Na véspera de dia mundial contra
violência a profissionais do sexo, mulher foi espancada.
O Dia Internacional contra a
Violência sobre Trabalhadores do Sexo foi instituído para lembrar estas pessoas
que são alvo de «violência, opressão e ódio» por parte dos clientes, parceiros
e sociedade em geral.
Em 2003 o símbolo sexual, Annie
Sprinkle, estabeleceu o Dia Internacional para o fim da Violência contra
trabalhadoras/es do sexo. O evento foi criado na sequência do assassinato em
série de Green River.
Mas a violência não tem origem
apenas nos maus clientes, acontece também nas pessoas e instituições que
supostamente deveriam proteger e melhorar a vida dos cidadãos.
A violência contra os/as
trabalhadores/as do sexo é um fenómeno em larga escala perpetrado, legitimado e
aceite por muitos. As autoridades policiais e as leis que regulam esta
atividade têm, em algum casos aumentado o risco de violência contra os/as
trabalhadores/as do sexo, em vez de os/as proteger. Estes atos de violência são
também perpetrados por proxenetas, clientes, membros da família ou parceiros
íntimos. Para além de ser um ataque aos Direitos Humanos, arruína os esforços
de prevenção do VIH e aumenta a vulnerabilidade dos/as trabalhadores/as do sexo
à transmissão do VIH de diversas formas.
A Associação das Prostitutas de
Minas Gerais (Aprosmig) lembrou nesta quarta o Dia Internacional pelo Fim da
Violência contra Trabalhadores do Sexo, data celebrada em diversos países, com
várias intervenções artísticas na região dos hotéis da rua Guaicurus, no centro
da capital. No entanto, as atividades – que incluíram exposições fotográficas,
performances e oficinas – foram marcadas pela preocupação com uma colega de
trabalho de 55 anos, que foi espancada por dois irmãos no começo da noite desta
quarta.
“Nunca passei por nenhuma
situação dessas. Mas somos todas iguais, e o que acontece com outra mulher pode
ocorrer comigo”, refletiu Laura Maria dos Espírito Santo, 58, vice-presidente
da associação, que trabalha nos hotéis da rua Guaicurus há cerca de 30 anos.
Para a presidente da Aprosmig,
Cida Vieira, o machismo e a discriminação são os principais responsáveis pela
violência contra os profissionais do sexo. “O preconceito contra a mulher já é
muito grande, e trabalhar com o sexo é um agravante”, diz ela.
Cida afirmou que o estigma
abrange profissionais do sexo em geral e que ela também já passou por uma
situação de violência, há cerca de dez anos, quando trabalhava na rua e um
homem tentou assalta-lá. “Consegui fugir com técnicas de defesa pessoal”, conta.
Segundo ela, não há estatísticas oficiais de violência contra a categoria.
O preconceito é sentido
diariamente, segundo as prostitutas ouvidas por O TEMPO. “As pessoas acham que
somos analfabetas e que não temos valor nenhum. Mas somos trabalhadoras como
qualquer outra mulher”, diz Cleuza Márcia Borges, 59, que tem seis filhos e 13
netos e hoje atua apenas aos fins de semana e feriados.
Prevenção. A vice-presidente da
Aprosmig destaca que a entidade e a Associação Amigos da Rua Guaicurus (Aarg)
trabalham com parcerias para amenizar o problema, mas é impossível controlar o
que acontece dentro do quarto depois que o cliente entra.
“Em janeiro instalamos detectores
de metais em 12 hotéis parceiros, e isso já ajuda a inibir quem vai lá com má
intenção”, conta o presidente da Aarg, Edson Cruz. Segundo ele, 1,2 milhão de
clientes são atendidos por mês nos hotéis associados da Guaicurus.
Segurança
Dicas. A associação orienta que,
por prevenção, as prostitutas trabalhem em locais seguros e conversem com os clientes
antes do programa, para decifrar as reais intenções deles.
Preço. Cerca de 4.000 mulheres
são ligadas à Aprosmig. Segundo a vice-presidente, Laura Maria do Espírito
Santo, cada uma escolhe o preço do próprio programa. “O valor varia. O corpo é
dela, e é ela quem escolhe. Se o homem não quiser, que não faça o programa”,
disse.
Irmãos espancam prostituta com marreta em hotel de BH
Dois irmãos usaram uma marreta
para espancar uma prostituta de 55 anos dentro de um hotel na rua São Paulo, no
centro da capital, na noite desta terça. Outras mulheres que trabalham no local
contaram que a agressão ocorreu porque ela se recusou a fazer sexo com os dois
ao mesmo tempo.
Cleiton Cristiam Santos Diniz,
18, e David Cristiam Santos Diniz, 27, que foram presos, contaram à polícia que
a mulher tinha uma dívida com eles no valor de R$ 500. Com afundamento de
crânio, a vítima foi socorrida e levada ao Hospital de Pronto-Socorro João
XXIII, onde seguia internada em estado grave até o fechamento desta edição.
Segundo o delegado Eduardo
Alencastro Filho, os dois serão indiciados por tentativa de homicídio por
motivo fútil. “A história que temos é que a motivação teria sido por conta de
uma dívida dela com eles, mas ainda não ficou claro que dívida era essa”,
contou.
Fonte: O Tempo
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