segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Celebrando o Dia da Consciência Negra e o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra a Mulher



Na tarde da última sexta feira (23), a Pastoral da Mulher de Bh em comemoração do dia da Consciência Negra (20/Novembro) e do Dia Internacional  da Não Violência Contra a Mulher (25/Novembro ), promoveu uma palestra  e posterior bate papo com o Professor Júlio Machado para abordar as raízes e mecanismos do fenômeno do racismo e também da violência.


Especialmente interessante foi o vídeo que abriu a palestra. Nele  apareceu  a imagem de várias crianças negras, meninos e meninas. Na frente delas duas bonecas: uma branca e outra negra. No fundo uma voz de homem faz as perguntas: qual das bonecas é negra, qual é bonita, qual é má, qual é legal, qual é feia e finalmente, qual era a que se parecia com a criança questionada. Para todas as questões que se remetia a beleza e gentileza as crianças, meninos e meninas, apontavam para a branca e quando questionadas sobre o porquê, elas respondiam porque as bonecas eram de pele branca e olhos azuis. Para as perguntas que se referiam a cor, maldade e feiúra, estas associavam as bonecas negras.

Também observamos  o racismo velado que existe por trás das convenções de beleza. Quase todas as pessoas foram condicionadas a achar que o belo é ter olho claro, cabelo liso e loiro e pele branca.
Fomos convidados  a refletir  como a construção simbólica do um modelo do que pode ser o belo desencadeia e reafirma o racismo. O primeiro passo para que a discussão possa acontecer, é assumirmos, que trazemos enraizados em nós mesmos o racismo e o preconceito.
Nas opiniões expressadas  pelas participantes constatamos como a educação e os valores que são passados em casa influenciam no modo com a criança se relaciona com o ambiente e com as pessoas que estão a sua volta. Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por seu gênero. Os conceitos preconceituosos, sejam eles machistas e racistas,  são influídos por meio de  vivências com outras pessoas, especialmente no ambiente familiar e escolar. De forma, sutil e constante, os conteúdos racistas e também machistas vão entrando nos lares brasileiros sem nem mesmo os pais e mães se darem conta.
Nos relatos que as mulheres fizeram ficou claro o papel dessas crenças que nos foram incutindo e que fomos adquirindo ao longo da nossa existência  e como tiveram terríveis efeitos na autoestima  das pessoas.  Crer que a pele que habitamos é inadequada tem força pra afetar todas as nossas atividades. Odiar a própria aparência rapidamente se espalha para odiar o próprio ser, em tudo que ele representa.
Terminamos com um momento de espiritualidade partilhando nossas descobertas  e desejos de mudanças assim como expressando nossa solidariedade ante tantas vítimas do preconceito, o racismo e a violência de gênero.

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