No ar na HBO, a terceira
temporada de O Negócio trouxe uma reviravolta na vida de Karin, Luna e Magali.
As três mulheres, que vêm aplicando estratégias de marketing para revolucionar
o mundo da prostituição ganharam a companhia de Mia, vivida pela gaúcha Aline
Jones.
Donna entrevistou Juliana, que
interpreta Luna, e Aline sobre a forma como a prostituição é tratada na série,
assim como a relação do público – tanto feminino quanto masculino – com a
temática e as personagens vividas por elas.
A série chega consolidada nesta
nova temporada. Qual o segredo para tratar de um tema tabu, como prostituição,
de uma maneira natural, com a qual o público parece se identificar?
Aline Jones: Creio que o segredo
é justamente tratar a prostituição como uma profissão normal. Os roteiristas
não enfatizam nenhuma questão comum ou clichê relacionada a profissão. A
prostituição está no argumento, mas não é o centro dos problemas das personagens.
Juliana Schalch: Desde o início,
a ideia para a abordagem era que essas personagens fossem como garotas comuns,
chiques e que encontramos sempre. Sem imaginarmos que poderiam ter essa
profissão. Além disso, existe o fato de terem escolhido ser garotas de programa
sem serem vítimas de alguma circunstância.
Como é o retorno do público
feminino?
Aline: Incrível, elas comentam no
Instagram, Facebook… mandam mensagens particulares dizendo que se sentem como a
Mia, ou que gostariam de ter a coragem que a Mia teve para fazer mudanças nas
suas vidas. Nossos principais fã-clubes são gerenciados por mulheres, mostrando
a identificação e admiração que elas tem com as protagonistas.
Juliana: O público feminino
adora. Assiste com seus parceiros e torce pelas meninas. Acho que existe uma
identificação pela leveza do tema, sensualidade e inteligência do roteiro.
E como é a abordagem dos fãs
homens?
Aline: Percebi que tem muitos
homens casados que assistem com suas esposas. Isso é bem legal porque o casal
vem conversar com você! Mas tem de tudo, teve um menino que pediu dicas para
ser bom de cama!? (Risos!) Tudo é muito novo mas estou me divertindo!
Juliana: Muitos assistem com suas
mulheres e têm muito respeito quando nos abordam para falar sobre a série.
As personagens que vocês
interpretam mexem com as nossas fantasias: são mulheres empoderadas, sedutoras,
com um figurino sexy. O quanto elas mexem com vocês, com sua autoestima e
relação com o corpo?
Aline: Quando eu voltei para casa
depois das gravações em São Paulo, queria queimar meu guarda-roupa e comprar
tudo novo (risos!) Elas mexem com as minhas fantasias, mas como tive a
oportunidade de viver a Mia, então sei o que é demorar 2h todos os dias para
maquiar e arrumar cabelo! Também sei que andar com um salto incrível durante o
dia todo pode te trazer um belo mal humor! Ou seja, ser o estereotipo de uma
“super mulher” tem um preço que cada uma precisa saber até quanto quer pagar.
Eu ainda estou descobrindo minha potência feminina e o que de fato deve
influenciar minha autoestima! É um eterna negociação consigo mesma.
Juliana: Aprendi muito com a Luna
em relação a essa desenvoltura que ela tem, à autoestima e à segurança. Acho
que ela me estimulou a me reinventar, a ser mais criativa, a pensar nesse tema
com maior tranquilidade, sem tabus.
Fonte: http://revistadonna.clicrbs.com.br/
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