Quando tinha 12 anos, os pais desta menina quiseram que ela
casasse com um homem muito mais velho. Foto: UNICEF/BANA2014-00451/MAWA
Novos dados divulgados pelo Fundo da
ONU para a Infância (UNICEF) mostram a necessidade de medidas urgentes para
acabar com a mutilação genital feminina e o casamento de crianças – duas
práticas que afetam milhões de meninas em todo o mundo.
Os dados foram apresentados durante a Primeira Conferência
das Meninas 2014, em Londres (Reino Unido), evento co-organizado pelo UNICEF e
pelo Governo do Reino Unido.
Mais de 130 milhões de meninas e mulheres sofreram algum tipo
de mutilação genital feminina em 29 países da África e do Oriente Médio.
Além disso, a prática do casamento infantil – muito comum
nos mesmos países onde as mulheres sofrem com a mutilação genital feminina –
afetou mais de 700 milhões de mulheres, que foram obrigadas a se casar quando
eram crianças. Mais de 1 em cada 3 delas – cerca de 250 milhões de mulheres –
se casaram antes dos 15 anos.
“Os números nos dizem que devemos acelerar nossos esforços.
E não vamos esquecer que estes números representam vidas reais. Enquanto estes
são problemas de escala global, as soluções devem ser locais, impulsionadas
pelas comunidades, as famílias e as próprias meninas para mudar a mentalidades
e quebrar os ciclos que perpetuam a mutilação genital feminina e o casamento
infantil”, disse o diretor executivo do UNICEF, Anthony Lake.
“Não podemos deixar que os números surpreendentes nos
entorpeçam, mas que nos obriguem a agir”, acrescentou.
Segundo a ONU, a prática da mutilação genital feminina não
tem benefícios para a saúde, provoca dor intensa e tem várias consequências
para a saúde em curto e em longo prazo, incluindo hemorragias prolongadas,
infecções, infertilidade e morte.
Ao mesmo tempo, as meninas que se casam antes de completar
18 anos são menos propensas a permanecer na escola e têm mais possibilidades de
sofrer violência doméstica, além de ter complicações na gravidez e no parto por
conta da idade.
“As meninas não são propriedades. Elas têm o direito de
determinar o seu destino e, ao fazê-lo, todos são beneficiados”, disse Lake.
Fonte: ONU Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário