quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Violência de gênero matou 1.678 mulheres na América Latina

Mulheres participam de manifestação contra violência contra a mulher, em Buenos Aires
Pelo menos 1.678 mulheres foram assassinadas em 2014 por razões de gênero em 17 países da América Latina e do Caribe, uma região onde as mulheres sofrem, ainda, com o assédio político e nas ruas, alertou a Cepal nesta passada terça-feira.

"Não podemos permitir que continuem morrendo mais latino-americanas e caribenhas pelo simples fato de serem mulheres", exortou Alicia Bárcena, secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), um órgão técnico das Nações Unidas com sede em Santiago.
Os dados foram compilados pela Cepal através de seu Observatório da Igualdade de Gênero da América Latina e do Caribe e foram difundidos na véspera do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher, que será celebrado nesta quarta-feira.
Segundo a Cepal, o feminicídio "é a expressão mais dramática da violência contra as mulheres, que deve ser enfrentada integralmente pelos Estados, considerando os fatores da desigualdade econômica, social e cultural".
Vinte países da região contam com leis de violência contra as mulheres, embora apenas oito atribuam recursos específicos no orçamento nacional para abordá-la (40% do total), advertiu a Cepal.
Além disso, 14 países da região tipificaram o crime de feminicídio (Brasil, Bolívia, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Peru e República Dominicana), enquanto Argentina e Venezuela estabeleceram em sua legislação o homicídio com agravante por razões de gênero.
As mulheres da região também sofrem com o assédio de rua que, de acordo com a Cepal, "constitui uma das formas mais minimizadas e naturalizadas de violência contra as mulheres".
O Peru foi o primeiro país a promulgar uma lei para punir o assédio sexual em espaços públicos, em março de 2013, enquanto Argentina, Chile e Paraguai tramitam leis similares.
Da mesma forma, as mulheres latino-americanas precisam fazer frente ao assédio político, materializado na "atribuição a distritos claramente perdedores, na falta de apoio material ou humano e nas ameaças e agressões durante todo o período de campanha", de acordo com a Cepal.
A Bolívia é o único país da região a aprovar até agora uma lei contra o assédio e a violência política contra as mulheres (2012), enquanto outros quatro países debatem leis similares: Costa Rica, Equador, México e Peru.

Fonte: Estado de Minas

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