Veja a primeira parte do projeto da jornalista Thais Maranho
De olhares insinuantes a abordagens ofensivas no transporte
público até agressões como estupro, a violência sexual está no dia a dia de
toda mulher. E para mostrar o constante medo feminino ao enfrentar situações
banais como andar de ônibus ou usar vestido, a jornalista Thais Maranho reuniu
depoimentos e os transformou em um documentário.
— Toda mulher já foi assediada na vida. E digo mais, ela não
gostou do assédio. Eu sempre me senti incomodada com o machismo antes mesmo de
saber o nome do meu incômodo. Quando comecei a entender o que era, da onde
vinha, que tinha nome e que as mulheres em minha volta também se incomodavam,
tomei essa atitude.
Thais escreveu um manifesto e enviou para amigos,
convidando-os a compartilhar suas histórias. Reuniu os nomes de quem topou
participar, voluntariamente, e conseguiu com um amigo um estúdio para filmar os
depoimentos.
— Não houve nenhum tipo de patrocínio nem apoio, foi tudo na
base da amizade e com o menor custo possível. Tanto que, em termos de qualidade
de vídeo não ficou o ideal, mas foquei na mensagem.
O vídeo O Assédio foi disponibilizado no YouTube, e faz
parte de um projeto maior chamado Efeito Dominó.
— Eu ainda estou pensando em qual vai ser a próxima
abordagem, tenho algumas ideias mas nada no papel ainda. Mas, sim, outros
vídeos virão e eu quero começar a mexer em algumas feridas ainda mais
profundas.
O objetivo do trabalho é dar voz às mulheres que lidam com o
assédio masculino.
— Eu não dirijo, portanto ando muito na rua e uso muito transporte
público, e eu realmente fico incomodada com um simples olhar de um cara. Os
homens precisam parar de "coisificar" a mulher, não somos objetos
inanimados que estão à mercê dos caras, mas é assim que nos tratam. Então chega
disso. Cansamos de ficar caladas, de nos fingir de mortas. Agora, se os caras
querem entender, ouvir, mudar a atitude, aí é com eles. Da minha parte, eu
precisava falar que não, não é legal, não é engraçado, não somos objetos e que
isso tem que parar.
Fonte; http://entretenimento.r7.com/
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