quinta-feira, 21 de maio de 2015

Prostitutas de Portugal querem legalização da profissão

As prostitutas querem ver a prostituição legalizada, pagar impostos e ter direitos e deveres idênticos aos de qualquer outra profissão, é a conclusão de um estudo sobre a prostituição feminina de um grupo de investigadores da Universidade do Minho e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

As trabalhadoras do sexo querem a legalização da sua atividade, pagar impostos, descontar para a segurança social, e beneficiar como os restantes trabalhadores de direito à reforma e a baixas médicas por doença, avança o Jornal de Notícias. Estas são conclusões da investigação de Carlos Silva e Rafaela Granja, da Universidade do Minho, e de Fernando Ribeiro e Octávio Sacramento da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que dedicaram os últimos anos ao estudo da prostituição feminina, contando com 200 entrevistas a mulheres que trabalham na rua e em casas de alterne na zona Norte do país.

"As mulheres (neste estudo só analisamos a prostituição feminina) querem ter direito à reforma e que a sua atividade seja considerada um trabalho com descontos para a segurança social e pagamentos de impostos. Querem, por exemplo, ter direito a baixa quando estão doentes" afirma ao jornal Carlos Silva, que continua: "querem ter quem as represente, querem trabalhar em segurança, querem ter acesso a cuidados de saúde e, sobretudo, querem acabar com o estigma de pertencerem a uma economia paralela".

Segundo o investigador, reformas como as que foram implementadas na Holanda, Alemanha ou Reino Unido no sentido de regulamentar a profissão são "vistas como uma conquista efetiva de direitos e como uma plataforma de novas reivindicações" que denuncia "todo um submundo que escapa ao controlo legal, sanitário e fiscal e que, ao que parece, ninguém tem vontade de resolver", apesar de ser "um fenómeno em expansão".

Desde o ano passado que atividades ilegais, como a prostituição, passaram a contar para o cálculo do rendimento gerado pela economia, passando a integrar as atividades contabilizadas no Produto Interno Bruto (PIB).
A maioria das mulheres que trabalha na rua são de nacionalidade portuguesa e as que se encontram em casas de alterne são 80% estrangeiras.


Fonte: http://www.jornaldenegocios.pt/

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