Suspeito não tem passagens pelo sistema policial(Foto:
Reprodução / Redes Sociais)
A vítima chegou à casa do jovem
com meia hora de atraso. Ele contou que, por isso, começou a discutir com ela.
Aí, a Kesia disse que não poderia compensar o atraso, e que ele só teria meia
hora de programa contratado. Dessa forma, o suspeito se negou a pagar pelo
programa. O desentendimento terminou em briga e na morte da mulher.
Segundo a Policia Civil, o
suspeito vive com uma mulher, que está no oitavo mês de gestação da primeira
filha do casal, e não tem passagens pelo sistema prisional.
O suspeito de matar a jovem Kesia
Freitas Cardoso, de 26 anos, se apresentou à Polícia Civil em Uberlândia nesta
quinta-feira (22) e confessou o homicídio. Segundo o delegado responsável pelo
caso, Matheus Ponsancini, o crime ocorreu depois de uma briga entre Iron
Guilherme Alves, de 23 anos, e a vítima. A discussão foi devido ao preço
combinado para um programa sexual com duração de uma hora. O garoto disse em
depoimento que, depois do desentendimento, a mulher o atacou pelo pescoço e ele
reagiu utilizando uma faca. O advogado dele, Publio Divino Vilela Carvalho,
afirmou que o cliente agiu em legítima defesa.
Késia
Freitas Cardoso foi encontrada morta em Uberlândia (Foto: Reprodução/Facebook)
Kesia estava desaparecida desde o
fim da última semana e foi encontrada morta dentro de um latão na segunda-feira
(19), no Bairro Industrial, com ferimentos no pescoço e na cabeça. A garota era
empresária no ramo de arquitetura em Tocantins (TO) e estava no Triângulo
Mineiro há poucos dias. A viagem de volta estava marcada para esta sexta-feira
(23). Durante as investigações, as polícias Civil e Militar descobriram que ela
também era garota de programa e foi vista pela última vez quando pegava um táxi
para encontrar o suspeito.
Iron Guilherme foi ouvido nesta
manhã por Matheus Ponsancini. O delegado contou que o apontado disse que
conheceu Kesia em um site de acompanhantes de luxo e que marcou de encontrá-la
às 14h de sexta-feira (16) na casa dos pais dele, que estavam viajando. Ainda
segundo o delegado, Kesia pegou um táxi e foi ao encontro do rapaz, mas chegou
cerca de 40 minutos atrasada ao local.
O suspeito afirmou ao delegado
que, devido ao atraso, Kesia (que usava o nome de Isabela no site de
acompanhantes) disse que o programa sexual de uma hora duraria 20 minutos, pois
ela demorou para encontrar o local combinado. Contudo ela queria receber o
valor total do programa, que seria R$ 200. Iron Guilherme não concordou e os
dois começaram a discutir e ele até tentou desistir.
Para o delegado o rapaz disse que
não chegou ter ato sexual com a vítima, mas que a deixou nua no quarto e foi
para a cozinha tomar água. Em seguida, segundo ele, foi surpreendido por Kesia
com uma "gravata no pescoço". Para se defender ele pegou uma faca que
estava na pia, deu um golpe para trás e acabou atingindo o pescoço da garota,
que correu para o quarto.
Quando ele chegou ao cômodo, a
jovem já estava pálida, morta. "Ele contou que se desesperou, pegou o
lençol da cama da mãe e cobriu o corpo de Kesia. Depois, o colocou no
porta-malas e seguiu para a oficina mecânica onde trabalha, que já estava
fechando. No local, ele esperou os demais funcionários irem embora, colocou o
corpo da jovem dentro de um latão e o deixou lá. Da oficina ele seguiu para
casa dos pais para limpar o sangue da garota. Somente no sábado, o rapaz voltou
a empresa para pegar o corpo e abandoná-lo em uma rua sem movimento. Após o
descarte, ele voltou para a casa da mulher dele, com quem mora no Bairro Nossa
Senhora das Graças", disse.
Matheus Ponsancini acrescentou
que já está confirmado que Iron Guilherme agiu sozinho. "Conseguimos
imagens de locais próximos a casa onde ocorreu o crime e realmente as
informações colhidas pela polícia foram confirmadas no depoimento do rapaz. Ele
aparece sozinho nas filmagens. Acredito que ele esteja falando 99% do que
realmente ocorreu. O suspeito disse que não faz uso de drogas, nem de álcool e
nunca havia pago por um programa", salientou.
O inquérito tem um prazo de 30
dias para ser finalizado, mas o delegado acredita que em dez já estará
concluído. Iron Guilherme não tem passagens pelo sistema criminal e, como não
foi pego em flagrante e ainda não há nenhum mandado de prisão contra ele,
permanece em liberdade. "Vamos remeter o inquérito à Justiça com as
medidas cabíveis", concluiu.
Legítima defesa
Segundo o advogado Publio Divino
Vilela Carvalho, o jovem Iron Guilherme agiu em legítima defesa depois que ele
e a vítima iniciaram uma discussão motivada pelo valor do programa sexual. Ele
disse ao G1 que o rapaz não tinha intenção de matar Kesia. “Ele se apresentou
espontaneamente e explicou as razões do ocorrido. O fato aconteceu depois da
discussão pelo dinheiro e porque a jovem ameaçou fazer um escândalo para a
família dele”, explicou. Ainda segundo o advogado, o rapaz está à disposição da
Justiça para esclarecimentos.
Confirmação
A Polícia Civil de Uberlândia
confirmou nesta quinta-feira (22) que o latão onde foi encontrado o corpo de
Kesia é mesmo da oficina mecânica onde Iron Guilherme trabalha e que ele fez
uma ligação para a vítima com o telefone do local. A empresa fica no Bairro
Nossa Senhora das Graças. O jovem é filho do gerente, estava em posse das
chaves do local e tinha acesso a toda a loja. Ele vive com uma companheira que
está grávida de oito meses.
Segundo a Polícia Militar (PM), o
corpo da jovem foi localizado por um funcionário de uma obra na Rua Geraldo
Moreira e Silva, no Bairro Industrial. Ele viu a mulher morta e chamou a
guarnição. A perícia identificou que ela estava nua, enrolada em um pano e com
cortes na cabeça e no pescoço.
Ainda segundo a PM, o corpo foi
levado para o necrotério do cemitério Campo do Bom Pastor devido ao estado de
decomposição. Após liberado, seguiu para Tocantins e foi enterrado em Paraíso
do Tocantins, cidade natal da jovem. Parentes e amigos acompanharam o velório,
em caixão lacrado, na casa de uma tia da vítima na quarta-feira (22).
A jovem já esteve em Uberlândia
outras vezes. Segundo um amigo dela, Kesia não tinha nenhum tipo de ligação com
bebidas, nem drogas.
Fonte: G1 Globo
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