Esses brinquedos de luxo estão
ganhando cada vez mais espaço no mercado do prazer e ainda trouxeram à tona uma
série de questões relacionadas à indústria do sexo.
Apesar de muita gente achar
estranho ou ainda tratar como brincadeira, os robôs sexuais já são uma
realidade e estão entre nós. Ou pelo menos entre os poucos entusiastas dessa
tecnologia que já abraçaram uma tendência que, segundo analistas, é o futuro.
A gente já comentou sobre esse
assunto antes, mostrando o quanto as empresas especializadas nessa nova geração
de “bonecas infláveis” está se dedicando a fazer produtos cada vez mais
realistas. É claro que muita gente vai torcer o nariz para esse tipo de coisa,
mas não podemos dar as costas para a tecnologia e as possibilidades que ela
oferece — por mais bizarra que às vezes ela seja. Prova disso é que esses
brinquedos de luxo não só estão ganhando cada vez mais espaço no mercado do
prazer como ainda trouxeram à tona uma série de questões relacionadas à
indústria do sexo.
Afinal, como essa nova linha de
produtos vai impactar uma série de outros segmentos, incluindo a prostituição?
De novo: não é piada. O mercado do sexo é algo que movimenta milhões e milhões
de dólares todos os anos, seja com pornografia, estabelecimentos dedicados,
produtos para fins sexuais e até mesmo prostituição. Se a chegada desses robôs
for tão impactante na vida das pessoas como muitos especialistas preveem, pode
ser que tenhamos uma reviravolta imensa na forma como vemos e consumimos tudo
isso — e em alguns conceitos bem antigos.
Uma quebra de paradigma
O consultor britânico em
tecnologia Ian Pearson divulgou um estudo chamado “O Futuro do Sexo: O
Surgimento dos Robossexuais”, um artigo no qual destaca exatamente a tendência
das pessoas se apaixonarem por robôs e inteligências artificiais, chegando até
mesmo ao sexo em si.
Nessa pesquisa, ele aponta que o
sexo com robôs é algo que deixará de ser tabu ao longo das próximas décadas,
principalmente com a expansão da Internet das Coisas e a chegada de tecnologias
que vão permitir que as pessoas conectem seus sistemas nervosos ao sistema das
máquinas. Desse modo, ele afirma que vai ser comum que as pessoas tenham um
robô em suas casas para satisfazê-las sexualmente, o que faria dele apenas um
acessório.
Assim, a distinção entre amor e
sexo ficaria mais distinta e os casais não veriam o uso desses bonecos como
traição, já que o seu uso seria socialmente aceito. Afinal, você não sente ciúmes
de um vibrador, então não precisaria terminar um relacionamento por causa de
uma máquina que faz exatamente a mesma coisa.
Só que esse cenário quase
inocente pode trazer consequências enormes para outros setores da indústria do
sexo. Ao mesmo tempo em que as fabricantes desses robôs vão lucrar milhões, o
mercado de prostituição pode receber um enorme baque.
Afinal, por que as pessoas vão
procurar as profissionais do sexo quando podem encontrar esse prazer em casa? À
primeira vista, essa é uma preocupação que não parece ter sentido, mas não é
preciso ir muito longe para entender a preocupação existente em torno da
chamada profissão mais antiga do mundo. É claro que comprar um robô vai ser
muito mais caro que contratar uma prostituta, mas sempre há aquele que vai
pensar na aquisição como um investimento. Ao invés de sair com dez meninas ao
longo do ano, ele pode guardar seu dinheiro e comprar uma boneca sexual para
satisfazê-lo por muito mais tempo.
Além disso, há toda a questão da
segurança. De uso individual, um robô não corre o risco de transmitir uma
doença por meio do sexo, o que já é uma enorme vantagem nessa disputa. Além
disso, os pontos de prostituição são quase sempre marginais, em áreas não muito
seguras das grandes cidades. Assim, é fácil imaginar que muitas pessoas podem
preferir o conforto e a segurança da sua casa do que se arriscar em áreas pouco
convidativas. Isso sem falar que um robô jamais vai questionar suas fantasias,
por mais estranhas que elas sejam.
É claro que as prostitutas sempre
vão ter o fator humano a seu favor. Fazer sexo com uma pessoa de verdade é
muito diferente de fazer isso com um pedaço de plástico, borracha e seja lá
qual for o material usado na fabricação dessas peças. Contudo, as fabricantes
desses robôs já estão investindo pesado em maneiras de simular essa
“humanidade” durante as relações sexuais, seja fazendo expressões faciais
diferentes para cada tipo de ação feita ou mesmo explorando as possibilidades
da inteligência artificial.
O que nos impede daqui a 30 anos
ter uma IA evoluída a ponto de realmente simular o comportamento de uma pessoa
durante o sexo? Isso pode fazer com que a relação entre prostitutas e robôs
possa caminhar para algo bem próximo do que temos hoje entre taxistas e o Uber:
uma mudança radical na forma como as pessoas consomem um tipo de serviço,
criando uma alteração tão grande que vai afetar quem trabalha à moda antiga. A
diferença é que, neste caso, há uma série de fatores que favorecem as máquinas,
o que torna essa disputa ainda mais complicada para as profissionais do sexo.
Fonte: http://www.biorosario.com.br/
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