quarta-feira, 25 de abril de 2012

CANTINHO DA PAZ EM BH: A PAZ COMO FRUTO DA JUSTIÇA


Após a Páscoa, os textos bíblicos apresentam as discípulas e os discípulos de Jesus cheios de medo, preocupação e desafiadas/os pela a realidade. E Jesus vem ao seu encontro desejando-lhes o fruto da Ressurreição: “A Paz Esteja convosco” (Lc 24,36). É o que também desejamos para você, nesta pequena partilha que faremos das nossas ações da semana. A força desta experiência de paz nos leva a transmitir uma presença de paz que provoca a paz, que vem do Ressuscitado; e que vai irradiando o Hiper-Centro de BH, e atraindo as mulheres que chegam ao Cantinho da Paz em buscam da Paz oferecida por Jesus. E a encontra nos corpos presentes de todas/os as agentes e voluntários/as da Pastoral da Mulher; que acolhe desde as visitas ao Cantinho da Paz.

É este o nosso jeito de olhar, escutar e acolher, que sela o compromisso de estar ao lado vida, desprovidos de prejuízos, preconceitos e moralismo. Isso faz o Cantinho da Paz ser um especial para cada mulher acompanhada, ou que se aproxima e participa dos diversos espaços que oferecemos de aprendizagens.
Nos momentos de espiritualidade com elas, nesta semana ouvimos: “quando eu chego aqui sinto paz, eu me refaço”. “vocês são a minha família”. “aqui eu encontro paz, aqui eu sou eu mesma. Mas, quando saio desta porta para fora tenho que viver coisas que não me reconheço. Não vejo à hora de chegar aqui de novo”. É que aqui recorro quando estou triste, com problemas, posso chegar e desabafar, sou acolhida e saio mais leve”. Eu aprendo muito aqui”. “esta semana eu percebi que quando eu fico dias sem meus óculos escuros, entro em conflito comigo mesma”. “Estou tentando juntar os cacos que restaram de mim, mas está muito difícil”.
Estas falas revelam o significado profundo que as mulheres dão para este espaço. É o espaço da tecelagem da vida; que começa no campo de visita nos hotéis, perpassa pelo tele-centro nas orientações de estudos nas pesquisas, nas aulas de informática que vão descobrindo suas potencialidades e interagindo com o mundo virtual. Na escuta personalizada, que acontecem todos os dias que também é um espaço importante para as atendidas, nas aulas de Inglês que vem sendo novidade e vai despertando o interesse das mulheres ao aprendizado de outras línguas de forma leve e reflexiva; nos cursos de cabelo e Mega-Hair que vem encantando as mulheres, e assumindo com seriedade este compromisso com sua aprendizagem. No curso de Pintura em tecido, que vem ajudando a mulher a descobrir as tonalidades de cores e arranjos nos tecidos de panos de prato, e ao mesmo descobrindo suas capacidades e o colorido de sua própria vida. No curso de Costura e Bolsa, que permitindo as mulheres a sonhar com a possibilidade de integrar no Projeto Começar de Novo. E o pequeno grupo de produção de bolsa que se encontra numa luta insistente e incansável, produzindo bolsas lindas e com profissionalismo. As aulas de alfabetização que vem sendo desenvolvidas na metodologia de Paulo, a partir da historia e da realidade de cada aluna.  O primeiro encontro do Grupo de Convivência que aconteceu no dia 16 de abril, numa dinâmica de partilha, reflexão e mística, a respeito de o tema: Propósito de vida. O objetivo para este grupo é de preparar as mulheres e despertá-las para a metamorfose (mudança) de sua vida, e  poucos a pouco, a partir de sua área de interesse ir integrando no Projeto Começar de Novo da Pastoral da Mulher. As mulheres saíram do encontro bastante animado e contente. Isto é, um bom sinal. É importante ressaltar que o Projeto Começar de Novo vem possibilitando as mulheres que pertencem a ele, a dar pequenos e grandes vôo em direção a novas formas de geração de renda, fora da prostituição. Os produtos são semanalmente comercializados na feira de artesanato de BH. 
Quem passa pela Pastoral pode perceber o dinamismo e intensidade deste trabalho. São experiências fortes, bonitas e desafiadoras que gera em nós diversos sentimentos, mas, nos impulsiona para buscar e transmitir essa paz que é fruto da Justiça. Talvez seja isso que as mulheres sentem (intuem) no Cantinho, o lugar do resgate da dignidade, da solidariedade e da justiça. Claro, tudo isso como um grãozinho de área.

Ir. Sirley Silva OSR

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