quinta-feira, 27 de março de 2014

Audiência pública discute implementação de vagão só para mulheres no metrô de BH

Mulheres que são contra avaliam a medida como segregadora; ação é considerada paliativa por vereador que propôs projeto.

Uma discussão quanto a criação de um vagão feminino no metrô de Belo Horizonte foi realizada na manhã desta quarta-feira (26) na praça da Estação, no centro da capital, como parte do projeto Câmara Itinerante, que propõe a realização de audiências públicas fora da Casa Legislativa.
O tema desta vez foi o Projeto de Lei nº 893/13, de autoria do vereador Léo Burguês (PTdoB), que ainda é avaliado pela Comissão de Legislação e Justiça. Cerca de 60 pessoas conversaram por cerca de uma hora e meia sobre o assunto.


De acordo com o Sindicato dos Metroviários e Conexões do Estado de Minas Gerais (Sindimetro-MG), 45% dos usuários do metrô atualmente são mulheres. Algumas delas são contra o projeto, que afirmam ser segregador. “Por ter a proteção em uma vagão, é como se se legitimasse que nos demais possa acontecer os crimes (estupro e abuso sexual). As mulheres demoraram muito para conseguir ocupar o espaço público, não podiam votar, nem estudar e nem sair desacompanhadas, e agora parece começar uma segregação que não resolve mais aprofunda o problema”, afirmou a usuária Laysa Queiroz.

O parlamentar assume que a medida é paliativa. “Acho lamentável precisar ter um projeto como esse”, disse. Se o vagão específico para mulheres virar lei, ele existirá apenas nos horários de pico.

Para a coordenadora municipal dos Direitos da Mulher, Cláudia Rocha, faltam campanhas de conscientização e educação para os usuários do transporte coletivo.

O vereador informou que irá marcar uma reunião com a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) para ver a possibilidade de instaurar uma portaria para que fosse regulamentado o vagão exclusivo, antes mesmo da aprovação da lei.

“Vim de burca, porque acho que essa vai ser a única solução para os nosso problemas”, afirmou a usuária Marylin Geraes, criticando a questão de a “culpa” para os abusos e agressões serem das roupas que as mulheres usam.


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Fonte: OTempo

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