Um motorista egípcio radicado em
Belo Horizonte foi descredenciado do aplicativo Uber nesta segunda-feira (11)
depois que a empresa recebeu uma denúncia de uma usuária – uma estudante de 20
anos – relatando ter sido assediada pelo homem na madrugada do último sábado
(9).
A jovem contou que o condutor
tentou beijá-la à força depois que outras três amigas que a acompanhavam no
carro desceram em suas respectivas residências. Elas voltavam de uma boate no
bairro Lourdes, região Centro-Sul da capital.
“Infelizmente, eu fui a que ficou
por último. A viagem estava tranquila até a última delas chegar em casa. Foi
então que ele começou a conversar sobre sexo, sem nenhum pudor, e fez perguntas
obscenas. Perguntou como eu gostava de fazer (sexo). Passou a mão na minha
perna, me puxou pelo pescoço e tentou me beijar”, afirmou à reportagem de O
TEMPO.
A jovem conseguiu se desvencilhar
do homem e pediu para que ele a deixasse logo no local combinado. Assim que
chegou em casa, ela alertou as amigas, que utilizaram o próprio aplicativo para
denunciar o motorista. “A minha amiga que pediu o carro tinha todos os dados
dele registrados no celular e, mesmo que não tivesse, seria fácil identificá-lo
pelo sotaque e pelas características físicas. Dá para perceber logo que ele não
é daqui”, disse.
Além do relato feito pelo
aplicativo, a estudante publicou na manhã daquele sábado um desabafo no
Facebook com o intuito de alertar outras mulheres. Contudo, ela preferiu não
registrar boletim de ocorrência. “Já fui assediada outra vez e o caso foi parar
na Justiça. Não adiantou nada. O problema não está só nos motoristas, sejam
eles do Uber ou táxi, é um problema social, dessa sociedade machista, que não
respeita as mulheres”.
A Uber confirmou, em nota, que o
motorista egípcio foi desligado da empresa e não poderá mais trabalhar pela
plataforma. A empresa ressaltou ainda que os usuários têm acesso, como medida
de segurança, à foto, nome do motorista, modelo e placa do carro. Além disso, o
aplicativo conta com uma equipe de suporte que analisa todas as denúncias
enviadas pelo celular.
Fonte: O Tempo
Universitária diz que foi criticada por denunciar abuso de motorista do
Uber
Estudante voltou a relatar o caso
no Facebook após receber comentários machistas pelo fato de não ter registrado
boletim de ocorrência do caso. Empresa desligou condutor do aplicativo
Depoimento da
jovem que diz ter sido vítima de abuso sexual praticado por um motorista do
aplicativo Uber (foto: Reprodução/Facebook)
Uma universitária de 20 anos que
acusou um motorista do aplicativo Uber de assédio sexual, no sábado, retornou
ao Facebook na noite de ontem, indignada com comentários que considerou
maliciosos, por ela não ter registrado ocorrência policial. “Sabe por que
vítima de assédio/estupro não denúncia ou não se expõe? As pessoas julgam sem
saber o que aconteceu. É mais fácil que alguém queira inventar uma história
para aparecer, do que aceitar que homens assediam”, desabafou.
A estudante, em texto publicado
na manhã do sábado, afirmou que um motorista a serviço do Uber, identificado
por ela como sendo egípcio, a assediou com palavras, tocou em suas pernas e por
duas vezes tentou beijá-la. Disse que não acionou a polícia, mas denunciou o
caso à empresa, que, por meio de nota, confirmou o desligamento do motorista.
“Mas é, de um tempo para cá, o
Uber ficou bem perigoso e isso é culpa de como nossa sociedade funciona
atualmente, como aceita esse tipo de situação”, pontuou a jovem. “Para quem
‘tá’ querendo saber por que eu não fiz BO, é porque já passei por uma situação
pior poucos anos atrás. Fiz tudo o que manda o figurino e adivinhem? Não
adiantou nada. Então, prefiro alertar as mulheres para tomar cuidado, a ficar
esperando um milagre da polícia ou dessa Justiça que não existe no Brasil.”
Na postagem do sábado, a
estudante contou que saiu de uma boate no Bairro de Lourdes, Centro-Sul de Belo
Horizonte, e com amigas embarcou em um carro a serviço do aplicativo. Como o
smartphone de uma das amigas não estava funcionando e ela não tinha o
aplicativo, acertaram direto com o motorista para seguirem em corrida
compartilhada, com pagamento em dinheiro. Ao ficar por último, a universitária
relatou ter sido alvo do assédio.
Em nota, a Uber afirmou que “não
tolera qualquer tipo de assédio”. “Entramos em contato com a vítima, para
verificar a sua segurança. Enquanto isso, o motorista parceiro foi desligado da
plataforma”, informou. A companhia acrescentou que, ao chamar um Uber, o
usuário tem acesso a foto, nome do condutor, modelo e placa do carro. A empresa
garantiu ainda que, para se cadastrar como parceiro, o candidato passa por
checagem de antecedentes criminais nas esferas federal e estadual.
Fonte: Estado de Minas
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