Amara é doutoranda em teoria
literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)
Da transição do homem que se via
mulher aos relatos eróticos da vida nas ruas, Amara Moira, que faz doutorado em
Teoria Literária na Unicamp, compartilha sua história em “E Se Eu Fosse Puta”.
Há sete anos a bissexual e travesti
Amara Moira começou a escrever sobre um homem que se via mulher. O que ela não
esperava é que a inspiração para desenvolver o texto não fosse algo inventado,
mas, sim, sua própria história. A escrita, segundo ela, desempenhou um papel
importante na sua transição. E parte dessa inspiradora transição resultou no
livro E se eu fosse puta (Hoo Editora, 200 págs.), lançado na terça-feira (9),
em São Paulo.
A obra traz suas experiências na
prostituição, relatos eróticos da vida nas ruas e fala da dificuldade e
angústias de ser prostituta. "O sexo é uma coisa importante, mas a mulher
que exerce a sexualidade é punida, excluída, marginalizada e oprimida. Já a
mulher que cobra pela sexualidade é triplamente mais oprimida. Então, a
prostituição é exercida por quem não tem mais por onde correr. Isso reforça a
ideia de que a prostituta não sabe fazer nada, além de transar, mas eu quero
quebrar isso e mostrar que sabe escrever e seduzir pela palavra", diz, em
entrevista à repórter Anelize Moreira, da Rádio Brasil Atual.
Amara é doutoranda em Teoria
Literária pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). "Nenhum dos
meus clientes sabia, eles me tratavam de forma desprezível", afirma. Ela
explica que paga suas contas com a bolsa de doutora, e a renda como prostituta
entrou como complemento para militar pela causa LGBT e pelo feminismo.
Segundo Amara, o objetivo do
livro é tirar da marginalidade a prostituição. "A prostituição para mim é
a profissão que, quando exercida em boas condições, me dá prazer e o dinheiro que
paga minhas contas." O livro também conta com tirinhas da cartunista
Laerte, que passou por um processo de transição semelhante ao da escritora.
Fonte: http://www.redebrasilatual.com.br/
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