As mulheres têm mais chances de apresentarem problemas
cardíacos após viverem situações estressantes, segundo estudo apresentado nesta
terça-feira (24) na conferência Biologia Experimental 2012, que está sendo
realizado em San Diego, nos Estados Unidos.
As doenças coronarianas são a maior causa de morte nos EUA,
mas o problema afeta a população de maneira diferente, pois a cada ano mais
homens do que mulheres são diagnosticados com o problema.
Outros estudos mostraram que durante a prática de exercício físico
o coração dos homens se contrai mais que o das mulheres e isto diminui o fluxo
de sangue. Mas as mulheres são mais propensas do que os homens a terem
problemas cardíacos após sobressaltos emocionais.
Uma equipe de pesquisadores do Colégio de Medicina da
Universidade Estadual da Pensilvânia, liderado por Charity Sauder, realizou um
estudo para entender estas diferenças e verificou que o fluxo sanguíneo
realmente aumenta nos homens durante o estresse mental, mas não se altera nas
mulheres.
A pesquisa foi realizada com 17 adultos saudáveis, oito
homens e nove mulheres. Em cada voluntário foi medido o ritmo cardíaco e a
pressão arterial em descanso, assim como a condutância vascular, que verifica
por meio de um aparelho de ultrassom o fluxo sanguíneo pelas vias coronarianas
até o coração.
Depois, os voluntários se submeteram a uma prova de três
minutos de aritmética mental na qual os pesquisadores pediram que eles
subtraíssem sete de um número ao acaso.
Para aumentar o estresse, os cientistas pressionaram os
voluntários para realizarem a tarefa rapidamente, e além disso diziam que
estavam errados mesmo quando fizeram a conta corretamente.
Após a prova, eles foram submetidos mais uma vez às três
medições cardíacas. Os testes mostraram que quando estavam em repouso os
resultados dos homens e das mulheres não apresentavam grandes diferenças.
Durante a tarefa de aritmética mental todos os voluntários
mostraram um aumento do ritmo cardíaco e da pressão arterial. Mas enquanto os
homens tiveram um aumento da condutância coronariana sob estresse, as mulheres
não apresentaram mudanças.
Esta diferença, explicou um dos autores do estudo, Chester
Ray, poderia predispor as mulheres a problemas cardíacos durante o estresse.
Os resultados foram surpreendentes, acrescentou Ray, já que
estudos anteriores indicavam que os homens têm um fluxo de sangue para o
coração significativamente menor do que o das mulheres durante a prática de
exercício físico. A nova pesquisa poderia explicar por que as mulheres têm mais
problemas cardíacos após eventos estressantes, como a morte do marido, por
exemplo.
"A redução do estresse é importante para todos, seja
qual for o gênero", disse Ray, "mas este estudo mostra que o estresse
afeta de maneira distinta os corações das mulheres", e por isso o risco
delas sofrerem um problema coronariano após uma situação traumática é maior.
A conferência Biologia Experimental começou na última
segunda-feira (23) e vai até o dia 25. O evento, que deverá atrair 12 mil
participantes, é patrocinado pela Sociedade Fisiológica dos EUA e outras cinco
instituições científicas.
Fonte: Terra
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