sexta-feira, 1 de julho de 2016

Vidas destruídas: nigerianas, escravas modernas da prostituição

Corpos seminus expostos nas ruas. São mulheres vítimas do tráfico de pessoas que acabam escravizadas e são forçadas a venderem seus corpos. Este é o destino de muitas imigrantes nigerianas que chegam à Europa, principalmente na Itália.


Segundo a International Organization for Migration, em Junho de 2015, desembarcaram somente na Itália quase 5 mil mulheres nigerianas, quatro vezes mais que em 2014. E metade delas acabam sendo exploradas na prostituição.



Vítimas da pobreza, enganadas por promessas de riqueza, as mulheres nigerianas acabam vivendo nas ruas uma vida pior do que aquela que deixaram para trás. Ingenuidade, vulnerabilidade e desespero desempenham um papel fundamental no estado emocional delas, tornando-se clandestinas e sem identidades.

prostitutas nigeria
Dias de prisão transcorridos sob ameaças, chantagens, violência, ritos de vodu e humilhações. Estas mulheres se tornam objetos em um mercado, o da exploração sexual que, de acordo com a Organização das Nações Unidas é o terceiro negócio mais rentável do mundo, depois das armas e das drogas.

Mas o tráfico nigeriano não é um fenômeno recente. Já na década de 80 havia uma densa rede de atividades ilegais que com o tempo teve sua técnica refinada. A indústria das vítimas sexuais criou seu próprio sistema com regras e papéis bem definidos para serem respeitados.

A hierarquia partindo do degrau mais baixo, começa com as maman, ex-prostitutas que gerenciam as meninas nigerianas que acabam de chegar com o sonho de encontrar um trabalho honesto ou de estudar. As maman treinam as garotas para o trabalho nas ruas, com todos os truques para levar adiante o trabalho, “ensinando a vida” e gerenciando os pagamentos.



As novas prostitutas já chegam com muitas dívidas (adquiridas com o engodo da viagem) a pagar àqueles que se revelam seus agressores, enganadores. Muito dinheiro, até cifras exorbitantes próximas a 200 mil reais (50 mil euros), embora seus corpos valham 20/30 euros por cliente!!

No segundo grau da hierarquia, encontram-se os que se ocupam de levar as nigerianas para as principais cidades europeias. De acordo com a Foundation for Africa, uma associação que apoia ações de caridade no continente negro, o tráfego começa em Benin City e se expande por toda a Europa passando por Paris, Amsterdam, Madrid, Turim, Palermo, Roma e Nápoles.prostituta menina nigeria
Mas a máfia nigeriana tem uma hierarquia ainda mais alta. Até agora só falamos dos “peões da obra”. Quem estaria no comando de tudo? Os traficantes de seres humanos. Isso mesmo, pessoas que vivem e trabalham na Nigéria estreitando os laços com governos corruptos e embaixadas. Uma organização super organizada que pode gerenciar o mercado de documentos falso e vistos, bem como o da prostituição infantil.



O recrutamento das jovens começa em aldeias onde a degradação e a pobreza sugam cada alma. As promessas são muitas e acreditar não custa nada. Quando uma pessoa se encontra em situação de desesperado, qualquer coisa lhe parece melhor. Assim dá-se início à viagens impossíveis: o deserto do Saara e depois o longo percurso do Mediterrâneo.


Em Benin City a maioria da população vive com menos de dois dólares por dia. As famílias são forçadas a vender seus filhos e as meninas se vendem para garantir a sobrevivência de seus entes queridos. O sonho europeu é a única esperança, mas é um sonho que se transforma em um pesadelo. No final das contas, são poucas as meninas que conseguem escapar das ruas. Elas são submetidas inclusive a rituais de vodu para se prostituírem.

A Guardia di Finanza na Itália, nos últimos dias, desmantelou uma organização de homens e mulheres traficantes que agiam entre Palermo e Reggio Calabria, graças a uma jovem de 26 anos de idade que teve a coragem de denunciar seus agressores.

Ela tinha chegado no sul da Itália com a esperança de trabalhar como babá e com uma dívida de €30.000. Foi presa juntamente com outras meninas e submetidas a rituais absurdos para deixá-las dóceis e obedientes.



Rituais que já começam na África, quando o líder da aldeia 'abençoa' a viagem das mulheres misturando em um saquinho pós mágicos, pelos pubianos, unhas e um absorvente coberto de sangue. Segundo o costume africano, dessa maneira o feiticeiro tem em suas mãos, o destino das garotas e as garotas sentem medo de se rebelarem e assistirem a morte de seus entes queridos.



Vidas destruídas e muitas vezes sem saída, feitas de sonhos menosprezados pelo escárnio de gente horrorosa, que ganha sobre a desgraça humana e que priva pessoas de suas dignidades e de suas esperanças de um futuro melhor.

Fonte: https://www.greenme.com.br

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