Diferente do que se imagina, não
é preciso ser agredida fisicamente para estar em uma relação violenta. Algumas
palavras e atitudes podem ferir a autoestima de uma mulher tanto quanto. E isso
tem nome: violência psicológica. Esta é a forma mais subjetiva e, por isso, difícil
de identificar.
Por Andréa Martinelli Do Conti Outra
Para romper esse silêncio, desde
1981 o movimento feminista comemora em 25 de novembro, o Dia Internacional da
Não Violência contra a Mulher.
Segundo dados da OMS (Organização
Mundial da Saúde) divulgados na última semana, uma em cada três mulheres é
vítima de violência no mundo. E esta violência, de tão latente, chega a ser
classificada entre: física, sexual, moral e psicológica.
Por ser subjetiva e, por isso, de
difícil identificação, a violência psicológica, na maioria dos casos, é
negligenciada até por quem sofre – por não conseguir perceber que ela vem
mascarada pelo ciúmes, controle, humilhações, ironias e ofensas.
Segundo definição da OMS ela é entendida como:
Qualquer conduta que lhe cause
dano emocional e diminuição da autoestima ou que lhe prejudique e perturbe o
pleno desenvolvimento ou que vise degradar ou controlar suas ações,
comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento,
humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição
contumaz, insulto, chantagem, ridicularização, exploração e limitação do
direito de ir e vir ou qualquer outro meio que lhe cause prejuízo à saúde
psicológica e à autodeterminação.
“Em uma briga de casal, o
agressor normalmente usa essa tática para fazer com que a parceira se sinta
acuada e insegura, sem chance de reagir. Não existe respeito”, explica Maria
Luiza Bustamante, chefe do Departamento de Psicologia Clínica da Universidade
Estadual do Rio de Janeiro ao GNT.
Esse tipo de violência
normalmente precede a agressão física que, uma vez praticada e tolerada, pode
se tornar constante. Na maioria das vezes, o receio de assumir que o casamento
ou o namoro não está funcionando ainda é um motivo que leva mulheres a se
submeter à violência – entre todos os tipos e não apenas a psicológica.
Como identificar?
Dificilmente a vítima procura
ajuda externa nos casos de violência psicológica. A mulher tende a aceitar e
justificar as atitudes do agressor, protelando a exposição de suas angústias
até que uma situação de violência física, muitas vezes grave, ocorra.
A violência psicológica acontece
quando ele…
#1. Quer determinar o jeito como
ela se veste, pensa, come ou se expressa.
#2. Critica qualquer coisa que
ela faça; tudo passa a ser ruim ou errado.
#3. Desqualifica as relações
afetivas dela: ou seja, amigos ou família “não prestam”.
#4. A xinga de “vadia”,
“imprestável”, “retardada”, “vagabunda”…
#5. A expõe a situações
humilhantes em público.
#6. Critica o corpo dela de forma
ofensiva, e considera como uma “brincadeira”.
…entre outras formas de violência
que são subjetivas e que, muitas vezes, passam despercebidas no dia a dia.
Fonte: Geledes
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