terça-feira, 26 de abril de 2016

Basta de violência contra a mulher. Basta de naturalizar o machismo!

Temos visto circular nas redes sociais, um vídeo em que o apresentador Ratinho chuta uma caixa de papelão. embaixo da caixa estava a assistente de palco Milene Pavorô. O golpe visivelmente atingiu a moça que saiu do palco bastante constrangida.

Sem nenhum tipo de preocupação, Ratinho ainda queria mantê-la na apresentação, como se nada tivesse acontecido. diante da sua saída, ameaçou dizendo que " providências serão tomadas, ela vai pra rua".

Como é possível em emissora de TV, o machismo ser reproduzido de maneira tão descarada? a naturalização da violência contra a mulher ser incentivada e tratada como piada?


Você deve achar que todo mundo ficou indignado né? Só que não, os comentários na internet são " Nada demais, é papel dela no programa" ou " foi tudo ensaiando. Ela tá bem". Até um cometário da própria Milene foi postado onde ela afirma que não foi nada demais. Não me admira que ela tenha minimizado, certamente seu emprego estava em risco.
Mas, não ficaremos caladas. Essa reprodução sistemática do machismo e da violência é o que faz do Brasil o 5º país onde mais se matam mulheres; que faz com que mais da metade das mulheres já tenham sido alvo de assédio moral ou sexual, em seu local de trabalho; que faz com que a cada 2 minutos 5 mulheres sejam violentamente agredidas em nosso país.

Não vamos aceitar, são as mulheres trabalhadoras, pobres e das periferias as principais vítimas dessa naturalização e da falta de investimento dos governos nas políticas de combate a violência contra a mulher.
Desde 2013, nós do Movimento Mulheres em Luta, desenvolvemos uma campanha nacional de combate a violência machista. Uma das ações foi coletar assinaturas em um abaixo assinado que exigia a aplicação de 1% do PIB nas políticas de combate a violência. Apresentamos também um projeto do que seria possível fazer, na época,com o orçamento. Uma das medidas seria um conjunto de campanhas informativas e de conscientização para serem veiculadas nos meios de comunicação sobre o que é o machismo, seus desdobramentos e a necessidade de combatê-lo.

Porém, o que estamos vendo acontecer é exatamente o contrário. Ao longo de todo o ano de 2015 em várias cidades foram votados planos municipais de educação nos quais foi retirado o termo identidade de gênero e proibiu-se qualquer possibilidade de discutir a opressão de gênero, o machismo.

 Diante disso, travamos uma luta árdua para não permitir o retrocesso em nossos direitos. Exigimos a punição ao apresentador ratinho e exigimos mais investimento público nas políticas de combate a violência machista!   


Fonte: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/

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