A Plenária da Academia Pontifícia
de Ciências Sociais do Vaticano apresentou uma proposta para a criação de uma
agência mundial contra o tráfico de seres humanos. A ideia, segundo a
presidente da instituição vaticana, Margaret Acher, é atingir uma das vontades
do papa Francisco.
"Temos que ser úteis, não
acessórios, na luta contra o fenômeno do tráfico - como quer o Papa",
disse Archer destacando que é preciso combater não só a oferta de pessoas
escravas, mas também a demanda por esse "tipo" de mão de obra.
Segundo a líder da Academia, é preciso controlar os empresários que usam o
trabalho forçado e aqueles que utilizam a prostituição para ganhar dinheiro.
Apresentando as novas formas de
escravidão como "crimes contra a humanidade", a Academia Pontifícia
quer incluir a eliminação ou, ao menos, a diminuição do tráfico de pessoas e as
suas consequências (trabalho forçado, a prostituição, o tráfico de órgãos e a
escravidão doméstica) nos objetivos do milênio para os próximos 15 anos.
"Vamos conversar com o
secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, no dia 28 de abril, quando ele
estará no Vaticano", informou Archer. A conversa tratará, em especial,
sobre os dois pontos-chave sobre o qual o grupo está trabalhando nesses dias:
as formas de proteção às vítimas - que prevê a necessária distinção entre o
imigrante ilegal e a pessoa escravizada - e os caminhos para reduzir a demanda
desse tipo de comércio.
O economista Stefano Zamagni, que
atua na entidade vaticana, destaca que, como informam os últimos dados da ONU,
70% de todas as pessoas escravizadas são mulheres ou crianças e 72% dos
traficantes de seres humanos são homens.
Para ele, existe um "lugar
comum" em todo esse âmbito: a subvalorização do processo econômico e o
papel dos utilizadores do serviço. Zamagni acredita que o reconhecimento dessa
realidade deve estar equiparado com os passos da luta contra a criminalidade, que
nunca são suficientes. O especialista ainda falou sobre o fenômeno que a Itália
enfrenta nos últimos anos com a chegada dos imigrantes ilegais.
Ele defende que é preciso
"confiscar os barcos, porque se nós tivéssemos feito isso nestes anos,
essas embarcações da morte não existiriam mais". Zamagni se referia aos
constantes acidentes com barcos que matam milhares de pessoas todos os anos na
região do Mar Mediterrâneo - como os do último final de semana que podem ter
matado mais de mil pessoas.
fonte: Terra
fonte: Terra
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