Temos visto circular nas redes
sociais, um vídeo em que o apresentador Ratinho chuta uma caixa de papelão.
embaixo da caixa estava a assistente de palco Milene Pavorô. O golpe
visivelmente atingiu a moça que saiu do palco bastante constrangida.
Sem nenhum tipo de preocupação,
Ratinho ainda queria mantê-la na apresentação, como se nada tivesse acontecido.
diante da sua saída, ameaçou dizendo que " providências serão tomadas, ela
vai pra rua".
Como é possível em emissora de
TV, o machismo ser reproduzido de maneira tão descarada? a naturalização da
violência contra a mulher ser incentivada e tratada como piada?
Você deve achar que todo mundo
ficou indignado né? Só que não, os comentários na internet são " Nada
demais, é papel dela no programa" ou " foi tudo ensaiando. Ela tá
bem". Até um cometário da própria Milene foi postado onde ela afirma que
não foi nada demais. Não me admira que ela tenha minimizado, certamente seu
emprego estava em risco.
Mas, não ficaremos caladas. Essa
reprodução sistemática do machismo e da violência é o que faz do Brasil o 5º
país onde mais se matam mulheres; que faz com que mais da metade das mulheres
já tenham sido alvo de assédio moral ou sexual, em seu local de trabalho; que
faz com que a cada 2 minutos 5 mulheres sejam violentamente agredidas em nosso
país.
Não vamos aceitar, são as
mulheres trabalhadoras, pobres e das periferias as principais vítimas dessa
naturalização e da falta de investimento dos governos nas políticas de combate
a violência contra a mulher.
Desde 2013, nós do Movimento
Mulheres em Luta, desenvolvemos uma campanha nacional de combate a violência
machista. Uma das ações foi coletar assinaturas em um abaixo assinado que
exigia a aplicação de 1% do PIB nas políticas de combate a violência.
Apresentamos também um projeto do que seria possível fazer, na época,com o
orçamento. Uma das medidas seria um conjunto de campanhas informativas e de
conscientização para serem veiculadas nos meios de comunicação sobre o que é o
machismo, seus desdobramentos e a necessidade de combatê-lo.
Porém, o que estamos vendo
acontecer é exatamente o contrário. Ao longo de todo o ano de 2015 em várias
cidades foram votados planos municipais de educação nos quais foi retirado o
termo identidade de gênero e proibiu-se qualquer possibilidade de discutir a
opressão de gênero, o machismo.
Diante disso, travamos uma luta árdua para não
permitir o retrocesso em nossos direitos. Exigimos a punição ao apresentador
ratinho e exigimos mais investimento público nas políticas de combate a
violência machista!
Fonte: http://mulheresemluta.blogspot.com.br/
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