quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Vice da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) seria cliente de rede internacional de exploração sexual


Preso na última sexta-feira no Acre, o vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Assuero Veronez, 62 anos, seria um dos clientes de uma quadrilha que aliciava crianças e adolescentes para exploração sexual. As polícias Civil e Federal investigam se as seis pessoas presas na Operação Delivery, deflagrada em outubro deste ano, integravam uma rede internacional de tráfico de mulheres para países vizinhos. De acordo com a delegada Elenice Frez, a Bolívia é o principal destino das vítimas.


Uma investigação do Ministério Público Estadual do Acre levou à prisão dos pecuaristas Assuero Doca Veronez, atual vice-presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) e da Federação de Agricultura e Pecuaria do Estado do Acre (Feac), e Adalio Cordeiro de Araújo, sob a acusação de usar uma rede de aliciadores de menores para exploração sexual. As prisões foram realizadas durante a Operação Delivery, deflagrada no dia 17 de outubro.
De acordo com as informações do Ministério Público do Estado, a ação contou com a participação das polícias Civil e Federal, que vinham investigando a suposta rede de prostituição de menores de idade havia quatro meses.
 
 Se condenado, Veronez pode pegar de quatro a dez anos de prisão. Afastado do cargo após a prisão, o vice-presidente da CNA teve seu pedido de liberdade negado no sábado pela desembargadora Denise Castelo Bonfim. O delegado Nilton César afirma que o pedido de prisão de Assuero se deu a partir da obtenção de provas consistentes que o apontavam como um dos clientes da quadrilha presa. Junto com o líder ruralista também foi preso o pecuarista Adálio Cordeiro Araújo, 79 anos. Uma terceira pessoa está foragida.
Por se tratar de investigação em segredo de Justiça, o delegado preferiu não citar nomes e evitou mais detalhes. Até agora, ao menos 50 pessoas foram ouvidas, entre elas as adolescentes exploradas, com idade entre 14 e 17 anos. De acordo com a delegada Elenice Frez, as jovens não se consideravam vítimas. “Elas admitiam que participavam por vontade própria, pois queriam o dinheiro para se manter. Algumas se mostravam até irritadas com as perguntas”, diz Frez.
O Ministério Público, afirma Lovisaro, iniciará nos próximos dias a fase de processo do caso para que possa apresentar a denúncia à Justiça e pedir a condenação dos acusados. A polícia diz que as investigações vão continuar em busca de mais clientes da quadrilha. Novas prisões não estão descartadas.

 
Fonte: Terra

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