Boate Flórida será reaberta como
boate nesta sexta-feira (Foto: Luis Palhares)
Dono diz que aplicativos de
paquera e crise no país afetaram o movimento. Comerciantes da região apostam
que mudança vai valorizar o local.
O fim da Olímpíada do Rio
representou também os últimos dias de trabalho para as garotas de programa da
Flórida, tradicional casa de prostituição da Praça Mauá, Zona Portuária do Rio.
Inaugurado em 1969 como boate, passou a ser frequentada por prostitutas, chegou
a funcionar nos últimos anos como termas, e será reaberto nesta sexta-feira (2)
novamente como boate, com programação variada com DJs.
Saem as meninas, mas o pole dance
e o catwalk – espécie de passarela que elas utilizam para se mostrarem –
continuam para quem quiser entrar na brincadeira. Os nove quartos situados no
terceiro andar também permanecem, mas agora sem as portas, abertos ao público.
Pedro Araripe, novo gestor do
espaço, garante que a nova proposta nada ter a ver com o antigo serviço
oferecido pela casa.
"Vamos abrir como pop up por
60 dias inicialmente. O povo do Rio está acostumado com festas, mas aqui
queremos posicionamento de clube mesmo, para 200 pessoas Teremos conteúdo
relevante com expoentes da música na programação", comenta Pedro.
Boate Flórida, na Praça Mauá, vai
ter festas com djs (Foto: Patricia Teixeira/G1)
Boate Flórida, na Praça Mauá, vai
ter programação com djs para todo o tipo de público (Foto: Luis Palhares)
Para Armando Alves, dono da
Flórida desde 1985, a maré não estava para peixe desde a chegada dos
aplicativos de paquera de celular e a crise econômica do país.
"A crise abalou bastante, e
esses aplicativos também. Porque é muita facilidade arrumar uma pessoa para ter
sexo", explica Armando, citando dificuldades financeiras de outras termas
conhecidas no mercado.
Os comerciantes do entorno da
tradicional casa acreditam que a mudança de perfil do estabelimento vai
favorecer a região. "Quando era prostíbulo já tinha um movimento muito
bom, agora só tem a melhorar", avalia a vendedora Raiane Elide.
"Estamos voltando às raízes
da casa, que inaugurou como boate mesmo. Agora, queremos atingir várias idades
e pessoas de todo o tipo. Existe uma revitalização desse espaço urbano e
queremos nos adequar", indica Pedro.
Ele também garante que nenhuma
prostituta que quiser frequentar o local será barrada: "Pagando todo mundo
entra". O valor da entrada, por sinal, custa R$ 50.
"Espero que eu não fique com
saudade de antigamente, que fique feliz com o novo negócio", deseja
Armando.
O jornaleiro Lauro Ribeiro vai
precisar ser otimista. Segundo ele, a mudança vai continuar trazendo incômodo
em relação à música alta. "Moro ali atrás, é uma barulheira danada. Acho
que vai ser melhor frequentado, mas a zona continua", reclama Lauro.
Para ele, quem vai sofrer com a
mudança da casa são os homens que chegam nos navios que atracam no Porto, a
poucos metros dali.
Fonte: G1 Globo
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