NÃO ! Havemos de acabar com essa propaganda !
Nós, signatários deste manifesto, homens de todas as idades, origens e condições, refutamos viver a nossa sexualidade através de relações mercantis. Para nós, a sexualidade é antes de tudo uma relação humana vivida na igualdade e no respeito pelo outro, da sua liberdade e seu desejo. Nós convidamos-vos a agir conosco e a dizer publicamente
A PROSTITUIÇÃO : NÃO É PARA NÓS ! NÃO EM NOSSO NOME !
◊ NÃO ao mercado da miséria que obriga os mais vulneráveis a alugar a sua boca e a sua vagina!
◊ NÃO à cultura machista que utiliza a sexualidade para dominar e anilar !
◊ NÃO aos bordéis até homologados pelo governo onde mulheres exploradas por proxenetas estão ao serviço dos homens!
SIM à liberdade sexual!
SIM ao desejo e ao prazer partilhado!
« Livre de se prostituir », Costumamos ouvir. Mas quem “escolhe” ter cada dia actos sexuais não desejados com desconhecidos?
Quem está livre na prostituição ? Quem tem a escolha? Quem procura o prazer sem se preocupar com o outro? Unicamente quem tem o poder do dinheiro.
A liberdade que reivindicam as pessoas prostituídas é ilusória porque é obrigada por proxenetas, pela droga e violência.
Cada ano, o sistema da prostituição destrói a vida de milhões de novas vítimas, sobretudo mulheres e crianças muitas vezes entre os mais pobres.
Cada homem pode afirmar-se sem negar o outro e assumir-se sem dominar.
Em aplicação do princípio da igualdade mulher-homem,
Pedimos aos serviços públicos de
◊ Cessar de penalizar as pessoas prostitutas ; desenvolver acções de prevenção social, educativa e sanitária tal como alternativas à prostituição a fim de deixar efectivo o direito de não ser prostituta/o.
◊ Reprimir o proxenetismo acabando com complacencias de diversas formas (prostituição na rua, bordéis, salões de massagens, boites, carrinhas, escorts, sites internet, pequenos anúncios, etc.)
◊ Instaurar ou reforçar na escola uma educação sexual e afectiva não sexista, no respeito pelo outro, da sua liberdade, das suas escolhas e desejos.
◊ Instituir contra os « clientes-prostitutas » uma sanção penal graduada, como na Suécia onde essa política demonstrou uma certa eficácia.
◊ Refutar chamar « clientes » homens, que são de facto prostituidores.
Pagar por ter acesso ao sexo, ao corpo, à intimidade de uma pessoa que não sente qualquer desejo, não tem nada de um contrato, o qual se funda na liberdade e igualdade. Aqui, a liberdade é ilusória e a igualdade negada.
Havemos de construir juntos um mundo onde ninguém imaginará comprar o acesso ao corpo de outro e onde os prazeres do sexo não serão ligados ao dinheiro nem à violência!
Este mundo é possível e a sua construção já começou.
Em 1999, após meio-século de educação igualitária na escola, a Suécia foi o primeiro país a penalizar a compra de “serviços sexuais” por prostituidores– mas sem reprimir as pessoas prostitutas. Em 2009, a Noruega e a Islândia fizeram a mesma coisa. Dezenas de homens foram condenados a coimas e o estado ajuda as pessoas prostitutas a preparar um outro futuro.
Essa política é progressista :
— as redes de prostituição foram desviadas dos destinos tornados menos rentáveis (relatório oficial sueco, 2010, ver referencias em http://www.prostitutionetsociete.fr/actualites/actualites-europe/suede-bilan-positif-pour-la-loi).
— as crianças “ aprendem” que não se compra o corpo de outro.
Ao contrário, na Alemanha e Holanda, onde os bordéis são legais, os rapazes sabem que as mulheres estarão sempre à disposição. Como podem reconhecer as raparigas como iguais?
Para nós, o modelo Escandinávo, gage de humanidade e de democracia, representa a esperança dum mundo sem prostituição.
Em qual mundo queremos viver?
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