brasil despachou outra seleção relevante: por 26 a 13 o
Brasil venceu a Romênia no Handebol feminino.
No Vôlei a força feminina do
Brasil já é conhecida, e as meninas vêm confirmado essa potência. Na quadra, a
Seleção Feminina arrasou Camarões por 3 sets a 0.
Já na praia, as duas duplas
não decepcionaram: Ágatha e Bárbara Seixas venceram suas duas partidas até
aqui, contra as duplas Argentina e Tcheca, enquanto Larissa França e Talita
Rocha venceram com facilidade a dupla russa em sua estreia.
E na ginástica as iniciantes
foram que conduziram o brilho da equipe feminina brasileira: Flavia Saraiva e
Rebeca Andrade levaram o Brasil para as finais por equipes e individuais;
Flávia ficou em terceiro lugar nas traves e foi também pra final individual
geral, e Rebeca ficou em quarta colocada individual geral e também foi pra
final.
A questão obviamente não é
comparar diretamente o resultado feminino com o masculino, afinal, são todos
brasileiros e motivos de orgulho. A questão é reparar não só o machismo com que
as atletas são vistas, ao serem comparadas com homens quando se destacam, e
perceber a garra e força de vontade que movem as mulheres, apesar do incentivo
financeiro e do destaque midiático bastante inferior em modalidades femininas.
Em termos de espírito, amor à camisa e dedicação, jogar como uma garota é tudo
que podemos esperar dos atletas brasileiros.
Fonte: Hypeness
Nenhum comentário:
Postar um comentário