quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Crime contra prostituta marca data da categoria

Na véspera de dia mundial contra violência a profissionais do sexo, mulher foi espancada.

O Dia Internacional contra a Violência sobre Trabalhadores do Sexo foi instituído para lembrar estas pessoas que são alvo de «violência, opressão e ódio» por parte dos clientes, parceiros e sociedade em geral.

Em 2003 o símbolo sexual, Annie Sprinkle, estabeleceu o Dia Internacional para o fim da Violência contra trabalhadoras/es do sexo. O evento foi criado na sequência do assassinato em série de Green River.

Mas a violência não tem origem apenas nos maus clientes, acontece também nas pessoas e instituições que supostamente deveriam proteger e melhorar a vida dos cidadãos.
A violência contra os/as trabalhadores/as do sexo é um fenómeno em larga escala perpetrado, legitimado e aceite por muitos. As autoridades policiais e as leis que regulam esta atividade têm, em algum casos aumentado o risco de violência contra os/as trabalhadores/as do sexo, em vez de os/as proteger. Estes atos de violência são também perpetrados por proxenetas, clientes, membros da família ou parceiros íntimos. Para além de ser um ataque aos Direitos Humanos, arruína os esforços de prevenção do VIH e aumenta a vulnerabilidade dos/as trabalhadores/as do sexo à transmissão do VIH de diversas formas.


A Associação das Prostitutas de Minas Gerais (Aprosmig) lembrou nesta quarta o Dia Internacional pelo Fim da Violência contra Trabalhadores do Sexo, data celebrada em diversos países, com várias intervenções artísticas na região dos hotéis da rua Guaicurus, no centro da capital. No entanto, as atividades – que incluíram exposições fotográficas, performances e oficinas – foram marcadas pela preocupação com uma colega de trabalho de 55 anos, que foi espancada por dois irmãos no começo da noite desta quarta.
“Nunca passei por nenhuma situação dessas. Mas somos todas iguais, e o que acontece com outra mulher pode ocorrer comigo”, refletiu Laura Maria dos Espírito Santo, 58, vice-presidente da associação, que trabalha nos hotéis da rua Guaicurus há cerca de 30 anos.
Para a presidente da Aprosmig, Cida Vieira, o machismo e a discriminação são os principais responsáveis pela violência contra os profissionais do sexo. “O preconceito contra a mulher já é muito grande, e trabalhar com o sexo é um agravante”, diz ela.

Cida afirmou que o estigma abrange profissionais do sexo em geral e que ela também já passou por uma situação de violência, há cerca de dez anos, quando trabalhava na rua e um homem tentou assalta-lá. “Consegui fugir com técnicas de defesa pessoal”, conta. Segundo ela, não há estatísticas oficiais de violência contra a categoria.

O preconceito é sentido diariamente, segundo as prostitutas ouvidas por O TEMPO. “As pessoas acham que somos analfabetas e que não temos valor nenhum. Mas somos trabalhadoras como qualquer outra mulher”, diz Cleuza Márcia Borges, 59, que tem seis filhos e 13 netos e hoje atua apenas aos fins de semana e feriados.

Prevenção. A vice-presidente da Aprosmig destaca que a entidade e a Associação Amigos da Rua Guaicurus (Aarg) trabalham com parcerias para amenizar o problema, mas é impossível controlar o que acontece dentro do quarto depois que o cliente entra.

“Em janeiro instalamos detectores de metais em 12 hotéis parceiros, e isso já ajuda a inibir quem vai lá com má intenção”, conta o presidente da Aarg, Edson Cruz. Segundo ele, 1,2 milhão de clientes são atendidos por mês nos hotéis associados da Guaicurus.

Segurança
Dicas. A associação orienta que, por prevenção, as prostitutas trabalhem em locais seguros e conversem com os clientes antes do programa, para decifrar as reais intenções deles.

Preço. Cerca de 4.000 mulheres são ligadas à Aprosmig. Segundo a vice-presidente, Laura Maria do Espírito Santo, cada uma escolhe o preço do próprio programa. “O valor varia. O corpo é dela, e é ela quem escolhe. Se o homem não quiser, que não faça o programa”, disse.

Irmãos espancam prostituta com marreta em hotel de BH


Dois irmãos usaram uma marreta para espancar uma prostituta de 55 anos dentro de um hotel na rua São Paulo, no centro da capital, na noite desta terça. Outras mulheres que trabalham no local contaram que a agressão ocorreu porque ela se recusou a fazer sexo com os dois ao mesmo tempo.

Cleiton Cristiam Santos Diniz, 18, e David Cristiam Santos Diniz, 27, que foram presos, contaram à polícia que a mulher tinha uma dívida com eles no valor de R$ 500. Com afundamento de crânio, a vítima foi socorrida e levada ao Hospital de Pronto-Socorro João XXIII, onde seguia internada em estado grave até o fechamento desta edição.

Segundo o delegado Eduardo Alencastro Filho, os dois serão indiciados por tentativa de homicídio por motivo fútil. “A história que temos é que a motivação teria sido por conta de uma dívida dela com eles, mas ainda não ficou claro que dívida era essa”, contou.

Fonte: O Tempo

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