quarta-feira, 30 de julho de 2014

Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas


As Nações Unidas celebram pela primeira vez o Dia Mundial Contra o Tráfico de Pessoas nesta quarta-feira (30).  A data foi escolhida em 2013 para alertar sobre esse tipo de crime, que tem como finalidade, principalmente, “a exploração sexual, o trabalho forçado e a remoção de órgãos”, explica Joy Ezeilo, relator especial da ONU.

Para marcar a data, instituída pela ONU no ano passado, o Ministério da Justiça e a Rede Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas organizaram a  Semana Nacional de Mobilização. A iniciativa prevê atividades em diversas cidades do Brasil. Entre elas está a campanha Coração Azul, que vai iluminar monumentos e pontos turísticos com a cor azul durante uma semana. Na Amazônia Legal, participam da semana de mobilização três estados. No Maranhão acontece a divulgação de cartilha informativa referente ao Dia Mundial contra o Tráfico de Pessoas. No Pará, estão previstas ações no Aeroporto Internacional e terminais Rodoviário e Hidroviário de Belém.

O tráfico de pessoas, segundo Grupo de Coordenação Interagência Contra Tráfico de Pessoas (ICAT), é uma violação e um crime grave dos direitos humanos que afeta as sociedades em todo o mundo.

Ele vitima milhões de mulheres, homens e crianças, incluindo os mais vulneráveis, entre as comunidades migrantes, requerentes de asilo, refugiados e apátridas, e é comumente associado com muitas outras formas de exploração, como a sexual, o trabalho forçado, casamentos forçados e todas as práticas análogas à escravidão.

A brutalidade e a injustiça associada com o tráfico de pessoas são incomensurável para cada e todas as vítimas. As suas vidas, sonhos e expectativas são quebrados.

O tráfico de pessoas é um negócio muito lucrativo. Isto está demonstrado pelas estimativas mais recentes publicadas na Primavera deste ano pela Organização Internacional do Trabalho, que sugerem que a atividade forçada, só na economia privada, gera por ano 150 biliões de Dólares Americanos, sem lucros ilegais.

Dois terços deste valor (99 biliões de Dólares Americanos) são resultantes da exploração sexual comercial, enquanto os outros 51 biliões de Dólares Americanos são resultado da exploração económica forçada, incluindo o trabalho doméstico, na agricultura e outras atividades económicas.

A comunidade internacional reconheceu que se deve adoptar uma abordagem multidisciplinar baseada nos direitos que assegure que as medidas de combate ao tráfico não prejudiquem os direitos humanos e a dignidade das vítimas de tráfico.
Uma área-chave para a ação na prevenção deste crime horrível e violação dos direitos humanos é abordar a procura de serviços e mercadorias produzidos pelas vítimas do tráfico.

Nenhum ator pode enfrentar a procura sozinho. As causas e fatores que contribuem para que a propagação da procura se espalhe por todos os países de origem, trânsito e destino, e estes não podem ser tratados de forma isolada.

Uma resposta abrangente para lidar com toda a cadeia de tráfico exigirá uma ação combinada de diferentes atores - Estados, organizações internacionais, sociedade civil, sector privado, empregadores e trabalhadores e suas organizações, bem como os cidadãos no seu papel tanto como consumidores e como membros da sociedade.

Em 2006, o Grupo de Coordenação Interagência Contra Tráfico de Pessoas (ICAT), que reúne dezesseis entidades das Nações Unidas e outras organizações internacionais, foi criado para facilitar uma abordagem holística e abrangente por parte da comunidade internacional para o problema do tráfico de pessoas.

Fonte: AngolaPress


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