O papa Francisco criou hoje (2) a
Comissão de Estudos sobre Diaconisas, informou o Vaticano. O grupo é o primeiro
do novo milênio a estudar a inclusão das mulheres presidindo algumas cerimônias
litúrgicas.
De acordo com o documento
divulgado, 12 pessoas farão parte do comitê de leigos e religiosos, sendo seis
mulheres, e o grupo terá como presidente o monsenhor Luis Francisco Ladaria
Ferrer, que atualmente é secretário da Congregação para a Doutrina da Fé.
Entre as mulheres que
participarão da Comissão, está a professora da Universidade La Sapienza, de
Roma, Francesca Cocchini, e a professora de Teologia na Universidade de Viena e
membro da Comissão Teológica Internacional, Marianne Schlosser, além de religiosos
e professores de universidades da França, Nova York e Madri.
Segundo o pontífice, o grupo terá
como missão estudar o que eram os diaconatos femininos na igreja primitiva, que
são mencionados em algumas passagens bíblicas. "O que eram esses diáconos
femininos? Elas tinham ordenação ou não? Era um pouco obscuro. Qual era o papel
das diaconisas naquela época? Constituir uma comissão oficial que possa estudar
questão?", disse a 900 mulheres que foram a uma audiência, em maio, no
Vaticano. Elas questionaram Francisco sobre os papéis das mulheres na Igreja.
Ordens sacerdotais
O diácono está na esfera das três
principais ordens sacerdotais dos católicos: episcopado, sacerdócio e
diaconato. Há dois tipos de funções para estes últimos: os transitórios são aqueles
que recebem o grau de maneira temporal, enquanto tentam atingir o sacerdócio -
ou seja, tornar-se padre - e os permanentes, os que já são casados ou pretendem
se casar e não têm objetivos de serem religiosos dos mais altos níveis.
Todos, no entanto, podem realizar
matrimônios e batizados. Em 1994, o então papa João Paulo II parou as análises
sobre a inclusão das mulheres, mas, segundo o cardeal Carlo Maria Martini disse
à época, aquela pausa "não foi um não". O assunto de incorporar as
mulheres em ritos é um tema caro ao papa Francisco.
Por diversas vezes, ele mencionou
que elas deveriam ter mais espaço na Igreja Católica. Segundo historiadores, a
falta de mulheres no sacerdócio seria referente ao fato de não haver presença
feminina no momento da Santa Ceia de Jesus Cristo. O ato instituiu a
eucaristia, a divisão do pão e do vinho como o corpo e sangue de Jesus para os
cristãos católicos.
Porém, Jorge Mario Bergoglio já
desconstruiu um pouco esse conceito ao, na páscoa deste ano, incluir - pela
primeira vez na história - a presença de mulheres no rito de lava-pés, um dos
mais importantes para os católicos. Há algumas referências na Bíblia sobre as
mulheres que atuavam como diaconisas, mas não está claro como elas eram
escolhidas.
Sabe-se que atuavam como
auxiliares em batizados ou, ainda, no cuidado com os doentes. Essas referências
aparecem nos primeiros séculos da igreja, mas não há mais detalhes nos séculos
posteriores.
Fonte: http://agenciabrasil.ebc.com.br/
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