“Não faz nenhum sentido dizer que
os estudos de gênero negam a biologia; os estudos de gênero discordam é do
determinismo biológico – quando a biologia é utilizada pra definir nosso
destino social.” Em entrevista, a doutora em Educação Jimena Furlani, que
desenvolveu extensa pesquisa sobre o assunto, explica os equívocos do conceito.
O debate sobre a inclusão dos
temas de gênero e sexualidade nos planos de educação (nacional, estaduais e
municipais) foi um dos principais fatores de ascensão do Escola Sem Partido,
como admite seu fundador Miguel Nagib: “A tentativa do MEC e de grupos ativistas
de introduzir a chamada ‘ideologia de gênero’ nos planos nacional, estaduais e
municipais de educação ‒ o que ocorreu, principalmente, no primeiro semestre de
2014 e ao longo de 2015 ‒ acabou despertando a atenção e a preocupação de
muitos pais para aquilo que está sendo ensinado nas escolas em matéria de
valores morais, sobretudo no campo da sexualidade”, disse o procurador em
entrevista a Pública (a reportagem pode ser lida aqui). Para quem não se
lembra, a bancada evangélica, senadores, deputados estaduais e vereadores
evangélicos, católicos e conservadores conseguiram, após campanha fervorosa,
vetar o termo “gênero” do Plano Nacional de Educação (PNE) e, então, dos planos
estaduais e municipais de educação de todo o país. Na época, era possível encontrar
militantes pró-vida gritando “não ao gênero” diante de assembleias legislativas
e pastores televisivos como Silas Malafaia, o deputado do PSC Marco Feliciano,
o deputado do PP Jair Bolsonaro e o senador Magno Malta do PR bradando contra a
“ideologia de gênero”, que traria a destruição da família e a doutrinação de
crianças. A CNBB, na época, também divulgou nota afirmando que a ideologia de
gênero “desconstrói o conceito de família, que tem seu fundamento na união
estável entre homem e mulher”. Nas missas e cultos, cartilhas foram
distribuídas alertando pais e mães sobre o perigo silencioso que rondava suas
casas – seus filhos seriam doutrinados a virar “outra coisa” que contrariasse
seu sexo biológico. Mas o curioso é que “ideologia de gênero” não aparece
nenhuma vez nos planos de educação ou nos estudos de gênero, e o termo nunca
foi usado pelas ciências humanas. O texto vetado colocava como meta “a
superação de desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da igualdade
racial, regional, de gênero e de orientação sexual”. Intrigada com isso, a
professora doutora Jimena Furlani, da Universidade do Estado de Santa Catarina,
que atua na formação de educadores e profissionais da saúde e segurança pública
para as questões de gênero, sexualidade e direitos humanos, desenvolveu uma
extensa pesquisa, que publicou em uma série de vídeos (que você pode ver aqui).
Em entrevista à Pública, ela conta que se espantou ao de repente “acordar
ideóloga de gênero e doutrinadora de crianças” e por isso começou essa
investigação. Leia a entrevista:
O que é “ideologia de gênero”,
afinal? De onde ela surgiu?
A ideologia de gênero é um termo
que apareceu nas discussões sobre os Planos de Educação, nos últimos dois anos,
e tem sido apresentado a nós como algo muito ruim, que visa destruir as
famílias. Trata-se de uma narrativa criada no interior de uma parte
conservadora da Igreja Católica e no movimento pró-vida e pró-família que, no
Brasil, parece estar centralizado num site chamado Observatório Interamericano
de Biopolítica. Em 2015 especialmente, algumas pessoas se empenharam em se
posicionar contra a “ideologia de gênero”, divulgando vídeos em suas redes
sociais: o senador pastor Magno Malta, o deputado Jair Bolsonaro, o deputado
pastor Marco Feliciano, o pastor Silas Malafaia, a pastora Damares Alves, a
pastora Marisa Lobo. Meus estudos mostraram que o termo é usado em 1998, em uma
Conferência Episcopal da Igreja Católica realizada no Peru, cujo tema foi “A ideologia
de gênero – seus perigos e alcances”. Parece que seus criadores se baseiam em
dois livros para compor essa narrativa chamada “ideologia de gênero”: primeiro,
no livro de Dale O’Leary intituladoAgenda de gênero, de 1996. O’Leary é uma
militante pró-vida que participou das Conferências da ONU (do Cairo em 1994 e
de Pequim em 1995) como delegada. Ela faz um relato dessas conferências,
descreve, sob o seu ponto de vista, a ação das feministas em apresentar o
conceito gênero e como, a partir dali, a ONU assume a chamada perspectiva de
gênero para as políticas públicas sobre os direitos das mulheres. O outro
referencial usado na construção dessa narrativa é o livro de Jorge Scala, cuja
primeira edição é intitulada Ideologia de gênero: o gênero como ferramenta de
poder, de 2010, que no Brasil, curiosamente, é intitulado Ideologia de gênero –
o neototalitarismo e a morte da família, de 2015. O autor é um advogado
argentino, conhecido defensor de causas antiaborto e contra os direitos das
mulheres, membro do movimento pró-vida, que apresenta uma série de
interpretações dos estudos de gênero, extremamente problemáticas e
convenientemente articuladas para desqualificar tais estudos e apresentá-los
como danosos para a sociedade. Portanto, parecem ser esses os principais
referenciais usados na criação da narrativa chamada “ideologia de gênero”, que
nos últimos dois anos vem sendo divulgados e exaustivamente repetidos em
vídeos, textos, cartilhas, documentos da CNBB, palestras etc. Uma retórica que
afirma haver uma conspiração mundial entre ONU, União Europeia, governos de
esquerda, movimentos feminista e LGBT para “destruir a família”, mas que, em
última análise, objetiva, sim, propagar um pânico social e voltar as pessoas
contra aos estudos de gênero e contra todas as políticas públicas voltadas para
as mulheres e a população LGBT, sobretudo nas questões relacionadas aos
chamados novos direitos humanos, por exemplo, no uso do nome social, no direito
à identidade de gênero, na livre orientação sexual.
E qual a diferença entre
ideologia de gênero e estudos de gênero?
Primeiro, entender que todos nós
seres humanos possuímos um sexo e um gênero. Enquanto o “sexo” é o conjunto dos
nossos atributos biológicos, anatômicos, físicos e corporais que nos definem
menino/homem ou menina/mulher, o gênero é tudo aquilo que a sociedade e a
cultura esperam e projetam, em matéria de comportamento, oportunidades,
capacidades etc. para o menino e para a menina. O conceito gênero só surgiu
porque se tornou necessário mostrar que muitas das desigualdades às quais as
mulheres eram e são submetidas, na vida social, são decorrentes da crença de
que nossa biologia nos faz pessoas inferiores, incapazes e merecedoras de menos
direitos. O conceito gênero buscou não negar o fato de que possuímos uma
biologia, mas afirmar que ela não deve definir nosso destino social.
Originalmente, as reflexões acerca da influência da sociedade e da cultura, no
conjunto das definições que nos dizem o que é “ser homem” e o que é “ser
mulher”, se iniciaram nas ciências sociais e humanas, como sociologia,
história, filosofia e antropologia, mas, hoje, os estudos de gênero se
constituem num campo multidisciplinar, composto por várias abordagens e
presentes em todas as ciências – nas naturais, nas exatas, nas jurídicas, nas
da saúde, nas da comunicação, do esporte etc. Hoje os estudos de gênero se
aproximam também das discussões com outras identidades, como raça-etnia, classe
social, religião, nacionalidade, condição física, orientação sexual etc.,
sendo, por isso, chamados de estudos de interseccionalidade. O conceito gênero
permite, ainda, explicar os sujeitos LGBT, especialmente os sujeito trans, na
medida em que discutem, por exemplo, a identidade de gênero e o uso do nome
social. Portanto, a perspectiva de gênero está na base dos novos direitos
humanos e na justificativa das políticas de amparo às mulheres que repercute
nas discussões acerca do conceito de vida e das leis sobre direitos sexuais e
reprodutivos, e aborto e à população LGBT. Sem dúvida, se considerarmos que o
conceito gênero permite as discussões acerca da posição da mulher na sociedade,
da aceitação dos novos arranjos familiares, das novas conjugalidades nos
relacionamentos afetivos, ampliação da forma de ver os sujeitos da
pós-modernidade e no reconhecimento da chamada diversidade sexual e de gênero,
então, não há campo do conhecimento contemporâneo mais impactante e perturbador
para as instituições conservadoras e tradicionais que os efeitos reflexivos dos
estudos de gênero. Isso nos faz entender porque o empenho tão enfático,
persistente e até, em algumas situações, antiético das instituições que criaram
e divulgaram essa narrativa denominada “ideologia de gênero”. Na minha opinião,
há usos distintos da chamada “ideologia de gênero”. Parece que, no âmbito da
cúpula da Igreja Católica, trata-se de uma questão dogmática e relacionada aos
valores da ideologia judaico-cristã, que, segundo seus representantes, estariam
sendo ameaçados pelo conceito gênero por causa das mudanças no comportamento
das mulheres e nas leis sobre aborto, por exemplo, da aceitação das várias
famílias e do reconhecimento dos direitos da população LGBT. Outro uso vem de
representantes evangélicos: embora existam aqueles católicos que se aproveitam
eleitoralmente dessa narrativa, usar a “ideologia de gênero” e sua suposta
“ameaça” às crianças e à família tem sido mais presente em candidatos
evangélicos – vide a chamada bancada cristã, que não apenas no Congresso
Nacional, mas em todos os legislativos do país, deve aumentar, nas próximas eleições,
à custa de campanhas cujo foco de “convencimento” deverá ser combater a
ideologia de gênero.
E são os evangélicos que mais
combatem a ideologia de gênero no Congresso…
Muitos pastores, em 2015,
lançaram vídeos falando a respeito da ideologia de gênero, “explicando sua
ameaça” às crianças e às famílias, com argumentos, visivelmente idênticos, em
falas que não diferiam muito e confundiam e alarmavam mais do que explicavam o
conceito gênero. Diziam coisas como: “Segundo a ideologia de gênero, você não
vai mais poder dizer que é menina ou menino; a escola vai te doutrinar dessa
forma. Tudo isso porque querem destruir sua família”. Dando continuidade à
explicação, afirmavam: “Eles (os perversos ideólogos de gênero) querem negar
nossa biologia”! Esse argumento da negação da biologia não é apenas
absurdamente equivocado em relação aos estudos de gênero, mas constitui-se num
ato deliberado de má-fé – uma desonestidade intelectual daqueles que criaram e
divulgam a ideologia de gênero no Brasil. Os estudos de gênero não negam a
biologia por um motivo muito simples: é preciso que ela exista para que
possamos dizer que gênero é tudo o que não é biológico, ou seja, gênero difere
da biologia, gênero é um conceito da sociedade e da cultura, gênero é,
exatamente, o contrário. Não faz nenhum sentido dizer que os estudos de gênero
negam a biologia; os estudos de gênero discordam é do determinismo biológico –
quando a biologia é utilizada pra definir nosso destino social. Tenho que
admitir que a construção dessa estratégia foi muito inteligente! Destaca-se o
brilhantismo em construir uma narrativa, suficientemente ameaçadora para
sociedade, na medida em que ela se volta para a criança e a família no seu
intuito destruidor. Não há nada que mobilize mais as pessoas, principalmente
pais e mães, do que alardear que “algo” ameaça suas crianças e que há um complô
mundial para destruir sua família.
Se a ideologia de gênero foi um
projeto do PT, quer dizer que, com a saída do PT do governo, ela não existe
mais?
Palavras como gênero, identidade
de gênero, orientação sexual e educação sexual foram excluídas dos planos
nacional, estaduais e municipais de educação. O suposto pernicioso governo
federal, o partido político e suas políticas de educação foram igualmente
banidos do poder e do MEC. Para conter os revolucionários professores,
especialmente aqueles que possuem sensibilização com o respeito às diferenças e
discutem as formas de preconceito no cotidiano escolar, busca-se aprovar o
projeto Escola Sem Partido – aliás, excelente aliado daqueles que criaram e
divulgam a existência da ideologia de gênero. Se o governo do PT que criou a
ideologia de gênero não está mais no poder, se tudo está sob controle e as
políticas de educação do MEC, os livros didáticos e a formação de professores
não mais conterão a perspectiva de gênero, então, por que é preciso manter vivo
esse monstro? Por que pastores continuam dizendo em seus vídeos, missas, cultos
que irão combater a ideologia de gênero? Primeiro, para manter a assustadora
narrativa ideologia de gênero. Segundo, para apresentar-se como paladino da
justiça, como aquele que vai combater e defender as criancinhas e a família
brasileira da ideologia de gênero. Terceiro, para assim pedir o voto e se
eleger. Quarto, para, ao ser eleito, impedir ou fazer retroceder conquistas,
nas leis, para mulheres, a população LGBT e o reconhecimento das religiões de
matrizes africanas; e, quinto, para aprovar leis como o Estatuto da Família,
alterar a Constituição Federal, instituir uma teocracia cristã no Brasil. Sim,
estou bem pessimista. A ideologia de gênero se tornou um excelente cabo
eleitoral, e não há nenhum interesse em mostrar para as famílias, pais e mães,
que não há nenhuma ação concreta que busque a destruição da família e que
ninguém na escola vai dizer que um menino não é menino ou que uma menina não é
menina.
E tudo vem no mesmo pacote, né? O
Estatuto da Família, a proibição da discussão de gênero. O Escola Sem Partido
também vem junto nesse projeto?
Uma análise que podemos fazer é
entender que o tempo presente reuniu, conforme a expressão de Michel Foucault,
“condições de possibilidades históricas” para que esse movimento conservador
tivesse tanta projeção no Brasil. O senhor Miguel Nagib cria o Escola Sem
Partido no ano de 2004 e, praticamente por dez anos, não houve uma projeção
nacional de seu movimento. Nos últimos anos, o descontentamento com o governo
federal, somado à convergência de inúmeras críticas e análise conjunturais, em
vários campos, como economia, política e educação, favoreceu o surgimento e a
união de forças conservadoras e tradicionais contra as políticas de igualdade,
respeito às diferenças, direitos humanos e políticas afirmativas. Penso que a
questão é muito mais complexa do que parece. Poderíamos, inclusive, polarizá-la
entre a discussão de distintos projetos de governo e de visões de mundo: de um
lado, os de direita e, de outro lado, os de esquerda. Precisamos falar sobre
isso!
O que significa, na prática,
tirar a discussão de gênero dos documentos oficiais?
Nas discussões e aprovações dos
Planos de Educação ficou evidente que combater a “ideologia de gênero”
significava retirar de qualquer documento as palavras gênero, orientação
sexual, diversidade sexual, nome social e educação sexual. Mesmo que as
palavras, nas frases, não implicassem nenhuma ameaça objetiva, evitar que as
palavras fossem visibilizadas na lei certamente dificultaria aqueles que
pretendessem trabalhar esses temas na educação, e, sem muitos argumentos, as
palavras foram excluídas. No entanto, é preciso lembrar que retirar essas
palavras da lei não elimina os sujeitos da diversidade sexual e de gênero do
interior da escola brasileira e de todas as sociedades humanas. Crianças e
jovens, assim como professores, pais e mães, possuem suas identidades de gênero,
são sujeitos de afetos e convivem num mundo diverso. Aliás, não é a existência
do conceito de gênero que “fez surgir” na humanidade pessoas homossexuais,
travestis, lésbicas, transgêneros, transexuais ou bissexuais, por exemplo. Os
estudos de gênero existem para estudar esses sujeitos, compreender a expressão
de suas identidades, propor conceitos e teorias para sua existência e ajudar a
construir um mundo onde todos/as se respeitem. Da mesma forma, não foi a
existência do conceito gênero que “transformou” as mulheres em contestadoras. A
condição histórica e material, de subordinação e de sofrimento existencial, das
mulheres, em todas as culturas, é que as impulsionou e impulsiona a lutar pelas
mudanças sociais que lhes garantam uma cidadania mais plena. O conceito de
gênero pode ser banido do planeta, que mesmo assim a humanidade continuará se
expressando em sua diversidade e buscando direitos humanos para todos.
E nessa briga vale tudo, né?
Inventar cartilhas falsas, falar que é contra “gênero” sem nem saber do que
realmente se trata…
As cartilhas foram apócrifas e
anônimas. Eu fiz um documento-análise e no primeiro eu disse que ninguém sabia
quem era, não tinha data nem gráfica. No inicio deste ano, eu descobri em um
vídeo do professor Felipe Nery que a cartilha foi elaborada no Observatório
Interamericano de Biopolítica. Você não tem na historia alguém que cria uma
teoria e não assume essa teoria. E, pior, transfere essa teoria para os outros.
Quando começou essa história de “ideologia de gênero”, eu acordei, de um dia
para o outro, ideóloga de gênero, doutrinadora de crianças. Isso me motivou a
iniciar pesquisas para entender de onde veio isso. Eu sempre falo que todo
mundo já ouviu falar que os seres vivos se modificam ao longo do tempo num
processo que se chama evolução e que transmitem isso aos mais aptos, e eu vou
perguntar quem disse isso e as pessoas vão me responder Charles Darwin, e quem
concorda com isso é chamado darwinista. Agora, a ideologia de gênero eles não
assumiram que inventaram. A gente que tem que descobrir e contar para as
pessoas que isso não existe nos estudos de gênero, que é uma interpretação
propositalmente construída de forma negativa. As cartas não estão na mesa, eles
não assumem que ninguém está doutrinando crianças na escola, que eles querem
que não se fale de gênero na escola para que as crianças não acolham os
sujeitos da diversidade, para que não aceitem que as pessoas possam ser vistas
definitivamente sem preconceito. Que eles não aceitam os direitos humanos
ampliados. Tem um vídeo que, ao mostrar um casal de transexuais, vem um
comentário de que se trata de uma aberração humana, já que Deus criou o homem e
a mulher. A gente conclui dele que eles são contra o conceito gênero porque
Deus não criou travesti, transexual, transgênero, e, por isso, essas pessoas
não merecem ter direitos.
E as pessoas são enganadas nessa
confusão.
É claro que eles não acham que
vão estar garantidos só com a confusão teórica que fazem. Eles condenam uma
série de palavras que dizem fazer parte do pacote de ideologia de gênero para
doutrinação das crianças e destruição das famílias. Eles condenam as palavras
diversidade, homofobia, perspectiva de gênero, identidade de gênero, tudo que a
gente tem utilizado para que as pessoas entendam a discussão dos direitos e da
diversidade. E aí a pergunta é: “Qual é a proposta de acolhimento de vocês pra
esses sujeitos, então? Ou querem fazer como aquele candidato à Presidência da
República e mandar todo mundo para uma ilha?”. Eles querem que essas pessoas
sumam, mas não assumem isso. O Escola Sem Partido ajuda a manter esse discurso
de proibição da discussão e de segregação e, por isso, recebeu atenção.
Fonte: (Andrea Dip) A Pública
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