quinta-feira, 23 de junho de 2016

O machismo na prostituição feminina

O assunto envolve moral, comportamento, religião, é difícil de assimilar e polêmico. A legalização pode ser complexa de aceitar, mas fazer uso desse serviço é uma prática recorrente, de fácil acesso, embora, às escondidas pelo usuário.


Por Raquel Ramos

O direito que a mulher tem de vender seu corpo a um homem a título de serviço prestado, embora pareça deprimente, é incontestável. Que motivo alguém, que faça uso ou não da prostituição, tem para se opor a legalização desta profissão, se isso só interessa à quem efetivamente trabalha no ramo? Legalizar é a forma que todo trabalhador tem para se sentir protegido.

Se a profissão é escolhida ou assumida por falta de opção também não vem ao caso. Se é profissão tem que ser legalizada. Não sem antes observar que é mais fácil regulamentar do que resolver o problema social de quem vive da prostituição degradante de prostíbulos. Bem diferente da prostituição, por escolha, vivida em ambientes luxuosos.

O assunto envolve moral, comportamento, religião, é difícil de assimilar e polêmico. A legalização pode ser complexa de aceitar, mas fazer uso desse serviço é uma prática recorrente, de fácil acesso, embora, às escondidas pelo usuário.

Onde está a defesa pelos danos psicológicos causados na prostituta em consequência das carícias obrigatórias e sensações de prazer não sentidas? Sim, porque  para o macho não basta a sua satisfação física, é preciso se sentir irresistivelmente o provedor do prazer feminino.

Ao mesmo tempo que a legalização da prostituição tem a intenção de proteger a mulher, ela reforça a estrutura cultural de dominação do machismo.

No aspecto do comportamento, numa época de luta contra a "cultura do estupro", em que o réu é o machismo, a prostituição legal, vem dar ao homem o direito de poder pagar pela posse do corpo da mulher.

Não é a mesma coisa? Certamente que não, mas se antagoniza com os conceitos de luta contra o machismo.

Não há machismo consentido, maior do que este.


Nota: "Na Holanda, em 2000, houve a regulamentação da prostituição. O resultado foi um aumento do faturamento de 25% DA INDUSTRIA DO SEXO, que representa hoje nada menos que 5% DA ECONOMIA HOLANDESA." Do texto Em Defesa das Prostitutas - Contra a Regulamentação da Profissão. Link completo.

http://www.superlinda.com/

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