quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Mães usuárias de drogas fogem de hospitais

Mais de 150 mães usuárias de drogas teriam sido afastadas dos filhos
Gestantes usuárias de drogas estariam deixando de ter seus filhos em hospitais da rede pública de saúde em função da recomendação do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para que as maternidades comuniquem a Justiça sobre esses tipos de casos.

A afirmação foi feita pela ativista da ONG Parto do Princípio e advogada especialista em direitos reprodutivos da mulher, Gabriella Sallit, durante uma audiência pública realizada na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, na manhã desta terça.

Gabriela alega que as mulheres estão com medo de serem separadas dos bebês e que mais de 150 mães já foram afastadas dos filhos por causa da recomendação. As crianças foram encaminhadas para abrigos. Ainda segundo a organização, algumas gestantes estão deixando de fazer o pré-natal. Na maioria das vezes, os partos acontecem nas casas das próprias usuárias, sem nenhum tipo de apoio médico.

A assessoria de imprensa do MPMG afirmou nesta terça que o cenário não acontece por causa da recomendação, mas sim por falta de políticas públicas voltadas para as mães dependentes químicas. Em entrevista à reportagem de O TEMPO publicada nesta terça, o promotor de Defesa da Infância e da Juventude Celso Penna informou que ele e mais duas promotoras estão elaborando uma Ação Civil Pública, que deve ser encaminhada “o mais rápido possível” ao Judiciário.

“As políticas públicas ainda são ineficazes e insuficientes. Não existe uma ação específica para a gestante usuária de droga. Ela não pode ser tratada da mesma forma que outro dependente químico porque há uma criança”, disse.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as gestantes usuárias de drogas têm o mesmo atendimento oferecido a todos os dependentes químicos, com acompanhamento nos 147 postos de saúde e atenção integral nos Centros de Referência em Saúde Mental, Álcool e outras Drogas.

Fonte: O Tempo

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