segunda-feira, 9 de julho de 2012

França: prostitutas protestam contra abolição


Dezenas de prostitutas e trabalhadores de sexo protestaram, na passada sexta-feira, contra o projeto de lei que prevê a abolição da prostituição e a penalização de clientes, em Lyon, na França.  A legislação é defendida pela ministra dos Direitos das Mulheres Najat Vallaud-Belkacem que afirmou que esta é uma forma de proteger as mulheres do comércio sexual no país.

Associações que protegem essas profissionais, no entanto, discordam dessa lei e afirmam que a proibição só irá fazer com que a profissão seja mais criminalizada.
 Durante os protestos  as profissionais expuseram cartazes com as frases: “ Não a legislação”, “meu crime é sexo entre dois adultos conscientes e a penalidade é de € 3750 e dois meses de prisão” e ainda “ Nós não queremos pagar pela sua moralidade e hipocrisia”.
 
A ministra das mulheres na França é contra a prostituição
A 11a. Conferência Internacional de Marie Claire, que reúne editoras de 35 países onde a revista é publicada, acaba de terminar com um discurso polêmico da porta-voz do governo francês e ministra dos direitos das mulheres Najat Vallaud Belkacem. Mãe de 2 gêmeos, de dois anos e meio, formada pela science-po e engajada na luta pelos direitos humanos desde a adolescência, Najat tem apenas 35 anos e impressiona pela capacidade de aliar força e elegância no discurso de combate à violência sexual contra mulheres. Ex assessora de Ségolène Royal - sobre quem falamos aqui há duas semanas – Najat diz que as prostitutas francesas têm expectativa de vida 40% menor que as demais mulheres e que, por isso ela é a favor da abolição da profissão. “Não é verdade que as mulheres se prostituem porque querem. Na França, 85% delas que preferiam ter outro estilo de vida”. Segundo Najat, o caminho não é apenas proibir a prostituição, mas mostrar que há outras possibilidades para as mulheres de baixa renda que não apenas vender seus corpos.
“Quando me tornei ministra me jurei que não ia trabalhar para fazer diferença para o meu nome, para minha carreira, mas sim para uma vida melhor para mulheres” , disse. Na França, a prostituição não é crime, mas incentivar e facilitar o trabalho das moças é e dos mais graves. A lei entende como facilitação até mesmo dar carona a uma prostituta a caminho de um cliente. Isso fez com que muitas garotas de programa, para evitar que seus clientes fossem presos, acabassem procurando zonas ainda mais perigosas e, assim, corressem ainda mais risco” .  Para a ministra, abolir a profissão é única forma de efetivamente acabar com o o problema.
Fonte: Band e Marie Claire

Nenhum comentário: